sábado, 31 de março de 2007

E com o sol, as flores!


Essas flores nasceram essa semana em frente à nossa casa aqui em London. Não é incrível a Natureza? Semana passada, elas e toda a grama estavam cobertas de gelo!

Semana de 27 a 30 de março de 2007


Nossas semanas têm um número de dias diferentes… Umas têm 10 dias, outras, apenas 4: depende do nosso tempo de fazer os registros.
Terça-feira foi outro dia quente (17ºC) e, embora o Iuri tivesse uns muitos artigos para ler, não resistimos e fomos dar uma caminhadinha, durante uns 20 minutos, apenas para “espairecer”.
Saímos pelas 16h30 e fomos para o outro lado do nosso bairro: tomamos o rumo da Riverside Rd que é uma avenida paralela à nossa pequena Kensington Ave. A Riverside, ao passar sobre o famoso Thames River (Rio Tamisa... na verdade, o famoso fica na Londres, UK... mas esse é famoso por aqui), se divide em duas outras ruas: A Dundas, em direção ao centro e a Queens, no sentido contrário: centro/bairros.
Registramos a vista do rio Tamisa, através de algumas fotos: o rio está um pouco acima de seu nível normal, tendo invadido parte do passeio que o margeia do outro lado da ponte.
Esse rio está em toda a parte na cidade de London, vai e vem, se bifurca ao longo de seu caminho por onde segue imponente e belo.
Lendo um pouco sobre a história de London, descobrimos que o Thames já foi muito importante para a economia da cidade, pois era o principal meio de acesso de mercadorias. Hoje, existem muitos parques às margens do Tamisa e vários esportes são praticados em seu leito.
Quarta-feira, embora o sol brilhasse bem bonito sobre London, a temperatura estava mais baixa, em torno de 8 graus.
Eu fui com o Iuri até a Western e pude conhecer as dependências da Richard Ivey Business School, onde se situa o escritório do Iuri.
Conheci a biblioteca, vi como são as salas de aula: nossa! São muito diferentes. As cadeiras são todas estofadinhas, dispostas em semicírculos e em níveis, como num cinema.
Aliás, são como as salas de aula que a gente vê nos filmes...
Fomos até a livraria e loja da Western (Uau!!!) Dá vontade de comprar uma porção de coisas, desde livros maravilhosos até camisetas, moletons, bonés, canetas etc, etc, etc.
No dia seguinte, quinta-feira, o Iuri saiu cedo para a UWO e eu fiquei em casa, estudando inglês e trabalhando on-line. Sim, eu não consigo ficar muito longe do meu trabalho na FACCAT e no DRS, então acompanho tudo o que acontece por lá e procuro ajudar no que é possível, com idéias e esclarecimentos.
À tarde, fui fazer compras no Cherryhill (o shopping da terceira idade). A foto mostra o estacionamento do Cherryhill, com muitos “carrões” e é impressionante mesmo, porque a maioria desses carrões é dirigida por mulheres ou senhores de cabeças-brancas. Fico imaginando como o poder aquisitivo e as relações sociais das pessoas são diferentes aqui no Canadá (especialmente os londrinos) e no Brasil. As pessoas de mais idade aqui têm vida social, mesmo com dificuldades de locomoção e os problemas que a “melhor idade” traz.
Fiquei constrangida em fotografar o interior do shopping, especialmente a praça de alimentação tomada de pessoas maduras, que sentam e tomam um café, fazem um lanche e conversam com seus amigos... Achei que poderia magoar alguém, se fotografasse, mas da próxima vez que eu for ao Cherryhill, prometo que vou criar coragem e registrar essas imagens para compartilhá-las com os leitores do nosso blog. Outra coisa que impressiona, principalmente nas imediações do Cherryhill, são os carrinhos – tipo cadeira de rodas elétrica – e outros artefatos utilizados pelos idosos para se locomoverem e fazerem suas compras. Preciso filmar isso e publicar no blog!
No caminho para esse shopping, por exemplo, parei num sinal que estava fechado para pedestres e aguardei até que abrisse. É uma larga avenida, a Oxford St, que tem umas três faixas de cada lado. Ao meu lado, estava uma senhora que parecia ter entre 65 e 70 anos de idade, sentada em seu carrinho elétrico – parecem uns triciclos. Quando o sinal abriu, nós duas iniciamos nossa travessia. Chegamos juntas ao outro lado, então deixei-a passar à minha frente, na calçada em direção ao shopping. Logo ela tomou distância e eu a perdi de vista, tal a velocidade que o veículo atinge – hehehe!
Na volta do Cherryhill, decidi tomar outro caminho alternativo e... não, eu não me perdi – hehe! A ruela chamada RATHOWEN, cuja sinalização está devidamente registrada na foto, tem casas lindinhas e é o tipo de rua onde a gente gostaria de morar. As casas aqui em London não têm cercas, a não ser aquelas onde há cãezinhos indefesos...
Achei muito engraçadinha uma churrasqueira no pequeno deck, com bujão de gás instalado, aguardando o fim de semana (eu acho!!!).
De volta a Wharncliffe St, a avenida que nos leva até nossa querida Kensigton Ave, nosso lar, filmei o nosso ônibus número 2, chegando numa das paradas, onde uma moça embarcou. Pois é, esse é o número 2 com extensão – Romeu e Julieta - (ainda não andamos num ônibus desses).
Hoje recebemos um e-mail de um morador de Porto Alegre, chamado Marcelo Guedes, que pretende vir para o Canadá com sua família e encontrou nosso blog. Disse ele, que gostou muito de nossas informações e pediu mais algumas dicas. Valeu Marcelo! Esperamos que seu sonho possa se realizar!

terça-feira, 27 de março de 2007

London: 17 º C

A segunda-feira foi surpreendente para nós, londrinos brasileiros! Tivemos 17º POSITIVOS e saímos pela cidade caminhando de camisetas de mangas curtas. Yesss!!!
Foi muito estranho, porque o dia amanheceu nublado. Até choveu, pelas 11 horas da manhã, e achávamos que nossos planos de sairmos para comprar frutas e legumes tinham ido, literalmente, "por água a baixo".
Para nossa alegria (principalmente do Iuri que estava lendo uns artigos chatos) depois do almoço o sol brilhou com tanta intensidade e beleza que não resistimos a vontade de "botar as manguinhas prá fora" e saímos a caminhar... E as surpresas não acabam por aí: descobrimos que o supermercado que fica junto à SEARS OUTLET é bem mais perto de nossa casa do que nos parecia nos dias de neve e frio - hehe!
Vimos pessoas tomando sorvete, uma moça correndo de shortinho, aproveitando para fazer sua ginástica e se bronzear um pouco. Essa moça parecia não estar querendo pagar nem academia de ginástica, nem salão de bronzeamento. (Risos)
Como dá para perceber nas fotos, estávamos mesmo com saudades de um solzinho...
Ah! Compramos limões brasileiros a CAD .99 cada três unidades.
Aliás, estamos encontrando quase tudo que temos no Brasil - um pouquinho mais caro às vezes - mas pelo menos não falta quase nada: falta queijo minas, farinha de mandioca e goiabada. Mas a gente passa bem sem esses ingredientes: substituímos pela Hemp Granola que ganhamos de nossa amiga Mary-Anne. Sim, e essa granola contém mesmo sementes de cânhamo (é só olhar as folhas de cânhamo na embalagem, na foto ao lado...), mas achamos que ainda não "deu barato" em nós - hehe!

Nara é o Kenny?


