domingo, 6 de dezembro de 2015

Conhecendo Seattle

Logo que nos encontramos no aeroporto de Seattle, nossa primeira ação foi comprar dois passes da empresa ORCA – cartões - de trem/ônibus e partir em direção ao nosso hotel.
Compramos os dois cartões e subimos para pegar o trem e seguir o mapa que o Iuri já tinha impresso, ainda em casa, antes de partirmos.

Cartões de passe para o trem




Entramos no trem (bem semelhante ao nosso trensurb gaúcho, mas com assentos melhores) e procuramos pelo local onde deveríamos passar os cartões.
Imagem do trem de Sattle
Alguns passageiros nos informaram que deveríamos ter passado os cartões numas leitoras no térreo e então, antes de conseguirmos sair do trem, as portas fecharam. Nos aconselharam a desembarcar na primeira estação, descer e passar os cartões.
Foi o que fizemos, desembarcamos na estação seguinte. O trem foi embora e o Iuri desceu as escadas com os cartões, enquanto eu fiquei esperando, com as malas, na estação. Embarcamos no próximo trem e seguimos viagem até a estação da universidade, onde, conforme o mapa, tomaríamos um ônibus para o hotel.
O motorista do ônibus não sabia onde poderia nos deixar para chegarmos ao hotel e sugeriu que perguntássemos a uns fiscais que estavam naquela estação. Perguntamos e, os dois homens, muito solícitos, também não souberam nos dar a informação de qual ônibus deveríamos pegar e indicaram uma saída para tomarmos um táxi. Essa estação era subterrânea, então, tivemos que subir as escadas (felizmente as escadas rolante daqui funcionam bem) e chegamos à rua, onde conseguimos um táxi.
O taxista, super simpático, nos deixou em frente ao nosso hotel, o ACE HOTEL, na 1st Avenue.
Eu em frente ao ACE hotel

O atendente do hotel, um simpático rapaz chamado Everet, nos recebeu muito bem, desceu a escadaria de madeira e subiu com nossas malas. (Em outro post, falaremos sobre o hotel, que, recomendamos a quem quiser vir a Seattle).
Por indicação do Everet, saímos para jantar num pub, chamado Local 360, a duas quadras do nosso hotel. O jantar foi ótimo, num ambiente super aconchegante.

Nós no Local 360

Como a conferência do Iuri só começaria no sábado, no dia seguinte à nossa chegada, sexta-feira, saímos para conhecer um pouco da cidade.
Depois do café da manhã no hotel, fomos a um mercadinho na frente do hotel, onde comprei um par de luvas a U$ 2,99, já que o frio estava intenso por aqui.
Em seguida, fomos ao Wallgreens, uma dessas farmácias norte-americanas que vende de tudo, mais parece um mini mercado dos nossos.
Obs.: Há uns 5 anos, mais ou menos, eu tomo vitamina C, todos os dias e, numa dessas vindas do Iuri, aos Estados Unidos, ele descobriu a mina de ouro das vitaminas C, potes com 300 cápsulas de 1mg, a um custo muito inferior às pastilhas efervescentes que compramos no Brasil. Então, cada vez que ele vem para os Estados Unidos, leva uns dois potes para casa, assim, temos vitamina C para um ano inteiro.
Depois de deixar nossas compras no hotel, saímos para um passeio às margens do rio, visitamos o Porto e um parque bem bonito, onde se encontra o Museu de Arte de Seattle.
Imagem do Pier do Porto de Seattle

Vista das montanhas com neve e Marina de
Seattle

Iuri no Porto com Space Needle, ao fundo
Nós com a Space Needle, ao fundo







































E, por aí, já passava da uma hora da tarde e estávamos com fome.

Fomos conhecer o Mercado Público - Pike Market, onde os agricultores expõem seus produtos: frutas, verduras, legumes, peixes, carnes, artesanato - de forma bem semelhante ao Mercado Público de Porto Alegre.

Eu no Pike Market
Almoçamos num desses restaurantes, com vista para o rio e para a roda gigante, um dos pontos turísticos de Seattle.

Almoço no Pike Market
Depois disso, tomamos um sorvete numa banca (semelhante à banca 40 do Mercado Público de Porto Alegre) e seguimos caminhando.


Apreciando o sorvete do Mercado Público
Vimos uma queijaria, onde a fabricação fica exposta por uma vidraça, para o público externo. Conseguimos apreciar a fabricação dos queijos que eram vendidos na loja anexa.







