Meu primeiro dia na escolinha...
Estou cursando, como ouvinte, um seminário sobre criação de valor a partir da sustentabilidade. Então, cada sessão tem um professor responsável, que nos indica uma série de leituras, que devem ser feitas previamente à aula. Temos também que preparar um "resumo reflexivo", ou algo assim, sobre as leituras da semana, de no máximo duas páginas, que deve ser enviado até 2 horas antes do início da aula para o professor responsável pela sessão. Nada de extraordinário: é mais ou menos isso que tive que fazer em várias disciplinas, tanto no mestrado da UNISINOS quanto agora no doutorado da UFRGS. Os temas giram em torno dessa nova área, Responsabilidade Social Corporativa, na qual a gestão ambiental está se inserindo na Administração. Lembro que só se falava em "ecologia" (é o nome mais antigo de gestão ambiental) na Biologia, Química e Engenharias... tínhamos que achar uma porta para ela nas "Business Schools".
Mas vamos falar de amenidades, que é o que interessa. Em minha primeira aula, encontrei uma série de percalços.
O primeiro deles foi ao me apresentar. Eu disse meu nome, que era do Brasil e estava ali para fazer uma parte do meu doutorado, sob orientação do prof. Robert Klassen, que havia me dito que havia esse seminário e sugeriu que eu participasse. Entretanto, me atrapalhei com as palavras e lasquei: "Professor Klassen told me to...". Quando disse isso, gelei: "told me to" é "me mandou" (no sentido de ordenar). Eu parei e vi a cara de pavor de meus colegas: o cara veio aqui obrigado! A professora que está coordenando o seminário todo disse: "Então ele é teu orientador e te mandou para cá... estás fazendo por obrigação" ou algo assim. Aí eu pedi desculpas, disse que estava aqui fazia duas semanas e não sabia como dizer isso em inglês. Alguém sugeriu "recommended" - eu achei que recomendou era melhor do que mandou e disse que sim. Não tinha condições de explicar mais nada.
Bom. Aí começou o seminário. O professor provocava a discussão a respeito dos pontos dos textos e os alunos falavam. Nesse ponto, eu confirmei o que já havia imaginado nos lugares (restaurantes, cafeterias, lojas) que havia passado: meu inglês não é tão bom nem tão rápido quanto gostaria que fosse.
Havia lido isso em uma revista sobre intercâmbio uns poucos dias antes de sair do Brasil, e é verdade. Eu tinha feito 4 anos de inglês no Cultural Brasileiro Norte-Americano, em Porto Alegre, uma escola bem conceituada. Leio fluentemente em inglês, pelo menos os artigos científicos da minha área. Mas falar e ouvir os nativos falando é outra história.
Saí de lá com minha cabeça bem cansada, de ter que ficar acompanhando 3 horas de seminário.
Espero que esse período seja temporário, e passe rápido. E que o "sacrifício" de ficar inseguro nesse tipo de situação seja recompensado com a fluência verbal e escrita, tão necessária para poder interagir com meus pares em congressos científicos internacionais e poder publicar pesquisas em revistas científicas de ponta.
Para relaxar, fui fazer uma das coisas que me desestressa: compras!
Fui na livraria da universidade, que é tudo, inclusive livraria. Eles vendem papelaria, material de informática, artigos para presentes e roupas (com a logo da universidade), enfim... Para quem é de Taquara, é só imaginar uma loja com o mix de produtos da lojinha da FACCAT, com uma área... acho que equivale a um andar inteiro do prédio administrativo. A Nara vai lá qualquer dia desses e confirma a informação para vocês. Comprei o livro de inglês que a Nara vai usar no curso dela, que começa agora na última quarta-feira desse mês. Ela está tão "a fim" que já pegou o livro e começou a estudar! Eu achei muito legal: podem acreditar, tinha um tempo que eu fazia isso.
3 comentários:
Imagino que vc. deve ter ficado vermelho passando por tons de rosa, até chegar a cor normal. Quer uma conselho sobre a fluência na língua...fale e escute inglês o tempo todo, digo, todo!! Aproveita que a Nara vai ter que estudar e esquçam a língua da terra brasilis e falem apenas a local. Minha Professora de francês sempre me disse que só se fala se sonha na língua...
Oi Gustavo! Essa é uma boa idéia e sabes que de sábado para domingo eu sonhei em inglês!!! Fiquei impressionada e agora me sinto mais feliz com a dica da tua professora de francês... Abração!
Olá! Imagino que a fluência verbal ( e mental ) seja uma qualidade difícil mas adquirível com um pouco de prática. O "mergulho" vai ajudar. O que me deixaria preocupado em situação semelhante seria entender e vivenciar a cultura. Já notei o choque com o cumprimento de horário no seminário.
Daqui a um ano teremos "novos" Iuri e Nara.
um grande abraço
Roberto von Mengden
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