Como já havíamos dito, compramos um DVD com os melhores episódios do South Park.
Vai dizer que a Nara não está a cara do Kenny com seu casaco novo?

domingo, 25 de março de 2007

A missa de domingo

O "vídeo" aqui é uma montagem de uma foto que fizemos 2 semanas atrás com um trecho de um hino cantado hoje na Catedral Basílica de São Pedro, em London. Achamos que devíamos compartilhar essa maravilha com os leitores de nosso blog. Realmente, é um espetáculo fascinante. Hoje fomos à missa das 11h, que é só com coral. Na outra ocasião, assistimos à missa da 1h, que tem coral e cantora "solo"... Só estando lá para ver! Mas vale a pena clicar e ouvir um trechinho (são uns 45 segundos, a imagem não se move). Eu havia gravado só o som, mas como não tem como colocar só som no blog, fiz essa montagem no Windows Movie Maker e consegui mandar.
Aqueles que me conhecem a mais tempo devem estar se perguntando: "O Iuri na missa?". Não sou católico, fui batizado na Igreja Episcopal e confesso que só fui a batizados e casamentos na Igreja Católica. Mas nesse lugar distante, em que só temos um ao outro, achei que era minha obrigação não deixar a Nara sair sozinha para ir à missa, como faço normalmente em Taquara.
Aliás, pela mesma lógica, a acompanhei na missa em Garopaba, quando estivemos lá.
Esse era meu "moto" original. Mas estamos sozinhos, em uma situação em que a gente se sente cansado no final do dia só de tentar acompanhar as pessoas falando inglês, em que estamos longe (fisicamente, ao menos) dos amigos e familiares, principalmente dos filhos (quem acompanha minha relação com a Sofia entende de que estou falando). Nessa situação, essa uma hora de "silêncio", de trégua das intermináveis leituras de artigos científicos, de escutar alguém falar algo diferente de competição e criação de valor, isso tem me feito muito bem.
Ao contrário da Nara, não conheço absolutamente nada da liturgia católica. Aliás, nem da Episcopal. Então fico lá, em silêncio, acompanhando o que o padre fala. Quando as pessoas respondem, não entendo nada, porque falam muito baixo. Afinal, todos lá devem saber do que se trata. Ouço a homilia, reflito sobre o que o padre fala, e acompanho os hinos, porque antes de começar, a pessoa que está ao microfone indica o número dele e eu leio com a Nara no livro que fica no nosso banco.
Falando em homilia, acho interessante o paralelo entre o modelo de missa e de um seminário de mestrado/doutorado. Alguns professores adotam uma lógica bem semelhante a essa: os alunos apresentam alguns artigos, o que equivaleria às leituras e hinos, e o professor dá um fechamento, tentando costurar as idéias do artigo numa mensagem, o que equivaleria à homilia. Se a gente considerar que as universidades saíram da Igreja Católica, talvez vá se achar alguma origem comum nas duas práticas (aliás... esse nome, "seminário"...)
E falando em hinos, hoje estava lendo, acompanhando o coro, um desses que fala em proteção dos anjos, que nada de mal aconteça, e me lembrei muito da Sofia. Fiquei um pouco emocionado e pedi proteção para ela. Como ela me faz falta.

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sábado, 24 de março de 2007

A Semana - 17 a 24 de março de 2007

Bem, dessa vez resolvi fazer uma compilação da semana – que por conveniência, decidi que teria iniciado no sábado, dia 17 – risos.
Sábado, finalmente compramos nossa mesa de jantar, cuja foto já está no álbum de fotos de março.
Mary-Anne e Zenon nos apanharam em casa e saímos os quatro para a compra da mesa. Conseguimos comprar uma linda mesa oval, de madeira maciça e em excelente estado de conservação, numa dessas lojas de móveis usados, muito comuns aqui em London. A mesa custou apenas U$ 10 e ainda ganhamos quatro belas cadeiras em carvalho, presente do casal Zenon e Mary-Anne, nossos anjos da guarda aqui em London.
Eles disseram que tinham essas cadeiras e que nos emprestariam. Cada vez que eles mencionavam “oak chairs” eu ficava impressionada com a tranqüilidade do Iuri, pois, para mim, isso significava: “cadeiras de madeira oca”. Passei muitas horas preocupada, até chegarmos em casa no meio da tarde e o Iuri esclarecer que “oak” significa “carvalho”...
Nossos amigos têm um lindo automóvel Honda Civic de cor cinza e (acreditem!) colocamos a mesa no bagageiro desse carro (é só um sedan!): primeiro as quatro pernas (ou seriam quatro pés?) e depois o tampo, que nos obrigou a deixar a porta do bagageiro aberta, amarrada com algumas cordinhas emprestadas pela proprietária da loja. Imaginem a cena!!!
Da loja partimos para um restaurante português, pois Mary-Anne queria nos agradar, afinal, falamos português no Brasil – hehehe! Explicamos a ela que a língua que falamos é bem diferente daquela praticada no país de Camões.
O Iuri e a Mary-Anne desembarcaram do carro para ver se o restaurante era de seu agrado e, portanto de nosso agrado geral, enquanto Zenon tentava encontrar um lugar para estacionar o automóvel, que já era bem grandinho mesmo antes de ser estendido pelo tamanho da mesa – hehe!
Como estava frio, eu fiquei dentro do carro enquanto o Zenon o estacionava.
Eles fizeram sinal positivo e entramos, os quatro, no restaurante: era um local muito engraçado. O espaço pequeno, mas havia várias mesas e um balcão de bar... cheio de homens bigodudos tomando cerveja e assistindo a um programa de televisão portuguesa. Todos tivemos que conter os risos, pois a cena era realmente engraçada. Pena que esquecemos de levar nossa câmera nesse dia. Almoçamos e depois fomos para casa, pois precisávamos instalar a mesa e descansar um pouco, pois à noite iríamos jantar num restaurante grego, a convite de nossos amigos.
Às 18 horas aproximadamente, Zenon e Mary-Anne nos apanharam para irmos ao restaurante grego, onde encontraríamos um outro casal de amigos seus: a Larissa e o Steve, que há bastante tempo não se viam. Foi um jantar maravilhoso!
A Larissa conversava comigo, perguntava-me sobre meu trabalho, sobre meus filhos e eu respondia na medida do possível. Eu disse a ela que meu inglês ainda não estava muito bom ao que ela respondeu: “Não te preocupa, meu espanhol também não é nada bom!”
Espanhol? Pensei eu... Então descobri que muita gente aqui no Canadá pensa que falamos espanhol no Brasil...
Domingo de manhã ao acordarmos, tínhamos vontade de ir à missa, mas estava nevando tão fortemente e a temperatura havia caído consideravelmente... decidimos ficar em casa, pois aguardar ônibus na parada estava fora de cogitação.
Ficamos em casa e atualizamos o blog da semana anterior, filmamos a neve e assistimos a virada de tempo: à tardinha o sol estava brilhando imponente sobre London...
Na segunda-feira, o Iuri foi à UWO, cujo relato já está no blog (Brownbag seminar...).
Terça-feira eu fui ao Cherryhill comprar algumas coisas para casa e aproveitei para passear um pouco, enquanto o Iuri lia os textos para a aula do dia seguinte e preparava seus comentários.
Quarta-feira o Iuri passou o dia na UWO, pois tinha aula à tarde. Finalmente ele conseguiu seu ID e obteve o cartão de aluno da Universidade. Conseguiu também as chaves do seu escritório na UWO: ele conta os detalhes em outro post.
Enquanto isso, eu continuei com meu curso de Pecuária Leiteira na Internet e concluí o primeiro módulo bem antes do prazo determinado pelos coordenadores. :)
Além disso, também continuei estudando inglês, através do meu livro, de pesquisas na Internet e até conversei com um rapaz da empresa de energia que queria algumas informações sobre nosso contrato de aluguel... Consegui me comunicar com ele – yeah!!!
Quinta-feira o Iuri e eu saímos para o Wall-Mart e ficamos quase o dia todo fora de casa. Estava chovendo nesse dia. Fomos de ônibus: o número 2 e o número 13 e levamos em torno de 40 minutos até chegarmos à loja. Na volta, tivemos que tomar um táxi, pois tínhamos muitas compras para transportar até em casa e de ônibus... nem pensar – hehehe!
Ah! Compramos um conjunto de DVDs com os melhores episódios de South Park!!!
À noite, fomos com Mary-Anne e uma colega de trabalho dela: a Mary, assistir a uma peça de teatro intitulada: “Noise Off”, no teatro da escola onde o Zenon leciona. Ele é professor de montagem de cenários num curso de teatro do Fanshawe College. A peça foi maravilhosa e nos divertimos muito. Após o primeiro ato, tivemos um pequeno cocktail oferecido pelo College e, para nossa surpresa, o segundo ato apresentava o lado oposto do cenário, com a preparação dos atores para cada cena, as confusões, os dramas que os envolviam, suas paixões e seus desencontros, ao mesmo tempo em que a peça acontecia no lado certo do cenário (aquele que o público enxerga). Podíamos assistir, através da “janela” da suposta casa apresentada no cenário, a mesma encenação que víramos no primeiro ato, complementada pelas apresentações supostamente reais dos atores, do outro lado do espetáculo.
No intervalo entre o segundo e o terceiro ato, assistimos os alunos do Zenon retornarem o cenário à sua posição correta: de frente para a platéia e isso foi absolutamente emocionante para nós, leigos. A rapidez com que tudo acontece, a coordenação do pessoal – todos vestidos de preto para não serem percebidos – e a perfeição do cenário, são coisas realmente maravilhosas.
O terceiro ato consistiu de algo que deveria ser igual ao primeiro, entretanto, os atores estavam totalmente embriagados e desarrumados, devido às suas desavenças por detrás do cenário, vistas pela platéia durante o segundo ato. Foi algo surpreendente e encantador para nós.
Sexta-feira, dia 23 eu cozinhei, adivinhem o quê? FEIJÃO!!! Eu adoro feijão e ainda não tinha encontrado aqui no Canadá. Como conseguimos comprar um quilo de feijão no Wall-Mart, eu cozinhei na sexta – e ficou muito gostoso!!!
Ainda na sexta-feira, eu recebi um e-mail da UWO, informando que meu curso de inglês fora cancelado porque haviam poucos alunos inscritos e isso me entristeceu bastante.
Depois resolvi que faria um curso na área de gestão aproveitando os créditos já pagos pelo curso de inglês.
Neste sábado, dia 24, de manhã, nós saímos com Zenon e Mary-Anne e fomos visitar várias outras lojas de ofertas e, é claro, compramos mais coisas para nossa casa. Estamos tornando nosso lar mais confortável e bonito a cada dia. :) Pelo meio dia o Zenon teve que ir ao Fanshawe College pois tinha que coordenar duas apresentações da peça de teatro: uma em matiné e outra, à noite. Então, Mary-Anne e nós fomos almoçar e depois seguimos em peregrinação pelas lojas de London.
Nossa impressão é de que, tanto o Zenon quanto a Mary-Anne estão adorando essa história de visitar lojas diferentes, pois ficam impressionados com os baixos preços que estamos encontrando... A Mary-Anne, várias vezes disse, indignada, que pagara bem mais caro por isso ou aquilo: acho que ela vai pesquisar mais de agora em diante.
Inclusive, hoje aconteceu uma coisa bem engraçada, ainda pela manhã, quando o Zenon estava conosco. O Iuri perguntou-lhe se já havia usado o “capacete” que comprara em uma de nossas idas a essas lojas que vendem tudo que se pode imaginar, por preços inimagináveis...
A Mary-Anne, espantada, perguntou ao Zenon: Você comprou outro capacete?
Isso foi muito engraçado porque ele havia comprado o capacete (“Um capacete de Kevlar!” – repetia ele excitadíssimo na loja) e levado diretamente para a escola, pois queria “surpreender” seus alunos... e acabou foi surpreendendo sua esposa!
Mary-Anne disse que o Zenon é fanático por todo tipo de chapéus e capacetes e não resiste à vontade de comprar mais um, quando vê algo diferente. Aí o Iuri ficou constrangido por ter “entregue” o amigo – hehehe! Todos rimos muito da situação.
Mas nossa impressão é realmente de que, para eles, essa tem sido uma experiência muito excitante e eles têm se divertido muito também. Que bom!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Brownbag Seminar