Passamos pelo Starbucks number one - o primeiro Starbucks. Sim, o Starbucks nasceu em Seattle e, ao longo dos dias, percebemos a presença massiva dessas cafeterias, nas ruas da cidade. A propósito, não conseguimos entrar no Starbucks número 1, dada à fila de gente para conhecer esse lugar famoso.

Iuri na calçada em próximo ao Starbucks number one

Fila diante do Starbucks number one

Voltamos ao hotel, lá pelas quatro horas da tarde, com muito frio na rua.
Observação: Todos esses passeios, fizemos caminhando e minhas pernas já estavam sentindo o peso do dia. Mas se vocês pensavam que as caminhadas terminaram por aí, estão enganados!

Paisagens de final de outono

Um dos vários Starbucks da ciadade (este na rua do Ace Hotel)

Vista das monhanhas nevadas - foto tirada na praça do Pike Market

Linda árvore de outono na frente do Pike Market

Depois de uma pausa para começar a escrever o texto da nossa viagem, para o blog, saímos em direção a um Shopping, onde jantaríamos e faríamos algumas compras. A ideia do Iuri era de ir ao Best Buy e ao Target (duas lojas que ele adora), que se localizam perto desse Shopping.
Fomos, caminhando, até a parada do ônibus, umas cinco quadras a leste do hotel, mais umas cinco quadras ao sul.
Tomamos o ônibus que nos levou até o Shopping, ou melhor, a uma quadra dele.
Uma das lojas com liquidação Black friday

Andamos um pouco pelo Shopping- claro que procurando pelas ofertas - e acabamos encontrando uma loja de vestuário e acessórios (tipo a Renner), chamada Ross, cujo slogan  é: "Dress for less". Depois de muita experimentação de roupas, compramos o que queríamos e fomos comer algo numa lanchonete por ali mesmo.
Saímos e fomos ao Best Buy, onde estão à venda o que há de mais interessante e deslumbrante em termos de eletrônicos.
Infelizmente, nessa época de dólar super valorizado em relação ao nosso real, não deu para comprar muita coisa.
Eram umas oito e meia da noite e eu pedi ao Iuri para ir para casa, pois estava realmente cansada, por causa da viagem longa, do fuso horário e, é claro, das caminhadas do dia.
Depois de correr um pouco para alcançar o ônibus, antes que saísse da parada, conseguimos voltar ao hotel, cansados, mas felizes.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Viajando para Seattle

Há vários anos, o Iuri tem participado do Decision Sciences Institute - DSI - um congresso científico de administração e, esta foi a primeira vez que eu consegui viajar com ele. Ops! Viemos para o mesmo destino, mas fizemos viagens separadas. O Iuri se inscreveu no congresso e comprou suas passagens em agosto e, somente em setembro, eu decidi que viria com ele. Não consegui passagens para os mesmos vôos que ele, então, saímos no mesmo dia, 18 de novembro, em horários diferentes. O Iuri embarcou às 17h45min, em direção ao Rio de Janeiro e eu, às 19h03min, para São Paulo. 

Iuri embarcando em Porto Alegre
Tive que receber meus tíckets da United Airlines e correr para a fila da Polícia Federal, pois, segundo o rapaz do chekin, a fila estava grande e, apesar de ser apenas 21h30min e de que minha chamada seria só às 22h10, era possível que não chegasse a tempo. Bem, a fila dava umas 10 a 15 voltas e, no meio dela, tinha uns policiais federais com uns enormes cães, aterrorizadores... Enquanto eu estava na fila, mudaram o meu portão de embarque e eu não escutei o aviso. Passei pelos raios x e cheguei ao portão previamente marcado e não tinha ninguém por lá. Fui perguntar a uma moça da Air Canada e ela respondeu: "agora não posso falar, pois estou muito ocupada". Fiquei esperando alguns segundos e saí pelo aeroporto, perguntando a outras pessoas até que descobri que meu vôo sairia no próximo portão. Ufa! Nunca fiquei tão feliz por encontrar uma fila enorme à minha frente. (risos).
Nara embarcada em Porto Alegre


