domingo, 18 de março de 2007

O primeiro sábado em London CA


10 de março: Almoçamos salmão refogado (hmmmm!) e batatas com alcaparras. Ah! Teve também salada verde e, de sobremesa: chocolate suíço comprado no Free Shop de Guarulhos, SP. – Nós estamos nos aperfeiçoando também na culinária – hehehe!
Trapalhadas do dia:
O Iuri precisava fazer uma tradução do resumo de seu projeto de tese (um PowerPoint de 30 lâminas – com muito texto e poucas figuras - hehe) para enviar, por e-mail, ao professor Robert Klassen, seu orientador daqui, na University of Western Ontario (UWO). Então, o tempo era muito valioso! Mas precisávamos voltar até o Bed & Breakfast onde ficamos no primeiro dia em London, pois eu tinha esquecido uma calça jeans lá. Combinamos de irmos rapidamente lá e depois seguiríamos para o Wal-Mart comprar três abajures: um para o escritório, outro para o quarto e o terceiro para a sala. Aqui no Canadá não existem entradas para colocação de luz na parte superior dessas peças, somente na cozinha, no banheiro e no hall (corredor). Nos demais ambientes são usados abajures ou luzes indiretas (muito chique, como diria a Sofia numa situação dessas...). O Iuri precisava de um abajur no escritório, para poder trabalhar até mais tarde. Também precisávamos comprar comida para a janta de sábado e para o almoço de domingo.
Saímos de casa às 15 horas e tomamos dois ônibus: o número 2 que passa próximo à nossa casa, na Wharncliffe St, que nos levou até a Dundas com Richmond St, e o número 6, com o qual fomos até o B&B da sra. Halina Koch. Obviamente perdemos uns 20 minutos só esperando esses dois ônibus. Seguimos a pé até o B&B e fomos recebidos pela sra. Halina que nos convidou para entrar. Ficamos lá uns 15 minutos conversando, eu peguei minha calça e saímos. Corremos até a parada do ônibus, perto dali (dentro da universidade). Claro que tivemos que cruzar a Richmond St que é uma avenida bem movimentada. O Iuri correu na frente, pois o ônibus já estava na parada e eu, com medo de ser atropelada, fiquei esperando o sinal abrir para pedestres (sou muito certinha – hehe). Quase perdemos o ônibus número 13. Mas conseguimos embarcar. Sabíamos que o número 13 passaria na rua do Wal-Mart, mas o que não sabíamos é que ele iria no sentido contrário ao Wal-Mart. Quando chegamos ao Masonville Mall (aquele da Internet e dos celulares), o motorista olhou nosso mapa e disse: vocês precisam pegar o 31, não o 13. Então ele nos deixou numa parada e esperamos pelo outro ônibus da linha 13 que nos levou de volta à Universidade. Ali deveríamos pegar o número 31 que nos levaria, finalmente ao Wal-Mart. Eram 16h40 e o ônibus viria somente às 17 horas. (E o projeto de tese esperando pela tradução...)
Na parada do ônibus 31, conhecemos uma moça (aparentava uns 20 anos), muito simpática. O Iuri puxou papo com ela e descobriu que é doutoranda em genética e tem dois colegas brasileiros (mineiros, só podia ser...) que fazem pós-doutorado na UWO e trabalharam com ela no mesmo laboratório em que ela faz suas pesquisas.
A moça nos disse que no inverno canadense, o sol nasce pelas 8h30min e se põe pelas 16h30min (muito deprimente...). Em compensação, segundo ela, no verão o sol nasce às 4h30min e se põe pelas 22 horas (vamos conferir daqui uns dias se isso é verdade – hehe). O Iuri contou para ela que no Brasil as mulheres começam a procurar as academias de ginástica e serviços de bronzeamento artificial assim que a primavera aponta e ela riu dizendo que aqui não é diferente. Aliás, temos visto vários salões que oferecem esses serviços de bronzeamento em London. As pessoas são mais brancas aqui. Acho que é a neve – hehehe!
Perguntamos à moça como são chamados aqueles bichinhos pequeninos que comem nozes (esquilos – para nós). Ela disse que são chamados de squirrels (se pronuncia “squórrols”). O Iuri perguntou se eles são roedores. A moça riu e disse que sim, mas que mesmo assim, são muito “fofinhos”. Disse que odeia os ratos e os camundongos, mas ama os esquilos. O Iuri ficou muito intrigado e vai pesquisar cientificamente “o que os esquilos têm que os diferencia tanto dos outros roedores e que os tornam tão amados e populares entre as mulheres?”