Hoje fui a um "brownbag seminar" na universidade. A tradução literal seria "seminário do saco marrom", mas calma lá que não tem nada a ver com o que vocês estão pensando. Acho que o "saco marrom" tem relação com aquele saquinho de papel marrom que a gente vê nos filmes americanos, em que eles carregam o almoço para o parque. Deve ser.
Funciona assim: o seminário vai das 12h à 1h, e inclui um lanche leve (o "almoço" - aqui se come pouco no almoço). A gente chega na sala, que tem uma grande mesa de reuniões, e uma mesa auxiliar, ao lado, com bandejas com sanduíches, biscoitos (cookies), refrigerantes, sucos e água. Cada um se serve e senta à mesa. Aí começa o seminário. Pontualmente às 12h, para meu espanto...
Hoje foi assim: um dos pesquisadores da universidade enviou um artigo para ser publicado na conceituadíssima revista Administrative Science Quarterly. Ele recebeu os comentários do editor e 3 revisores anônimos. Então ele enviou o artigo (umas 45 páginas em espaço duplo) e os comentários (21 páginas, espaço simples) para uma lista de e-mails, da qual eu já faço parte, que inclui os alunos de doutorado daqui da universidade.
Todo mundo leu o artigo e os comentários e foi lá ajudar o autor. Como funcionou a dinâmica: como todos já haviam lido, ele (o autor) só comentou os pontos principais, "de boca", sem Powerpoint nem nada. Depois os presentes tentaram contribuir, esclarecendo pontos que ficaram omissos no texto e oferecendo sugestões, tanto do ponto de vista da teoria quanto da metodologia. Estávamos em 10 pessoas na sessão. Desses, uns 3 pareciam professores, e o resto eram os alunos de doutorado.
Foi uma coisa muito impressionante, pois não sei como seria entendido em nossa cultura uma sessão desse gênero. Primeiro, não sei até que ponto um aluno de um programa de doutorado brasileiro exporia aos seus colegas as mazelas e críticas recebidas ao artigo (os avaliadores foram bem rígidos na avaliação do artigo dele). Depois, não sei se os colegas ficariam à vontade para contribuir, e se alguém aqui, com a agenda pesada que se tem no Brasil (não sei como é no Canadá ainda) teria tempo ou disponibilidade para ler com atenção tanto o artigo quanto os comentários a ponto de fazer o tipo de sugestão que eu ouvi hoje.
A sessão terminou, para meu espanto, pontualmente à 1hora. Voltaram todos a seus afazeres.

Fotos de Março

Fizemos uma seleção de fotos e vídeos das últimas semanas. Observem, entre outras coisas, como o clima variou nesse curto período de tempo. Estão disponíveis em http://picasaweb.google.com/prof.iuri/200703London
Abraços a todos.
Iuri e Nara.

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Apple Loaf

Estivemos numa padaria italiana e compramos um "apple loaf". É um bolinho parecido com uma "cuca" alemã e é delicioso! Então eu fui pesquisar na internet, pois como eu disse anteriormente, estamos nos aperfeiçoando também na culinária...
Entrem no link a seguir para ver a receita traduzida. É de rolar de rir. Para ver a receita na versão original, acesse aqui.

domingo, 18 de março de 2007

Chegou a sexta-feira!