Subi a bordo e fui me acomodando no meu banco, graças a Deus, tudo certo até ali (eu estava faminta! Com tanta correria, não deu tempo de fazer um lanche no aeroporto. Mas, felizmente, a United Airlines serviu um jantar gostoso, com mousse de chocolate, de sobremesa (em torno de 1 hora da manhã, já que meu vôo partiu às 23h20min). Meu banco era no corredor, na fileira central do avião e, ao meu lado, estava uma senhora e seu esposo. O casal era um pouco fofinho e ela ocupou o braço direito do meu banco, o que não me incomodou, já que eu podia usar o braço esquerdo. Lá pelas tantas, todos foram se preparando para dormir e eu também o fiz. Escovei os dentes, coloquei meu tapa-olho, coloquei o travesseiro do avião nas costas e o meu travesseiro de pescoço, tirei os calçados e me cobri com o cobertor fornecido pela companhia aérea. Minha vizinha de banco virou-se de costas para mim e ocupou parte do meu assento. Meu primeiro pensamento foi: "era só o que me faltava..." Mas aí, veio o segundo pensamento: "vou aproveitar as costas dela e me escorar." Nossa!  Dormi como um anjo, pois a mulher era mais fofinha que o banco - risos. Eu sabia que chegaríamos a New York às 6 horas da manhã (horário local, porque no Brasil, já seriam 9 horas), então, às 5 horas, quando acordei, fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal, guardei meu travesseiro de pescoço na mala de mão e fiquei esperando o café da manhã, que aconteceu pelas 5h30min. O Iuri também tinha me avisado que eles forneceriam um formulário para ser preenchido e entregue ao pessoal da imigração. Peguei uma caneta na bolsa e tentei preencher o formulário, mas a caneta não funcionou, de jeito nenhum. Esperei o marido da minha vizinha de banco preencher o formulário dele e pedi a caneta emprestada. Comecei a preencher e me mandaram fechar a mesinha do banco à minha frente, para que pudéssemos aterrissar com segurança. Que medo de não conseguir... Nem sei como, mas consegui preencher o tal formulário. O avião chegou ao solo às 6h10min e aí começou o próximo desafio: passar pelo ghichê da imigração, entregar o formulário, passagens, passaporte, etc. e responder às perguntas que o oficial me  fizesse. Passei nesse desafio e, aí, era só ver se a mala tinha chegado e despachá-la de novo, para Seattle. Às 8h30min, eu já estava no avião para Seattle, que levaria 5 horas para chegar ao destino. O horário previsto para a chegada era 11h59min (horário local, pois, em New York seriam 15 horas e, no Brasil, 18 horas. Eu não via a hora de servirem o almoço, pois o café da manhã no avião anterior fora às 5h30min e eu estava faminta. Para minha tristeza, o lanche oferecido nesse vôo deveria ser pago - era caro, mas eu estava disposta a encarar, mas aí eu olhei o cardápio e só tinha uns sanduíches de pão com queijo, ou uns snaks e decidi não comer. Bebi um copo de água que estavam oferecendo gratuitamente. Tinha uma moça ao meu lado que comeu uma "quentinha" e uma banana caturra, que tinha trazido a bordo. E eu ali, com aquela fome!

Cheguei em Seattle em torno de 11h45min, desembarquei e fui direto buscar minha mala, que, felizmente, chegou. Tentei voltar para onde eu tinha visto várias cafeterias e lancherias, mas não consegui, pois aqueles portões eram apenas para apanhar as bagagens e sair do aeroporto. Consegui encontrar um pequeno quiosque, onde comprei um sanduíche de atum e uma coca-cola: uma dupla maravilhosa!!! O Iuri chegou às 14 horas, no horário local e aí começamos nossa jornada juntos!
Foi a primeira vez que fiz uma viagem internacional sozinha. Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos – SP eu

A viagem de Iuri

Eu comprei minha passagem para o congresso do DSI esse ano, e como eu achava que não teria apoio para vir, acabei reservando um hotel mais barato do que o Sheraton, onde o congresso vai acontecer. Geralmente, eu fico no hotel do congresso, porque é muito mais prático. Mas dessa vez, eu só mandei um resumo da pesquisa. É um trabalho de uma aluna minha, um experimento que ainda está em andamento, e eu não tinha um artigo completo, com referencial, resultados, discussão, etc., para enviar. Geralmente, os órgãos de fomento a pesquisa só ajudam aqueles pesquisadores que mandam artigos completos. Mas qual é a graça de vir a um congresso científico apresentar um trabalho finalizado, certo? Eu mandei um trabalho em andamento, para receber feedback quando ainda é tempo.

