domingo, 21 de setembro de 2008

Alongamento Forçado

Estou escrevendo a tese. Muitas horas por dia. Meus pulsos dóem, meus olhos dóem, minhas costas dóem.

Fazer doutorado requer um esforço intelectual enorme. Terminá-lo, entretanto, requer sacrifício físico. Outro dia desses escutava no rádio um debate sobre emoção e esportes olímpicos, e um dos painelistas dizia que o esporte requer superação, e superação envolve saber lidar com o cansaço e a dor. Bom, tira esporte, coloca doutorado, e é isso aí. Requer superação, e superação requer lidar com a dor e o cansaço. E o medo de não conseguir.

Mas eu estudei Gestão da Produção, certo? Uma das coisas mais antigas que se estuda nessa área é a fadiga. Pausas laborais são objeto de testes desde o final do século XIX. Então porque eu não as faço? Bom, uma das razões é porque, quando trabalhamos no computador, entramos no estado mental de flow, quer dizer, entramos numa espécie de "transe", em que a sensação de tempo e do próprio corpo deixa de existir. É fácil ficar 3 horas sentando na frente da máquina, trabalhando, sem parar.

Então, catei na Internet um software de alongamento que me force a parar. Vou usar o computador para me curar dele mesmo. Encontrei o StretchWare, programa cuja imagem ilustra esse post. É sensacional. Dá para programar quando quer ser avisado, e que tipo de aviso se quer. Eu programei para me avisar a cada combinação de 3000 toques ou 350 cliques de mouse, mas esse valor pode ser alterado, ou pode-se programar os horários, ou a freqüência (a cada 2 horas, por exemplo). Quanto ao aviso, ele tem a opção de dar um aviso discreto no canto da tela, ou de abrir um aviso escandaloso no meio da tela. Essa última foi minha opção.

Estou na fase de testes (o programa roda de graça por 30 dias), mas acho que vale a pena comprar o software. Meus tendões valem mais do que 25 dólares...

Caminhada Farroupilha

No dia 20 de setembro, no Rio Grande do Sul, se comemora o “Dia do Gaúcho”. Trata-se da data de início da Revolução Farroupilha, uma sangrenta guerra de 10 anos entre os gaúchos brasileiros e o império brasileiro. Outro dia desses, ouvi alguém perguntar: “por que se comemora uma guerra perdida?”. Questão de opinião. Não acho que a Revolução Farroupilha, independente de ter sido uma guerra perdida, não deva ser comemorada. Ela simboliza nosso inconformismo, essa sensação estranha que se tem, no Rio Grande do Sul, de que se é brasileiro, mas antes de tudo gaúcho. Difícil explicar, mais fácil sentir.

***

Como toda data cívica no Brasil, é feriado no 20 de setembro. Mesmo sendo sábado, uma grande “galera” aqui em Taquara resolveu se reunir e fazer uma “indiada”, que é como se chama no Rio Grande do Sul aquelas atividades que soam estranhas à maioria das pessoas. O objetivo dessa turma era caminhar 16 km morro acima, e almoçar em uma localidade chamada Boa Esperança, na zona rural de Rolante, cidade vizinha à Taquara, e depois descer de van.

Sempre tive vontade de conhecer a Boa Esperança. A Nara sempre disse que era um lugar lindo, e que “um dia iríamos lá”... ela disse isso por, mais ou menos, 4 anos. Até que surgiu esse convite para a Caminhada Farroupilha, que é como se chamaria o evento, em homenagem ao nosso dia cívico. Conversei com a Márcia Diehl, que estava organizando o evento, e pedi para nos encontrarmos com eles no local do almoço, pois eu não tenho preparo físico para fazer essa caminhada e a Nara está com o joelho estourado, fruto de um tombo que ela levou no trabalho.

Eles toparam, e acabamos convidando os pais da Nara para ir junto. Como eles conheciam o caminho, isso me atalhou um bom tempo de preparação na semana anterior, pois eu não precisei ver mapas, etc. Além disso, eles são uma excelente companhia. Não fossem eles pais da Nara, seriam como um casal de amigos, de tão bem que a gente se dá. Tem gente que tem sogros chatos, e deve ser muito ruim, mas esse não é o meu caso.

O álbum do Picasa que fiz com algumas fotos do passeio fala por si: o local é lindo mesmo. A Nara não estava exagerando. A localidade, além desse nome supersimpático (Boa Esperança), é cercado de morros verdes, e tem uma meia dúzia de pontos turísticos, fruto do trabalho de uma ex-funcionária do grupo de Extensão Universitária da Nara na FACCAT, a Gláucia, que desenvolveu uma rota colonial nessa localidade.



Na subida, paramos na Cantina do Finger, um lugar simpático, atendido pelos proprietários, onde há degustação de produtos coloniais. E um vinho sensacional! Pena que eu era o motorista da vez...

Depois, fomos à Cantina da Figueira Branca, um lugar com uma comida sensacional, mas que só abre com reservas. Quem quiser, pode ligar para o número. O cartão da Figueira está nesse post.


O nosso álbum está em http://picasaweb.google.com/prof.iuri/20080920BoaEsperanca

Estou ficando um fotógrafo muito displicente: acabei não tirando fotos de meus amigos na caminhada. Minha sorte é que tinha mais gente com máquina nessa caminhada, como a Cássia, e vou colocar aqui as fotos dela:
http://picasaweb.google.com.br/cassiagsdias/CaminhadaRolanteBoaEsperanA#slideshow