A sexta-feira foi um dia cheio (prá variar um pouco – risos). O Iuri foi para a UWO imprimir o material que terá que ler para a aula da próxima quarta-feira, dia 21. Finalmente ele conseguiu criar um usuário no sistema deles e pode acessar os textos e imprimir.
Eu aproveitei o tempo para organizar algumas coisas em casa, colocar roupas na lavadora e passar para a secadora... Temos uma lavanderia no porão. É um lugar bem interessante. Abaixo do prédio, no subterrâneo tem um grande porão, por onde circulam todos os encanamentos dos 4 apartamentos. Há uma porta no chão, com duas “folhas” – é tipo um alçapão – e eu o fotografei também. Abrindo-se essa porta, acessa-se a escada que leva à porta de entrada do porão. Logo na primeira sala do porão estão as duas máquinas: a lavadora e a secadora que são de uso comum dos 4 apartamentos. Na primeira vez que usamos a lavanderia, ficamos os dois juntos para marcar os tempos das máquinas. Naquela ocasião, fazia uma semana que tínhamos deixado o Brasil e, portanto, tínhamos bastante roupa para lavar. Não conhecíamos ainda o funcionamento das mesmas, mas o Zenon havia nos dado algumas dicas sobre os produtos que deveriam ou não ser usados nelas. Aqui, as pessoas costumam usar apenas sabão em pó na máquina de lavar, que tem opções de água fria, morna ou quente, em três níveis: alto, médio e baixo (mais ou menos como as brasileiras). Pode-se também escolher a modalidade – de acordo com o tipo de roupas a serem lavadas: mais delicadas, menos delicadas... Quanto à secadora, ela é grande, de chão, e usa-se um produto que amacia as roupas, não as deixa com aquele aspecto de roupa ressecada que é difícil de passar, sabem como é? Esse produto tem uma consistência difícil de narrar: Acho que é um pó impregnado em algo que parece um lencinho de papel e pode ter ou não ter perfume (conforme o gosto do consumidor). A gente põe esse “lencinho” sobre as roupas dentro da secadora e liga pelo tempo e temperatura que achar adequados. Ao final do processo, o “lencinho” apresenta-se como uma telinha, como um tecido tramado meio abertinho (como aqueles que se usa para bordar tapeçaria...) E a roupa, fica bem macia, dá para dobrar e guardar sem passar – uhuuuu! Isso é muito bom!!!
O Iuri voltou para casa pela uma hora da tarde, então fizemos nosso almoço: massa parafuso com molho de carne e salada verde (temperada com azeite de oliva e aceto balsâmico – hummm! Uma delícia!!!)
À tarde o Iuri teve que voltar à UWO pois tinha impresso um texto em duplicidade e precisava imprimir o primeiro artigo que havia esquecido. Eu aproveitei para fazer minha aulinha de Pecuária leiteira e estudar um pouco do meu livro de inglês: afinal, eu quero chegar para a primeira aula já afiada – hehehe!

Quinta-feira, dia 15 de março

O Iuri e eu tomamos nosso café da manhã e saímos para trocar o chinelinho de inverno que eu comprara para ele, no dia anterior. A numeração dos calçados aqui é diferente e fica difícil acertar sem experimentar.
Havia sol na rua e eu não imaginei o quão frio estaria. Saí pouco agasalhada e tivemos que esperar um bom tempo até o ônibus chegar. Andamos com o número 2 por umas cinco quadras, até a Oxford St onde descemos para esperar o número 17 (mesmo roteiro que eu fizera sozinha no dia anterior para ir à casa da Nicee). Esse ônibus demorou muito a chegar, creio que foi mais de 15 minutos. E nós dois parados na avenida tomando vento frio (gelado mesmo). Tentávamos conversar, cantar e ríamos bastante para ver se esquentávamos ou pelo menos, esquecíamos daquele intenso frio... Quase não se via neve na rua, pois o sol dos últimos dias já derretera a maior parte dela, mas o vento estava muito frio...
Tomamos o ônibus e fomos até a SEARS Outlet. Lá o Iuri comprou uma jaqueta de moletom com capuz, que é “O OURO!!!”, segundo ele. Já pode aposentar aquela outra horrorosa que ele tem. 
Saímos da loja e fomos até a parada do ônibus onde aguardamos por aproximadamente meia hora (pelo menos foi o que pareceu...). O frio estava insuportável, havia um vento gelado e eu descobri que estava realmente resfriada. Fomos ao Cherryhill nos aquecer um pouquinho e lá compramos algumas coisas que estavam faltando nas prateleiras da nossa casa: mais comida, é claro!!! Como a gente come nessa terra!!!
E preciso cuidar muito para não ficar com forma de “pipa” – hehehe!
Comemos umas fatias de pizza no Gino’s – do meu amigo fanho – hehe, claro que eu fui comprar, né? Afinal de contas, eu já estava acostumada com sua fala...
Havia uma feira de livros usados no Cherryhill, organizado pelo Rotary club de London. Os preços variavam de 50 cents a 3 dólares. Adivinha se não compramos? Desde “O Profeta”, de Gibran até livros sobre pesquisa e comportamento organizacional, sem esquecer a cozinha chinesa, compramos uns vários livros, com preços entre 50 cents e 1 dólar – todos por 6.50! Mais uma pechincha – hehe!
Voltamos para casa, pelas 16 horas, o Iuri fez um chá que eu tomei com uma aspirina (que eu comprei sozinha – eu mesma! :)
Fomos dormir e levantamos mais tarde, para minha aula de pecuária leiteira. O Iuri me ajudou com algumas planilhas de Excel, o que facilitou bastante os cálculos de cobertura, partos e períodos de lactação das vacas 

Meu primeiro dia na escolinha...

Estou cursando, como ouvinte, um seminário sobre criação de valor a partir da sustentabilidade. Então, cada sessão tem um professor responsável, que nos indica uma série de leituras, que devem ser feitas previamente à aula. Temos também que preparar um "resumo reflexivo", ou algo assim, sobre as leituras da semana, de no máximo duas páginas, que deve ser enviado até 2 horas antes do início da aula para o professor responsável pela sessão. Nada de extraordinário: é mais ou menos isso que tive que fazer em várias disciplinas, tanto no mestrado da UNISINOS quanto agora no doutorado da UFRGS. Os temas giram em torno dessa nova área, Responsabilidade Social Corporativa, na qual a gestão ambiental está se inserindo na Administração. Lembro que só se falava em "ecologia" (é o nome mais antigo de gestão ambiental) na Biologia, Química e Engenharias... tínhamos que achar uma porta para ela nas "Business Schools".
Mas vamos falar de amenidades, que é o que interessa. Em minha primeira aula, encontrei uma série de percalços.
O primeiro deles foi ao me apresentar. Eu disse meu nome, que era do Brasil e estava ali para fazer uma parte do meu doutorado, sob orientação do prof. Robert Klassen, que havia me dito que havia esse seminário e sugeriu que eu participasse. Entretanto, me atrapalhei com as palavras e lasquei: "Professor Klassen told me to...". Quando disse isso, gelei: "told me to" é "me mandou" (no sentido de ordenar). Eu parei e vi a cara de pavor de meus colegas: o cara veio aqui obrigado! A professora que está coordenando o seminário todo disse: "Então ele é teu orientador e te mandou para cá... estás fazendo por obrigação" ou algo assim. Aí eu pedi desculpas, disse que estava aqui fazia duas semanas e não sabia como dizer isso em inglês. Alguém sugeriu "recommended" - eu achei que recomendou era melhor do que mandou e disse que sim. Não tinha condições de explicar mais nada.
Bom. Aí começou o seminário. O professor provocava a discussão a respeito dos pontos dos textos e os alunos falavam. Nesse ponto, eu confirmei o que já havia imaginado nos lugares (restaurantes, cafeterias, lojas) que havia passado: meu inglês não é tão bom nem tão rápido quanto gostaria que fosse.
Havia lido isso em uma revista sobre intercâmbio uns poucos dias antes de sair do Brasil, e é verdade. Eu tinha feito 4 anos de inglês no Cultural Brasileiro Norte-Americano, em Porto Alegre, uma escola bem conceituada. Leio fluentemente em inglês, pelo menos os artigos científicos da minha área. Mas falar e ouvir os nativos falando é outra história.
Saí de lá com minha cabeça bem cansada, de ter que ficar acompanhando 3 horas de seminário.
Espero que esse período seja temporário, e passe rápido. E que o "sacrifício" de ficar inseguro nesse tipo de situação seja recompensado com a fluência verbal e escrita, tão necessária para poder interagir com meus pares em congressos científicos internacionais e poder publicar pesquisas em revistas científicas de ponta.
Para relaxar, fui fazer uma das coisas que me desestressa: compras!
Fui na livraria da universidade, que é tudo, inclusive livraria. Eles vendem papelaria, material de informática, artigos para presentes e roupas (com a logo da universidade), enfim... Para quem é de Taquara, é só imaginar uma loja com o mix de produtos da lojinha da FACCAT, com uma área... acho que equivale a um andar inteiro do prédio administrativo. A Nara vai lá qualquer dia desses e confirma a informação para vocês. Comprei o livro de inglês que a Nara vai usar no curso dela, que começa agora na última quarta-feira desse mês. Ela está tão "a fim" que já pegou o livro e começou a estudar! Eu achei muito legal: podem acreditar, tinha um tempo que eu fazia isso.

