segunda-feira, 19 de abril de 2010

Agricultura Orgânica

Hoje fui ao primeiro dia do encontro de Agricultura Orgânica da UCS.

Acho que posso considerar este como meus movimentos iniciais rumo à terceira fase da minha linha de pesquisa.

Em um primeiro momento, eu estava interessado na certificação do sistema de gestão ambiental na indústria. Depois, até por causa dos resultados desta primeira pesquisa, fiquei curioso com a gestão ambiental à montante na cadeia de suprimentos - ou seja, o que as empresas faziam para melhorar ou garantir o desempenho ambiental de seus fornecedores.

Num futuro próximo, minha investigação vai rumar para olhar para a cadeia produtiva como um todo, da produção mais básica (onde? Insumos? Grãos? Carne? Ainda não sei) até a ponta, na gôndola do supermercado. Talvez, com uma parceria com alguém de Marketing / Comportamento do Consumidor, até possamos tentar entender um pouco a cabeça de quem compra e, no fim das contas, determina como as coisas acontecem na cadeia.

Foi uma primeira aproximação de um objeto de pesquisa com o qual eu tenho pouca intimidade. Historicamente, eu me interesso pelo funcionamento de grandes empresas. Na área da produção primária, seja de grãos, de gado ou de cana, a grande empresa chama-se "fazenda", e é nela que acredito que deva focar. Bem, dependendo da conotação ideológica, também chamam a grande empresa agrícola de "latifúndio", onde se pratica o que chamam de "agricultura convencional" (em oposição à "agricultura alternativa"?).

Até hoje, eu achava inconsistente querer estudar grandes empreendimentos e alimentos orgânicos. Hoje ouvi uma história interessante. O Paulo D'Andrea, proprietário de uma empresa que faz, há mais de dez anos, um "fermento" para controlar a diversidade microbiológia no solo (Microgeo) contou que uma grande fazenda de cana em São Paulo, com mais de sete mil hectares, mantém mil hectares com "cana orgânica", sem qualquer certificação. Objetivo: nenhum relacionado a mercado, normalmente associados à produção orgânica (acesso a consumidores exigentes) e, obviamente, nem ideológicos, como parece ser a norma do setor. A preocupação parece ser meramente operacional: processar eficientemente os dejetos da propriedade. Opa! Interessou. Vou investigar mais a fundo esta história.

* * *

O que eu entendi da parte técnica (acho que estou ficando meio bom neste negócio de "pescar" coisas no meio de um monte de palavreado que não entendo nada - nunca tinha ouvido falar em rizosfera!):

* A raiz da planta é circundada e penetrada por centenas de bactérias e fungos, que se alimentam dos dejetos da planta e a protegem do ataque de outras bactérias e fungos que degeneram a planta.

* Cada bactéria é especialista em poucos tipos de plantas. Por ter entre 1 e 3 enzimas, elas não podem processar uma grande diversidade de alimentos (no caso, os polissacarídeos que a raiz da planta exuda).

* Com a redução da biodiversidade vegetal, causada pelo Homem (leia-se: monocultura), reduz-se a biodiversidade também das bactérias. Alguns agrotóxicos (herbicidas, inseticidas, etc.) também matam estas bactérias, deixando o solo sem vida microbiológica.

* Esta redução torna o solo (e as plantas) mais suscetíveis ao ataque de "pragas" (talvez a grande praga seja o próprio Homem... vai saber...)

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Isto posto, tenho de confessar que, racionalmente, não deveria ter ido. Estou atolado até o pescoço de coisas para fazer: artigos para finalizar, provas para elaborar, aulas para preparar. Enfim, tudo, menos alocar tempo escasso para um projeto de longo prazo... De qualquer maneira, eu aprendi uma coisa quando eu trabalhava como consultor. Eu costumava dizer que o trabalho no cliente era dinheiro no curto prazo, a prospecção de clientes (e atividades relacionadas, como participar de eventos de negócios) era dinheiro no médio prazo e aprendizado era dinheiro no longo prazo.