Bom, voltando ao que interessa. Por causa dessa minha preocupação com a verba, eu busquei num site de reservas online um hotel próximo e barato. O nome dele é Ace Hotel, e eu quero fazer um post separado apenas para falar do hotel. Mas como a Nara já disse, ela decidiu vir depois. Então, eu reservei algo que eu ficaria bem sozinho, sem pensar muito nela naquele momento. Eu sou um cara que não precisa de luxo. Uma cama limpa, um chuveiro quente e um quarto silencioso é tudo o que eu preciso. Bem, tudo mudou quando a Nara decidiu vir. Depois eu falo sobre isso.

Bom, a viagem: eu nunca fiquei tanto tempo dentro de um avião. Eu não fazia nem ideia de onde era Seattle antes, e eu só queria vir no congresso. Foram quatro voos: Porto Alegre-Rio de Janeiro-Houston-São Francisco-Seattle. Como estamos no horário de verão no Brasil, estamos com seis horas de diferença. Ou seja, como vamos dormir, no Brasil, por volta das 10 ou 11 horas da noite, isso aqui é 4 ou 5 horas da tarde. Meio cedo para dormir, certo? Mas eu acho que descobri um jeito legal para me ajustar rápido às mudanças de fuso horário grandes. Mais adiante eu conto.

Há algum tempo atrás, houve um ataque terrorista em Boston e o cara estava usando mochila. Num episódio de "Good Wife", eles estavam atrás de um terrorista com mochila. Há poucos dias, houve um grande atentado terrorista em Paris, e os americanos estavam preocupados com ataques nesse país. Uma repórter sugeriu que as pessoas que fossem a uma das grandes partidas de futebol americano evitassem usar mochilas. Eu sempre viajo de mochila! Para mim, é quase certo usar uma. Dessa vez, eu levei medo. Resolvi usar minha pasta tipo "carteiro" para viajar, além da minha mala de mão. Foi a melhor viagem internacional que eu já fiz. Espaço para as pernas, eu conseguia me movimentar bem entre os voos, sair e entrar nos aviões, foi ótimo. A mochila vai ficar em casa, talvez para sempre. Ou talvez eu a doe para uma instituição de suporte aos terroristas carentes (risos). Nem sei como poderia se chamar. Nos Estados Unidos e Canadá, os brechós para carentes se chamam "Goodwill" (boa vontade). Talvez eles pudessem montar uma alternativa para terroristas chamada "Badwill"...

Tomei dois sustos no voo. O primeiro foi por uma bobagem. Na hora que eu comprei minha passagem, havia uma opção "Suffix" e uma das opções era "PHD". Pensei: "Sou doutor, certo? Vou botar isso." Errado. O sistema achava que esse era meu sobrenome: GAVRONSKIPHD. Na hora de passar meu passaporte e bater com a minha passagem, o sistema rejeitou porque eram pessoas diferentes.... Minha sorte era que a atendente da United Airlines foi simpática e ligou para os Estados Unidos e resolveu o problema. Vamos ver na volta...

O outro susto foi na viagem. Como eu disse, foi uma viagem ótima, inclusive por causa do estorvo que aquela mochila me causava e eu nunca tinha notado. Dormi bem como nunca antes num voo. Foram 6 horas quase sem interrupção, com exceção de uma pequena anormalidade. Eu havia dormido fazia coisa de uma hora, talvez fosse 1h ou 1h30 da madrugada, e eu comecei a sentir um calorão. Isso é estranho, porque eu geralmente sinto frio no avião. Acordei por causa desse calorão, e isso também é estranho. Eu não acordo com nada - sou quase um moribundo quando durmo. Eu fico tendo pesadelos por muito tempo antes de acordar e perceber que eu estou com frio, com vontade de ir ao banheiro, que tem um barulho estranho lá fora ou que a Nara está quase quebrando minha costela tentando me acordar. Eu senti o calorão e acordei rápido. Abri o duto de ar, tirei a touca e o cobertor, e o calorão aumentava. O suor começou a escorrer da minha cabeça e eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Então, comecei a sentir um embrulho no estomâgo. Acordei o casal que estava do meu lado (eu sento sempre na janela - durmo direto) e fui ao banheiro. Lá, eu retornei ao avião parte da janta que eles me deram, por onde ela entrou, tomei um pouco d'água, e voltei para o meu lugar. Magicamente, o mal estar passou e eu dormi novamente, como se nada tivesse acontecido. No outro dia (mais tarde), acordei como se nada tivesse acontecido, e nada mais de estranho se manifestou. Mas antes de dormir, do caminho do banheiro de volta ao meu assento no avião, fiquei pensando: e se esse negócio piorar? Eu estou no início da viagem, e tenho de apresentar artigo, a Nara vai estar lá... Felizmente, também foi só um susto.