Novas aventuras na quarta-feira: dia 14

Bom, na quarta-feira, o Iuri levantou cedo, apesar de ter ido dormir muito tarde. Precisava se preparar para a aula: organizar o material, planejar o ir e o vir da Universidade. Ainda precisava enviar seu “paper semanal”, com as considerações sobre os textos.
Meus planos eram de ficar em casa e adiantar um pouco o meu curso de Pecuária Leiteira, mas recebi um telefonema da Nicee, uma brasileira que vive em London há dez anos, que conhecemos no Outlet da SEARS. Ela casou com um canadense chamado Mark, com quem tem 4 filhos: Timothy (7 anos), Alexandra (5), David (4) e Joshua (2). Os familiares da Nicee moram em Porto Velho – Rondônia e lá também está filho mais velho dela (17 anos), que resolveu voltar ao Brasil depois de morar em London por 9 anos.
O Iuri e eu almoçamos no restaurante familiar (West Side) e tomamos o ônibus número 2. Eu desci na Oxford St e o Iuri seguiu para a Universidade. Esperei o ônibus 17 (que emocionante – minha primeira saída sozinha em London...). Tirei até uma foto do ônibus vindo – hehe!
Fui até a SEARS Outlet (a Nicee mora lá perto) e aproveitei para comprar uns chinelinhos de inverno para o Iuri. Fui a pé até a casa da Nicee, cujo endereço é: 680, Thornwood Dr. Ela mora numa bela casa, num lindo bairro. Cheguei pelas 14h30min e ela estava me esperando. Conheci seus filhos Alexandra e Timoty (o David e o Joshua eu já conhecera na loja, outro dia).
Foi um passeio bem legal: O marido da Nicee chegou da Universidade e levou as crianças para passearem no parque. Enquanto isso, tomamos um chá com bolinhos (muffins) feitos pelos filhos da Nicee: claro que pedi a receita quando eles voltaram do passeio! A Nicee e eu conversamos bastante, eu filmei um esquilinho que veio comer no deck da casa. Uma gracinha! A chuva começou a cair e o Mark voltou com as crianças todas molhadas...
Eu ajudei a Nicee a preparar chá e dar biscoitos e muffins para as crianças. Depois fomos jogar cartas numa sala que fica no andar de baixo, ao lado da garagem. O nome do jogo? Um tal de “Crazy Eight”. O Timothy jogou ao meu lado e me ensinou as regras do jogo. Foi muito legal, pois eles repetiam os nomes das cartas e as regras, para que eu aprendesse em inglês. Eles são uns amores!!! Lembrei de quando meus filhos eram pequenos e jogávamos pife, canastra e como o Lucas ficava bravo quando não ganhava – hehehe!
Bem, às 16h30min eu me despedi e tomei o rumo de casa. Chovia e estava bem frio (ainda bem que eu tinha levado o guarda-chuva – hehe). Caminhei uns 300 metros mais ou menos até a parada de ônibus e aguardei uns 15 minutos até este chegar. Fui até a Wharncliffe onde tomei o ônibus da linha 2 e fui para casa. Minha cabeça começou a doer. Acho que foi o frio que estava a me provocar um resfriadinho. Assim que cheguei em casa, o Iuri me ligou dizendo que estava comprando meu livro de inglês (me matriculei num curso da UWO e minhas aulas começarão no dia 28) e já viria para casa... seguem as notícias do Iuri...

Terça-feira: há uma semana no nosso apartamento

Dia 13: Abri meus e-mails e tinha uma “chamadinha” do meu tutor do curso de Pecuária Leiteira. Não contei? Pois é, eu me inscrevi num curso em ambiente de ensino à distância (EAD) promovido pela EMATER – RS. Esse curso começou na segunda-feira (que feio, eu não entrei no ambiente no primeiro dia...). Então, o Breno, meu tutor chamou a atenção daqueles que ainda não tinham entrado no ambiente. Fiquei bem quietinha e entrei na minha primeira aulinha: estou adorando o curso. Coloquei respostas e opiniões no Fórum de discussões, acessei a biblioteca virtual, visitei o ambiente, me apropriei da idéia e comecei a estudar. Estou adorando o curso. Enquanto isso o Iuri passou o dia e a noite lendo seus textos, todo torto, no seu laptop – faz uma falta uma impressora... Fui dormir pelas 22 horas, mas o Iuri só foi deitar pelas 2h30min da madrugada de quarta-feira (claro, era o dia da sua primeira aula – hehehe).
Ligamos várias vezes para nossa cunhada Daniela Lehnen que mora no Rio de Janeiro, pois ela estava de aniversáio nesse dia. Ela não estava em casa, então mandamos um e-mail. Parabéns Dani!
Bem, de terça-feira não há muito o que contar. Vou deixar o Iuri falar de quarta-feira, de sua aula e eu também vou contar do passeio que fiz (SOZINHA) nesse dia 14.

Segunda-feira: uma semana no Canadá

O Zenon, proprietário do nosso apartamento, nos ligou logo cedo e combinamos de sairmos juntos para comprar nossa mesa e cadeiras.
Ficamos de nos encontrar por volta de meio dia. Como ainda era de manhã cedo, o Iuri e eu fomos até o shopping mais próximo para fazermos algumas comprinhas no Migthy Dollar, uma loja de “1,99”, que aqui eles chamam de “dollar stores”. Aliás, aqui tem “dollar stores” em qualquer shopping – até no bacana do Masonville Plaza. Fizemos nossas compras, o Iuri depositou o primeiro aluguel na conta da Mary-Anne, pois há uma agência do Scotiabank dentro desse shopping. Aliás, o nome desse shopping é Cherryhill. Como o Zenon não dava mais notícias, resolvemos ligar para ele. Ele disse que havia se atrasado mesmo e que ele nos ligaria quando estivesse liberado. Resolvemos comer uma pizza no Cherryhill (há uma pracinha de alimentação também). O Iuri foi ao balcão do “Gino’s Pizza” e pediu uma fatia de “Havaian”- uma pizza com pedaços de abacaxi. Como eu estava largando bolsa e compras sobre uma mesinha na praça de alimentação, o Iuri voltou, me entregou sua carteira e disse: “Vai até o balcão e pede a pizza que quiseres, eu pedi uma Havaian. Pega minha carteira e paga as duas fatias de pizza.”
Meio temerosa, pois ainda tenho dificuldades com o idioma e com as moedinhas (as moedas aqui tem os números muito pequenos – a única maneira de reconhecê-las é pelo tamanho, tarefa nada fácil para um estrangeiro recém-chegado), fui até o balcão, onde um simpático atendente me aguardava. Perguntei a ele qual era a cobertura da pizza Havaian, pois no nervosismo, nem me dei conta que estava tudo escrito em etiquetas dispostas ao lado de cada “modelo” de pizza, atrás de um balcão de vidro. Foi então que ele me perguntou: “Douwnanhavaian?” Olha, eu acho que mesmo escrevendo como eu escrevi, dá para entender melhor do que eu entendi, ouvindo-o perguntar. Além de falar em inglês, o coitado do homem era completamente fanho – Sério!!! Eu perguntei o que ele havia me perguntado, então ele chamou uma moça para me atender. Quase morri de vergonha e fiquei furiosa com o Iuri: onde já se viu, me aprontar uma dessas!!! Me trouxe para esse outro lado do mundo para me fazer pagar mico? Consegui pegar as duas fatias de pizza (a minha de calabresa – afinal é mais conhecida, né?) pagar a conta e voltar até a mesa. Não sabia se xingava o Iuri, pois o fato é que foi engraçado também. Cobrei do Iuri o fato de ele ter me colocado diante de uma pessoa fanha e ele começou a rir, pois na verdade, ele não ouvira a voz do rapaz. Limitara-se apenas a ler o sabor na etiqueta e pedir sua pizza escolhida. Comemos as nossas pizzas e fomos para casa aguardar o telefonema do Zenon, que não demorou muito.
Saímos com o Zenon, ele nos levou até uma loja chamada Goodwill (onde as pessoas doam o que não lhes é mais útil). Essa loja havia sido indicada pela Halina do B&B. Vimos uma mesa com 6 cadeiras por U$ 70 mas seu estado não parecia tão bom quanto a que víramos no dia anterior na loja fechada. Então fomos até a Dundas para conferir de perto essa super oferta da mesa com 4 cadeiras por U$ 150. Ah! Mas não saímos da Goodwill sem que eu comprasse um belo casacão com capuz de pelinhos (muito fofo, como diria a Vanessa...) por apenas U$ 8,85. Nem o Zenon acreditou – hehe!
Fomos até a Dundas St e chegamos na tal loja: Estava fechada e só abriria na terça-feira e lá estava aquela mesa com as 4 cadeiras, apenas vista da vitrina L. Então eu sugeri que fôssemos ao Wal-Mart (acho que viciei nesse lojão – hehe! Fomos lá e encontramos uma mesinha com 4 cadeiras (novinhas!!!) por U$ 150 também. Mas, conversa vai, conversa vem, eu não sabia se o Iuri gostara mais daquela mesa da lojinha da Dundas ou se preferia vê-la de perto antes de fechar negócio; O Iuri não sabia se eu preferia essa ou aquela e o Zenon já estava meio atrasado para seus compromissos. Então decidimos deixar a compra da mesa para outro dia e voltamos para casa com pão e uns biscoitos para o café. Ficamos um pouco tristes pois achamos que o Zenon estava desapontado com nossa indecisão. Mas enfim, eu disse ao Iuri: quem sabe vamos encontrar uma oferta bem melhor do que essas!
Por enquanto, continuamos a comer em cima de um rack bem baixinho - que todos já viram no nosso popular blog. J
Nessa noite estávamos cansados e o Iuri acabou não lendo seus textos. Ficou para terça-feira, afinal de contas, a aula seria somente na quarta – hehe!

