segunda-feira, 12 de março de 2007

Primeira Semana no Canadá

A foto aí do lado é do nosso primeiro dia no Canadá (5 de março de 2007, segunda-feira), logo que chegamos no Halina Koch Bed & Breakfast. Chegamos no Canadá sob forte nevasca. Pelo menos, para nós parecia forte. Mal entramos no B&B, largamos nossas coisas e mostrei no mapa (viva o Google Maps) a localização das duas casas que tínhamos em vista. A Halina, dona do B&B, nos indicou a que estamos agora, pela localização. Fomos atrás de um telefone, pela neve afora. Andamos 2 quadras até achar uma cafeteria. Não tínhamos moedas nem nada. O rapaz nos deixou ligar do telefone da cafeteria, se fôssemos rápidos. Liguei para o Zenon, que é o proprietário do que seria nosso apartamento. Ele ficou com pena da gente na rua com aquela neve e veio nos buscar de carro. Felizmente. Nos levou para ver o apartamento e fechamos. Ele nos levou no banco para abrirmos a conta. O gerente não estava e marcamos para o dia seguinte, 10 horas. Depois disso, nos levou para ver colchões. Estavam muito caros e acabamos comprando uma cama inflável, como as que se usam em camping. E um cobertor, travesseiros e várias outras coisas em outra loja (o Wal-Mart). A Nara então aprendeu suas 2 primeiras palavras em "Everyday English": CLEARANCE e ON SALE! Hehehe. E que faro ela tem! Quando eu vejo, ela sai com uma coisa com um preço absurdamente baixo de alguma gôndola.
Depois disso, voltamos para o B&B e lá dormimos.
No outro dia, tomamos o café da manhã no B&B, pegamos um táxi e fomos abrir a conta no banco. Depois pegamos outro táxi e levamos nossas bagagens para nosso apartamento. O segundo dia não foi mais fácil. Nesse dia fez também muito frio. Ainda não tínhamos roupas e calçados adequados para a neve. Sentíamos muito frio na rua. Nesse dia começamos a andar de ônibus, que por sinal são aquecidos. Precisávamos de telefones e internet. Eu li no guia que havia uma loja da Bell em um shopping perto daqui. Pegamos um ônibus perto de casa (a linha 2) e perguntamos para o motorista se ele passava lá. Ele disse para subirmos que ele nos explicava. Deixou-nos em frente da minha escola na Universidade de Western Ontario. Nessa cidade, quando se compra uma passagem de ônibus, se ganha um bilhete de transferência, que nos permite pegar quantos ônibus quisermos dentro de 90 minutos. Então, na prática, funciona como se fosse um metrô de superfície, com a vantagem de que se pode voltar, se for rápido, com a mesma passagem que se usou para ir. Na universidade, pegamos a linha 13 e fomos ao shopping, Masonville Place. Nesse shopping, falamos com 2 provedores de internet e 5 operadoras de telefonia móvel. Fizemos nossa carteira da Biblioteca Pública e mandamos emails para casa avisando que estávamos vivos. Pegamos os ônibus de volta para casa (13 e 2) e levamos os folders de internet e celular para estudar os valores. Ainda nesse dia, encontramos com o Zenon, que nos trouxe o contrato de aluguel para assinarmos, e nos indicou o local provável de mercados, pois ainda precisávamos comprar comida e produtos de limpeza. Saímos às 7 da noite para tentar comprar essas coisas. Não passava mais nem ônibus nem táxi e tentamos ir à pé, na neve, à noite... Não foi uma boa idéia, exceto pelo fato de que conhecemos um taxista que ... depois eu conto. Bom, gelados, entramos no primeiro "bolicho" que encontramos, e compramos água, suco, margarina, descartáveis (pratinhos, talheres e copos), pão e uma sopa Campbell's "pedaçuda", de carne. Saímos e fomos à cafeteria em frente, tentar comprar um café para levar para casa. Atravessamos correndo a rua, pois começara a nevar, e pegamos um ônibus, para descobrir que ele não nos levava para casa! Descemos na parada seguinte e voltamos até a cafeteria, que ficava em frente ao mercado do qual acabaramos de sair...
Quando entramos, havia um táxi parado ao lado (um ponto de táxi, pensei... ledo engano). Saímos com os cafés e uns bolinhos, felizes da vida que iríamos quentinhos para casa tomar café... O táxi não estava mais lá! Então tentamos esperar pelo ônibus indicado pelo outro motorista na parada. Que não vinha nunca! E nós, gelados até o osso! Então voltamos um pouco e entramos em uma pizzaria, e perguntei se o rapaz podia nos ajudar. Claro que podia. Ele se chamava Jesus! Não, não era o Cristo, mas se chamava Jesus e chamou um táxi para nós. Na volta, contamos nossa aventura para o taxista e dissemos que havíamos chegado do Brasil no dia anterior. Ele ficou apavorado: perguntou se tínhamos cobertores. Acho que se eu titubeasse ele ia em casa e trazia uns para nós emprestados! Mas expliquei que havíamos comprado um, mas não tínhamos roupas adequadas para o frio. Ele nos recomendou uma loja que vende roupas baratas, chegou até a escrever em um papel para nós. Ele achava que se chamava "Cires" ou "Sires" Outlet, na Oxford com Wonderland. Comemos a sopa, tomamos um banho quente, e fomos dormir. Tivemos que colocar palas, casacos e tudo o mais sobre nosso cobertor, porque parece que o aquecimento fica mais fraco à noite (ou não dá conta, sei lá) e passamos um pouco de frio. Nos abraçamos e "foi": dormimos. Mal, mas dormimos.