Se ele descobrir, não sei se vai disseminar essa informação para os outros homens – hehehe! Talvez ele queira ganhar dinheiro vendendo essa informação preciosa.
Bem, aí se passaram os vinte minutos e o ônibus veio!!! UFA!!!
Que Ufa, que nada! Fomos ao Wal-Mart, mas levamos uma meia hora, pois a loja é bem longe de tudo o mais que tem nessa cidade. Descobrimos então, que teríamos 45 minutos se quiséssemos tomar o último ônibus de volta, pois o último ônibus passaria lá 18h26min (sim, eles têm os horários impressos de cada linha, e cumprem). Tivemos que caminhar até o Wal-Mart – que não fica na beira da estrada, NÃO!!! Ele fica a uns 300 metros da parada de ônibus e fomos correndo até a loja. Entramos, fomos até o setor de eletrodomésticos, pois afinal, quem tem “faro” para as ofertas??? Eu, né? Nesse caso, enquanto o Iuri achava umas “barbadas” de abajures por U$ 10, eu encontrei dois abajures em oferta por U$ 5 cada um. Levamos esses dois, ficou faltando um ainda, mas ficaria para outro dia. Não tínhamos tempo, pois já eram quase 18 horas e nosso último ônibus passaria em pouco tempo. Combinamos que cada um iria para um lado da loja para agilizarmos o processo. (Coisa de professores de Administração...). Então eu fui para o setor de comidas e o Iuri foi procurar lâmpadas para os abajures, cadernos para nossas aulinhas que estavam por iniciar na semana seguinte e uma tábua para cortar carne e legumes. Corríamos tanto que até parecia aqueles programas de TV, onde as pessoas têm 5 minutos para colocar no carrinho de compras tudo o que conseguirem a fim de levarem de graça. Apesar de aparentemente trágico... tudo é muito divertido depois que passa e a gente ri muito lembrando cada detalhe – hehehe!
Chegamos na parada do ônibus dez minutos antes dele. Estava esfriando muito, o sol já havia se posto e nossas compras estavam pesadas. Duas meninas orientais nos perguntaram onde poderiam tomar o ônibus no sentido contrário, pois não se via nenhuma parada no outro lado da rua. Não sabíamos e elas foram adiante, procurar sua parada. Na verdade, nem sabíamos se nós estávamos no lugar certo, pois era a mesma parada onde o ônibus nos largara às 17h30min. Pouco depois das 18h25min, um ônibus apontou na esquina e nos apavoramos ao ver o que estava escrito: 2 GARAGE. Ao parar, o motorista abriu a porta do ônibus e disse: “Yes, I’m the last one. I wish you have seen your faces!” Tradução: “Sim, eu sou o último. Gostaria que vocês tivessem visto suas caras!” Ele viu nosso pavor ao lermos a palavra garagem exposta na fachada daquele ônibus... Entramos e ele nos disse que nos deixaria na Wharncliffe St (nossa avenida conhecida!) e lá então poderíamos tomar o último ônibus de nossa breve saída: nosso número 2, que pára perto da nossa casa...
As meninas orientais também embarcaram no ônibus e perguntaram ao motorista se ele passaria numa certa rua (não lembro o nome) e ele disse que essa rua ficava fora da sua rota. Elas deram meia volta e o motorista as chamou dizendo: “Vocês têm que vir comigo. Eu sou o último ônibus dessa área. Eu as deixarei numa parada onde vocês tomarão o ônibus da linha 10.” Então fomos os quatro: Iuri, eu e as duas orientais – bem felizes em direção a nossos lares. Chegamos na parada da linha número 2 e estava tão frio que resolvemos caminhar uns 15 minutos até nossa casa ao invés de ficar esse tempo no frio esperando o ônibus. Cansados, instalamos os abajures, tomamos café, um banho bem quentinho e dormimos.
E a tradução do projeto de tese? Ficou esperando para domingo... Por esse sábado, já fora o bastante! Já passavam das 20 horas e o sono nos dominou absolutamente...

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