Nosso primeiro domingo no Canadá


Durante a madrugada de sábado, o "Rancho dos Caubóis - danceteria" que fica na Wharncliffe, próximo à nossa casa, esteve bem movimentado. Domingo de manhã, o Iuri levantou cedo e retomou sua tradução do projeto de tese e, ao olhar pela janela, observou que nao havia sequer uma latinha de cerveja ou papel jogados nem no pátio da danceteria e nem na rua. Surpreendente, não?
Eu levantei mais tarde, tomamos café e saímos para a missa na Igreja que eu havia localizado pela Internet, ainda no Brasil: “The St Peter’s Cathedral Basílica” – sim, tem uma Basílica de São Pedro aqui também, não é só no Vaticano!
Tomamos o ônibus da linha 02 e seguimos pela Riverside Dr que se divide em outras duas ruas: a Queens Ave e a “famosa” Dundas St – aquela da webcam que está no nosso blog!!! Que emocionante!!!
Fomos pela Dundas St até a Richmond. Descemos do ônibus, mas dessa vez não tivemos que esperar pela linha 06, pois a igreja de São Pedro fica a apenas duas quadras da Dundas. Fomos a pé até a igreja. Linda igreja!!! Entramos e assistimos à missa em inglês. Não tive dificuldades, pois, além de saber um pouquinho de inglês, conheço bem o ritual da missa que é igual em todo o mundo, eu acho. Uma mulher, acompanhada por um fundo musical de órgão, cantava todas as músicas e nós, os fiéis, repetíamos os estribilhos. A voz da mulher é simplesmente maravilhosa. Digna de uma apresentação em grande estilo num teatro importante. Lembrou-nos da Christine, do Fantasma da Ópera, com sua voz angelical e poderosa!
Saímos da igreja às 14 horas. A missa teve uma hora de duração e seguimos caminhando pela Richmond, até a Dundas St. O Iuri queria encontrar algumas lojas de móveis usados que havíamos visto no guia telefônico e não tínhamos idéia da distância em que elas estavam da Richmond. Na esquina, dizia “120 Dundas”. Se fosse como no Brasil, mais uns 500 metros e estávamos lá, disse o Iuri, pois eram 662, 669 os números das lojas que havíamos visto. Seguimos então pela Dundas, direção leste. Passamos pela McKittrick’s, onde está instalada a webcam e abanamos. Vai que alguém estava circulando pelo blog naquela hora, né? Pelas ausência de manifestações, temos certeza de que ninguém nos viu pagar aquele miquinho – hehe!
Caminhamos, caminhamos, caminhamos e não chegávamos nunca ao número 669, onde estaria localizada a tal loja de móveis usados. Decidimos ir até a próxima parada de ônibus e voltar para casa (estávamos com fome, também). O ônibus passou antes de chegarmos à parada e o perdemos... Com muita coragem e frio, é claro, seguimos até o número 669. E lá descobrimos que não apenas havia apenas no número 669, mas muitas lojas de móveis havia ali na região, pena que todas estavam fechadas. Olhamos através das vitrinas e escolhemos uma mesa linda com 4 cadeiras que estava com preço exposto: U$ 150. Voltaríamos no dia seguinte... Procuramos uma parada e voltamos para casa com o ônibus número 20.
Decidimos almoçar num pequeno restaurantezinho próximo à nossa casa. É um restaurante familiar e sempre tem bastante movimento. A comida estava muito gostosa.
Chegamos em casa, o Iuri retomou a tradução de seu projeto de tese (pensaram que estava esquecido, não?) e foi até o final. Enviou as lâminas traduzidas ainda no domingo à noite, para o prof. Klassen. Missão cumprida! – Será???