Na quarta-feira, fomos ao Shopping e contratamos os celulares e a Internet. Ligamos para o Zenon e ele nos pegou lá. Fizemos mais compras. Sempre na corrida! Temos medo de abusar do Zenon e queremos fazer as coisas correndo. Chegamos em casa sempre muito cansados. O pessoal da internet (na verdade, a empresa de TV a cabo) veio instalar a internet às 15h (se estivéssemos em casa mais cedo, teriam vindo mais cedo). Contratamos e tivemos a internet instalada no mesmo dia! E ainda não tivemos que contratar a TV a cabo para isso. Se tívessemos optado pelo provedor da companhia telefônica (Bell), não precisaríamos ter telefone fixo para isso! Só internet. No Brasil, quem quer internet da Brasil Telecom precisa pagar a mensalidade do telefone fixo, mais a internet e mais um provedor de acesso que não serve para nada...
No outro dia, quinta-feira, eu teria meu primeiro encontro com meu orientador daqui. O Zenon passou aqui em casa para largar umas coisas que ele nos emprestou e convidamos ele para um café. Ele tomou café com a gente e me deu uma carona para a universidade. Na volta, encontrei a Nara e pegamos o ônibus. O motorista disse: linha 2 até a Oxford depois linha 17 até Wonderland. Fomos. Chegando na esquina da Oxford com a Wonderland, encontramos a tal loja: "Sears Outlet". Achamos muita graça! Até então não havíamos almoçado. Como em todo lugar aqui tem comida (como comem esses canadenses!), esperamos encontrar algum lugar ali para comer. Essa loja fica em um "mini-shopping" que tem um restaurante indiano. Corajosos, pedimos um prato com um nome esquisito. Na verdade, dois: um só seria pouca desgraça. Era pimenta com alguma outra coisa para dar sustança...
Na Sears, éramos a classe média no paraíso do consumo! Encontramos sacolas de meias por poucos pilas, botinas impermeáveis de andar na neve por CAD 20, e assim por diante. Temos que fazer esse dindin da bolsa render, então... dê-lhe CLEARANCE e ON SALE!
Nesse mesmo "chopinzinho", tinha uma loja de alimentos. Compramos carne! Disseram para nós que era caríssimo, mas não achamos. Na verdade, ou nossa cidade é "fora da casinha" ou somos nós! Tudo nos parece mais barato aqui do que no Brasil! De eletrônicos a alimentos... fazendo a devida correção "paridade de compra". Se for fazer a conta pelo câmbio R$<>CAD, ainda assim tem coisas que valem a pena comprar para levar para casa no fim.
Na verdade, essa corrida maluca pelos preços baixos tem a seguinte explicação: provavelmente não poderemos levar embora para o Brasil muitas das coisas que comprarmos aqui, ou não teremos utilidade para elas lá (botinas para neve, por exemplo). Então, não faz sentido pagar muito para usar essas coisas por um ano. Tanto o Zenon quanto a mulher dele, a Mary-Anne, são professores universitários que tem a renda dos apartamentos como extra, então acho que isso os deixa menos "fominhas". Eles são super-preocupados com a gente. Zenon conta que quando ele e Mary-Anne foram para Toronto para ela fazer o doutorado dela, fizeram também o mesmo que nós (na verdade, acho que foram um pouco mais radicais até que nós).
Bom, nem tudo foi difícil nesses dias. Zenon é um grande cara e nos ajuda muito, muitas vezes apenas por nos dar uma referência de preço. CAD 20.00 é muito ou pouco por um jogo de louças? Não sabíamos. Outra coisa boa que nos aconteceu foi nosso apartamento: ele é muito bonitinho. Na verdade, ele é temporário. Ficamos aqui até 1 de maio, depois vamos para o apartamento ao lado, que está sendo reformado. Ou seja, vamos para um apartamento novinho em folha! Mas esse aqui está muito bom: é bem novo, quente e silencioso.
Se quiserem ver fotos e vídeos desses dias malucos, estão disponíveis em http://picasaweb.google.com/prof.iuri/200703PrimeiraSemanaNoCanad
Então... me perdoam por não conseguir colocar as notícias em "tempo real"? Nos próximos posts, conto nossas aventuras de sábado, em que voltamos ao Wal-Mart, dessa vez de ônibus , e de domingo, quando fomos assistir à missa na Basílica de São Pedro... no Canadá.

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Um comentário:

Marcia Diehl disse...

Que semaninha agitada, hein? Mas a cara de felicidade de vcs dois tá de deixar a gente sem palavras. Êta gente bem feliz!! uHu!!!