Hoje, como pesquisador, meu "dinheiro" é minha produção científica: artigos e orientações de alunos. Cada artigo que eu mando para um periódico, é claro, será uma produção no curto prazo. Cada aluno que oriento, e cada projeto de pesquisa que eu executo (ou seja, coleto dados) é produção no médio prazo. E projetos novos, ainda em gestação, são produção no longo prazo. Se eu não tiver tempo alocado para cada uma destas atividades, vai ter um "buraco" na minha produção, em algum momento, agora ou no futuro. É um equilíbrio delicado, mas eu vou ter que buscar.

domingo, 18 de abril de 2010

Nossa vida social em Garibaldi


Ontem à noite, dia 17 de abril, o Iuri e eu fomos ao jantar baile promovido pela APEME (Associação das Pequenas e Médias Empresas), de Garibaldi. Foi nosso primeiro evento social na cidade. A APEME organizou as mesas para o jantar baile, destinando os lugares àqueles casais que não tinham companhia previamente combinada. A nossa mesa, número 30, foi chamada de "Mesa das Instituições", pela APEME, pois estavam lá, a faculdade FISUL, a Câmara de Vereadores, o GTIC (Grupo de Tecnologia da Informação) de Garibaldi.
Os dois vereadores, senhores Eldo Milani e Moisés Nekel, estavam acompanhados de suas respectivas esposas, Silvana e Susana. O casal Milani é proprietário do Supermercado Milani, de Garibaldi. Gostamos muito das companhias, todos foram muito simpáticos e tivemos uma noite muito agradável. Logo após o jantar, o casal Eldo e Silvana Milani se retiraram, assim como o diretor da GTIC. Ficamos os 4: Iuri e eu, Susana e Moisés, conversando, bebendo um "espumante", é claro, e dançando de vez em quando.
Na foto acima, Moisés, Susana, Nara e Iuri, antes do jantar.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Herança Maldita

Esta coisinha, menor que um lápis, foi o que me sobrou de um laptop que eu comprei no Canadá. Eu estava lá, fazendo o doutorado, e precisei de uma máquina mais potente. Comprei um HP que estava de oferta... Quem viu "Marley e Eu"? No filme, o casal escolhe o filhote que estava em oferta e tomam na cabeça a vida inteira com ele.

Bom, com este laptop não foi diferente. Para começar, ele foi meu primeiro (e último) contato com o Ruindows Vista. O sistema é tão ruim que nenhuma universidade ainda o adotou, e já lançaram seu sucessor (a propósito, o que se encontra nos laboratórios de informática das universidades ainda é o velho e bom XP).

Além disto, eu descobri que meu computador havia sido usado, devolvido à loja e me vendido como novo! Fui lá reclamar e eles queria me cobrar um "restock fee", uma taxa para pegar de volta. Enfim, perdi mais tempo com o tal computador novo do que se tivesse mantido o velho e esperado um pouco mais para abrir os programas, ligar, etc...

No fim do ano passado, ele começou a mostrar um truque novo e perverso: ligava quando queria. Foi indo, indo, até o dia que eu tive que deixar ligado o tempo todo, sob pena de não conseguir mais trabalhar. Meus dados, a esta altura do campeonato, já estavam em um disco (HD) externo. Até o dia que ele morreu. Não ligava nem com banda de música tocando.

Desmanchei ele todo. Coloquei ele dentro de um saco plástico e levei para uns amigos que têm assistência técnica, para eles usarem as peças caso algum cliente precisar. Tirei as memórias, a fonte de energia e a bateria e dei para o Douglas, para ele mandar para uma amiga que tem HP. E fiquei com o disco rígido (HD), este da foto. Como ele tem 120 GB, comprei um adaptador (chama "case") para usar como HD externo. E usei como um pendrive gigantesco, transportando arquivos de trabalho.

Ontem trabalhei como um doido, dando os últimos retoques no plano de ensino e nas bibliografias da minha disciplina no mestrado (Gestão de Operações Sustentáveis). Quando chegou no final do dia, fechei todos os arquivos. Pensei: "Vai que acontece algo com este disco". Mandei o plano de ensino para mim, por email. Desliguei o disco, e quando fui guardar na minha pasta, não sei o que houve, mas sei que ele caiu no chão. Guardei ele e vim para casa trabalhar. Quando cheguei em casa, liguei o disco e... morto! Minha sorte é que eu tenho um programa (Synctoy) que sincroniza meus arquivos. Assim, eu "só" perdi um dia de trabalho. Podia ter perdido tudo... A Nara lembrou de uma outra história, em que perdi um dia inteiro de trabalho por causa da dupla Word 2007 / Windows Vista.

De qualquer forma, tudo resolvido. O HD da foto está estragado mesmo, e vai para a prova de arremesso à distância. O tal "case" vai ser guardado, para um outro momento. Comprei um HD externo novo para poder continuar trabalhando sem ter que levar um "chumbtop" (laptop pesado) para cima e para baixo. Consegui dar minha primeira aula hoje e entregar o plano de ensino para os alunos. Consegui baixar de novo todos os artigos que tinha baixado ontem, bem mais rápido, pois o link deles estava ainda no histórico do Firefox da minha máquina na universidade. Enfim, tudo resolvido. Me livrei da última peça do laptop maldito!