O primeiro sábado em London CA


10 de março: Almoçamos salmão refogado (hmmmm!) e batatas com alcaparras. Ah! Teve também salada verde e, de sobremesa: chocolate suíço comprado no Free Shop de Guarulhos, SP. – Nós estamos nos aperfeiçoando também na culinária – hehehe!
Trapalhadas do dia:
O Iuri precisava fazer uma tradução do resumo de seu projeto de tese (um PowerPoint de 30 lâminas – com muito texto e poucas figuras - hehe) para enviar, por e-mail, ao professor Robert Klassen, seu orientador daqui, na University of Western Ontario (UWO). Então, o tempo era muito valioso! Mas precisávamos voltar até o Bed & Breakfast onde ficamos no primeiro dia em London, pois eu tinha esquecido uma calça jeans lá. Combinamos de irmos rapidamente lá e depois seguiríamos para o Wal-Mart comprar três abajures: um para o escritório, outro para o quarto e o terceiro para a sala. Aqui no Canadá não existem entradas para colocação de luz na parte superior dessas peças, somente na cozinha, no banheiro e no hall (corredor). Nos demais ambientes são usados abajures ou luzes indiretas (muito chique, como diria a Sofia numa situação dessas...). O Iuri precisava de um abajur no escritório, para poder trabalhar até mais tarde. Também precisávamos comprar comida para a janta de sábado e para o almoço de domingo.
Saímos de casa às 15 horas e tomamos dois ônibus: o número 2 que passa próximo à nossa casa, na Wharncliffe St, que nos levou até a Dundas com Richmond St, e o número 6, com o qual fomos até o B&B da sra. Halina Koch. Obviamente perdemos uns 20 minutos só esperando esses dois ônibus. Seguimos a pé até o B&B e fomos recebidos pela sra. Halina que nos convidou para entrar. Ficamos lá uns 15 minutos conversando, eu peguei minha calça e saímos. Corremos até a parada do ônibus, perto dali (dentro da universidade). Claro que tivemos que cruzar a Richmond St que é uma avenida bem movimentada. O Iuri correu na frente, pois o ônibus já estava na parada e eu, com medo de ser atropelada, fiquei esperando o sinal abrir para pedestres (sou muito certinha – hehe). Quase perdemos o ônibus número 13. Mas conseguimos embarcar. Sabíamos que o número 13 passaria na rua do Wal-Mart, mas o que não sabíamos é que ele iria no sentido contrário ao Wal-Mart. Quando chegamos ao Masonville Mall (aquele da Internet e dos celulares), o motorista olhou nosso mapa e disse: vocês precisam pegar o 31, não o 13. Então ele nos deixou numa parada e esperamos pelo outro ônibus da linha 13 que nos levou de volta à Universidade. Ali deveríamos pegar o número 31 que nos levaria, finalmente ao Wal-Mart. Eram 16h40 e o ônibus viria somente às 17 horas. (E o projeto de tese esperando pela tradução...)
Na parada do ônibus 31, conhecemos uma moça (aparentava uns 20 anos), muito simpática. O Iuri puxou papo com ela e descobriu que é doutoranda em genética e tem dois colegas brasileiros (mineiros, só podia ser...) que fazem pós-doutorado na UWO e trabalharam com ela no mesmo laboratório em que ela faz suas pesquisas.
A moça nos disse que no inverno canadense, o sol nasce pelas 8h30min e se põe pelas 16h30min (muito deprimente...). Em compensação, segundo ela, no verão o sol nasce às 4h30min e se põe pelas 22 horas (vamos conferir daqui uns dias se isso é verdade – hehe). O Iuri contou para ela que no Brasil as mulheres começam a procurar as academias de ginástica e serviços de bronzeamento artificial assim que a primavera aponta e ela riu dizendo que aqui não é diferente. Aliás, temos visto vários salões que oferecem esses serviços de bronzeamento em London. As pessoas são mais brancas aqui. Acho que é a neve – hehehe!
Perguntamos à moça como são chamados aqueles bichinhos pequeninos que comem nozes (esquilos – para nós). Ela disse que são chamados de squirrels (se pronuncia “squórrols”). O Iuri perguntou se eles são roedores. A moça riu e disse que sim, mas que mesmo assim, são muito “fofinhos”. Disse que odeia os ratos e os camundongos, mas ama os esquilos. O Iuri ficou muito intrigado e vai pesquisar cientificamente “o que os esquilos têm que os diferencia tanto dos outros roedores e que os tornam tão amados e populares entre as mulheres?”
Se ele descobrir, não sei se vai disseminar essa informação para os outros homens – hehehe! Talvez ele queira ganhar dinheiro vendendo essa informação preciosa.
Bem, aí se passaram os vinte minutos e o ônibus veio!!! UFA!!!
Que Ufa, que nada! Fomos ao Wal-Mart, mas levamos uma meia hora, pois a loja é bem longe de tudo o mais que tem nessa cidade. Descobrimos então, que teríamos 45 minutos se quiséssemos tomar o último ônibus de volta, pois o último ônibus passaria lá 18h26min (sim, eles têm os horários impressos de cada linha, e cumprem). Tivemos que caminhar até o Wal-Mart – que não fica na beira da estrada, NÃO!!! Ele fica a uns 300 metros da parada de ônibus e fomos correndo até a loja. Entramos, fomos até o setor de eletrodomésticos, pois afinal, quem tem “faro” para as ofertas??? Eu, né? Nesse caso, enquanto o Iuri achava umas “barbadas” de abajures por U$ 10, eu encontrei dois abajures em oferta por U$ 5 cada um. Levamos esses dois, ficou faltando um ainda, mas ficaria para outro dia. Não tínhamos tempo, pois já eram quase 18 horas e nosso último ônibus passaria em pouco tempo. Combinamos que cada um iria para um lado da loja para agilizarmos o processo. (Coisa de professores de Administração...). Então eu fui para o setor de comidas e o Iuri foi procurar lâmpadas para os abajures, cadernos para nossas aulinhas que estavam por iniciar na semana seguinte e uma tábua para cortar carne e legumes. Corríamos tanto que até parecia aqueles programas de TV, onde as pessoas têm 5 minutos para colocar no carrinho de compras tudo o que conseguirem a fim de levarem de graça. Apesar de aparentemente trágico... tudo é muito divertido depois que passa e a gente ri muito lembrando cada detalhe – hehehe!
Chegamos na parada do ônibus dez minutos antes dele. Estava esfriando muito, o sol já havia se posto e nossas compras estavam pesadas. Duas meninas orientais nos perguntaram onde poderiam tomar o ônibus no sentido contrário, pois não se via nenhuma parada no outro lado da rua. Não sabíamos e elas foram adiante, procurar sua parada. Na verdade, nem sabíamos se nós estávamos no lugar certo, pois era a mesma parada onde o ônibus nos largara às 17h30min. Pouco depois das 18h25min, um ônibus apontou na esquina e nos apavoramos ao ver o que estava escrito: 2 GARAGE. Ao parar, o motorista abriu a porta do ônibus e disse: “Yes, I’m the last one. I wish you have seen your faces!” Tradução: “Sim, eu sou o último. Gostaria que vocês tivessem visto suas caras!” Ele viu nosso pavor ao lermos a palavra garagem exposta na fachada daquele ônibus... Entramos e ele nos disse que nos deixaria na Wharncliffe St (nossa avenida conhecida!) e lá então poderíamos tomar o último ônibus de nossa breve saída: nosso número 2, que pára perto da nossa casa...
As meninas orientais também embarcaram no ônibus e perguntaram ao motorista se ele passaria numa certa rua (não lembro o nome) e ele disse que essa rua ficava fora da sua rota. Elas deram meia volta e o motorista as chamou dizendo: “Vocês têm que vir comigo. Eu sou o último ônibus dessa área. Eu as deixarei numa parada onde vocês tomarão o ônibus da linha 10.” Então fomos os quatro: Iuri, eu e as duas orientais – bem felizes em direção a nossos lares. Chegamos na parada da linha número 2 e estava tão frio que resolvemos caminhar uns 15 minutos até nossa casa ao invés de ficar esse tempo no frio esperando o ônibus. Cansados, instalamos os abajures, tomamos café, um banho bem quentinho e dormimos.
E a tradução do projeto de tese? Ficou esperando para domingo... Por esse sábado, já fora o bastante! Já passavam das 20 horas e o sono nos dominou absolutamente...

segunda-feira, 12 de março de 2007

Primeira Semana no Canadá

A foto aí do lado é do nosso primeiro dia no Canadá (5 de março de 2007, segunda-feira), logo que chegamos no Halina Koch Bed & Breakfast. Chegamos no Canadá sob forte nevasca. Pelo menos, para nós parecia forte. Mal entramos no B&B, largamos nossas coisas e mostrei no mapa (viva o Google Maps) a localização das duas casas que tínhamos em vista. A Halina, dona do B&B, nos indicou a que estamos agora, pela localização. Fomos atrás de um telefone, pela neve afora. Andamos 2 quadras até achar uma cafeteria. Não tínhamos moedas nem nada. O rapaz nos deixou ligar do telefone da cafeteria, se fôssemos rápidos. Liguei para o Zenon, que é o proprietário do que seria nosso apartamento. Ele ficou com pena da gente na rua com aquela neve e veio nos buscar de carro. Felizmente. Nos levou para ver o apartamento e fechamos. Ele nos levou no banco para abrirmos a conta. O gerente não estava e marcamos para o dia seguinte, 10 horas. Depois disso, nos levou para ver colchões. Estavam muito caros e acabamos comprando uma cama inflável, como as que se usam em camping. E um cobertor, travesseiros e várias outras coisas em outra loja (o Wal-Mart). A Nara então aprendeu suas 2 primeiras palavras em "Everyday English": CLEARANCE e ON SALE! Hehehe. E que faro ela tem! Quando eu vejo, ela sai com uma coisa com um preço absurdamente baixo de alguma gôndola.
Depois disso, voltamos para o B&B e lá dormimos.
No outro dia, tomamos o café da manhã no B&B, pegamos um táxi e fomos abrir a conta no banco. Depois pegamos outro táxi e levamos nossas bagagens para nosso apartamento. O segundo dia não foi mais fácil. Nesse dia fez também muito frio. Ainda não tínhamos roupas e calçados adequados para a neve. Sentíamos muito frio na rua. Nesse dia começamos a andar de ônibus, que por sinal são aquecidos. Precisávamos de telefones e internet. Eu li no guia que havia uma loja da Bell em um shopping perto daqui. Pegamos um ônibus perto de casa (a linha 2) e perguntamos para o motorista se ele passava lá. Ele disse para subirmos que ele nos explicava. Deixou-nos em frente da minha escola na Universidade de Western Ontario. Nessa cidade, quando se compra uma passagem de ônibus, se ganha um bilhete de transferência, que nos permite pegar quantos ônibus quisermos dentro de 90 minutos. Então, na prática, funciona como se fosse um metrô de superfície, com a vantagem de que se pode voltar, se for rápido, com a mesma passagem que se usou para ir. Na universidade, pegamos a linha 13 e fomos ao shopping, Masonville Place. Nesse shopping, falamos com 2 provedores de internet e 5 operadoras de telefonia móvel. Fizemos nossa carteira da Biblioteca Pública e mandamos emails para casa avisando que estávamos vivos. Pegamos os ônibus de volta para casa (13 e 2) e levamos os folders de internet e celular para estudar os valores. Ainda nesse dia, encontramos com o Zenon, que nos trouxe o contrato de aluguel para assinarmos, e nos indicou o local provável de mercados, pois ainda precisávamos comprar comida e produtos de limpeza. Saímos às 7 da noite para tentar comprar essas coisas. Não passava mais nem ônibus nem táxi e tentamos ir à pé, na neve, à noite... Não foi uma boa idéia, exceto pelo fato de que conhecemos um taxista que ... depois eu conto. Bom, gelados, entramos no primeiro "bolicho" que encontramos, e compramos água, suco, margarina, descartáveis (pratinhos, talheres e copos), pão e uma sopa Campbell's "pedaçuda", de carne. Saímos e fomos à cafeteria em frente, tentar comprar um café para levar para casa. Atravessamos correndo a rua, pois começara a nevar, e pegamos um ônibus, para descobrir que ele não nos levava para casa! Descemos na parada seguinte e voltamos até a cafeteria, que ficava em frente ao mercado do qual acabaramos de sair...
Quando entramos, havia um táxi parado ao lado (um ponto de táxi, pensei... ledo engano). Saímos com os cafés e uns bolinhos, felizes da vida que iríamos quentinhos para casa tomar café... O táxi não estava mais lá! Então tentamos esperar pelo ônibus indicado pelo outro motorista na parada. Que não vinha nunca! E nós, gelados até o osso! Então voltamos um pouco e entramos em uma pizzaria, e perguntei se o rapaz podia nos ajudar. Claro que podia. Ele se chamava Jesus! Não, não era o Cristo, mas se chamava Jesus e chamou um táxi para nós. Na volta, contamos nossa aventura para o taxista e dissemos que havíamos chegado do Brasil no dia anterior. Ele ficou apavorado: perguntou se tínhamos cobertores. Acho que se eu titubeasse ele ia em casa e trazia uns para nós emprestados! Mas expliquei que havíamos comprado um, mas não tínhamos roupas adequadas para o frio. Ele nos recomendou uma loja que vende roupas baratas, chegou até a escrever em um papel para nós. Ele achava que se chamava "Cires" ou "Sires" Outlet, na Oxford com Wonderland. Comemos a sopa, tomamos um banho quente, e fomos dormir. Tivemos que colocar palas, casacos e tudo o mais sobre nosso cobertor, porque parece que o aquecimento fica mais fraco à noite (ou não dá conta, sei lá) e passamos um pouco de frio. Nos abraçamos e "foi": dormimos. Mal, mas dormimos.
Na quarta-feira, fomos ao Shopping e contratamos os celulares e a Internet. Ligamos para o Zenon e ele nos pegou lá. Fizemos mais compras. Sempre na corrida! Temos medo de abusar do Zenon e queremos fazer as coisas correndo. Chegamos em casa sempre muito cansados. O pessoal da internet (na verdade, a empresa de TV a cabo) veio instalar a internet às 15h (se estivéssemos em casa mais cedo, teriam vindo mais cedo). Contratamos e tivemos a internet instalada no mesmo dia! E ainda não tivemos que contratar a TV a cabo para isso. Se tívessemos optado pelo provedor da companhia telefônica (Bell), não precisaríamos ter telefone fixo para isso! Só internet. No Brasil, quem quer internet da Brasil Telecom precisa pagar a mensalidade do telefone fixo, mais a internet e mais um provedor de acesso que não serve para nada...
No outro dia, quinta-feira, eu teria meu primeiro encontro com meu orientador daqui. O Zenon passou aqui em casa para largar umas coisas que ele nos emprestou e convidamos ele para um café. Ele tomou café com a gente e me deu uma carona para a universidade. Na volta, encontrei a Nara e pegamos o ônibus. O motorista disse: linha 2 até a Oxford depois linha 17 até Wonderland. Fomos. Chegando na esquina da Oxford com a Wonderland, encontramos a tal loja: "Sears Outlet". Achamos muita graça! Até então não havíamos almoçado. Como em todo lugar aqui tem comida (como comem esses canadenses!), esperamos encontrar algum lugar ali para comer. Essa loja fica em um "mini-shopping" que tem um restaurante indiano. Corajosos, pedimos um prato com um nome esquisito. Na verdade, dois: um só seria pouca desgraça. Era pimenta com alguma outra coisa para dar sustança...
Na Sears, éramos a classe média no paraíso do consumo! Encontramos sacolas de meias por poucos pilas, botinas impermeáveis de andar na neve por CAD 20, e assim por diante. Temos que fazer esse dindin da bolsa render, então... dê-lhe CLEARANCE e ON SALE!
Nesse mesmo "chopinzinho", tinha uma loja de alimentos. Compramos carne! Disseram para nós que era caríssimo, mas não achamos. Na verdade, ou nossa cidade é "fora da casinha" ou somos nós! Tudo nos parece mais barato aqui do que no Brasil! De eletrônicos a alimentos... fazendo a devida correção "paridade de compra". Se for fazer a conta pelo câmbio R$<>CAD, ainda assim tem coisas que valem a pena comprar para levar para casa no fim.
Na verdade, essa corrida maluca pelos preços baixos tem a seguinte explicação: provavelmente não poderemos levar embora para o Brasil muitas das coisas que comprarmos aqui, ou não teremos utilidade para elas lá (botinas para neve, por exemplo). Então, não faz sentido pagar muito para usar essas coisas por um ano. Tanto o Zenon quanto a mulher dele, a Mary-Anne, são professores universitários que tem a renda dos apartamentos como extra, então acho que isso os deixa menos "fominhas". Eles são super-preocupados com a gente. Zenon conta que quando ele e Mary-Anne foram para Toronto para ela fazer o doutorado dela, fizeram também o mesmo que nós (na verdade, acho que foram um pouco mais radicais até que nós).
Bom, nem tudo foi difícil nesses dias. Zenon é um grande cara e nos ajuda muito, muitas vezes apenas por nos dar uma referência de preço. CAD 20.00 é muito ou pouco por um jogo de louças? Não sabíamos. Outra coisa boa que nos aconteceu foi nosso apartamento: ele é muito bonitinho. Na verdade, ele é temporário. Ficamos aqui até 1 de maio, depois vamos para o apartamento ao lado, que está sendo reformado. Ou seja, vamos para um apartamento novinho em folha! Mas esse aqui está muito bom: é bem novo, quente e silencioso.
Se quiserem ver fotos e vídeos desses dias malucos, estão disponíveis em http://picasaweb.google.com/prof.iuri/200703PrimeiraSemanaNoCanad
Então... me perdoam por não conseguir colocar as notícias em "tempo real"? Nos próximos posts, conto nossas aventuras de sábado, em que voltamos ao Wal-Mart, dessa vez de ônibus , e de domingo, quando fomos assistir à missa na Basílica de São Pedro... no Canadá.

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sexta-feira, 9 de março de 2007

Indo para o Canadá

Como sempre, estou com uns dias de atraso na postagem de notícias... se fosse jornalista, já tinham me demitido! Mas assim que eu começar a atualizar nosso blog e vocês puderem acompanhar o ritmo alucinante que foi essa semana, acho que vão me perdoar. Ao invés de escrever muito, resolvemos, eu e a Nara, fazer fotos e vídeos curtos de partes da viagem. Talvez demore um pouco para baixar, mas nos dará menos trabalho [hehehe].
Fizemos o seguinte trajeto: Taquara (RS), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), Toronto (ON) e finalmente London (ON). Para aqueles que ainda acham que London é a capital da Inglaterra, e não a cidade-floresta, sugiro dar uma procurada na Wikipedia por London, Ontario.
Então, apreciem os nossos últimos momentos no Brasil e primeiros instantes no Canadá, olhando nosso álbum em http://picasaweb.google.com.br/prof.iuri/IndoParaOCanad
Vamos ver se no final de semana consigo colocar o material que ainda tenho na Internet e disponibilizar para vocês verem.
Em tempo: para abrir os vídeos do álbum (eles têm um ícone azul à esquerda), é só dar 2 cliques em cima da figura.

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