Eu consegui me conectar, com o telefone, com o wi-fi grátis dos aeroportos e fui mantendo o pessoal no Brasil informado dos meus passos pelo Whatsapp, como no ano passado. Já a Nara não teve a mesma sorte. Mas eu não fiquei preocupado. A Nara estava lá, bem tranquila, me esperando no aeroporto de Seattle. Chegando lá, fizemos uma "selfie" no aeroporto e mandamos para os filhos, que parecem ter respirado mais aliviados. Os filhos parecem achar, depois de uma certa idade, que a gente não tem capacidade de fazer coisas desafiadoras. Bem, do mesmo jeito que nós, pais, sempre temos medo de deixá-los fazerem coisas que consideramos perigosas. Talvez seja o tal amor. Esse mesmo sentimento eu tinha com o fato da Nara viajar sozinha, mas acho que minha confiança na capacidade (e boa sorte) dela é maior que o medo.

Iuri e Nara se reencontram em Seattle

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Ano novo, praia nova!


Este ano, estamos tendo um veraneio diferente. Compramos um apartamento na praia. Depois de mais ou menos 10 anos ocupando um quarto na casa de praia dos pais da Nara, decidimos dar uma folga para os sogros.

A troca da busca por um apartamento na praia, ao invés de uma casa, foi um processo longo. Por anos, eu acreditava que praia significava pôr o pé no chão. Eu morei por muito tempo em apartamento, e sempre que ia à praia, ter um pátio era uma das coisas que eu mais gostava. Nos últimos anos, Nara e eu moramos em casa – eu já piso no chão que chegue... e tem a grama! Eu comecei a pensar que uma casa na praia teria grama na altura da cintura toda vez que a gente quisesse vir. Nossa ideia era vir para a praia descansar, certo? Decidimos, então, por comprar um apartamento, que nos permitiria abrir a porta e descansar – finais de semana, verões, feriados e todas as oportunidades.


Como bons administradores de empresas, fazemos tudo planejado. Eu entrei na internet, por indicação do nosso "contractor" (o empreiteiro que está periodicamente lá em casa reformando algo), para comprar uma ferramenta usada. Não encontrei, e por curiosidade batuquei "apartamento em Tramandaí" – bingo! Mandei uma mensagem para o vendedor e viemos visitar. Ele apresentou o terraço, depois o apartamento, e nos disse "Vocês devem ter visto outros apartamentos, a grande vantagem deste é ter uma cozinha independente da sala". Concordamos, com cara séria... e fomos procurar na internet outros apartamentos, para não ficar chato e fecharmos com o primeiro – o que acabamos fazendo.



Claro que não foi tão simples quanto a gente imaginava. A foto ao lado ilustra uma noite no inverno em que tentamos tomar um vinho, apenas para descobrir que não tínhamos saca-rolhas em casa. A Nara fez o registro da minha tentativa de abrir a garrafa com um garfo de carne. Não lembro bem se eu consegui abrir a garrafa – naquela noite.



A Nara e eu somos filhos de professores. Não sei ela, mas quando eu era jovem sempre estranhei muito o fato de minha família ter uma casa de praia com um monte de coisas recicladas de outras casas. Conheci várias pessoas que tinham casas de praia decoradas. Agora que compramos nossa casa, sendo um casal de professores, eu entendo certas coisas... Por exemplo, uma boa cama nova para a praia não cabia no nosso fluxo de caixa. Pensamos em trazer nossa cama de São Leopoldo, que nem é tão velha, e comprar uma nova para nós em março. O frete custaria 25% do preço da cama. Resultado: trouxemos no nosso carro. Aliás, fizemos o mesmo com o sofá-cama de São Leopoldo, hoje "temporariamente" substituído de forma precária... Da mesma forma, ao invés de pagar um faz-tudo para instalar lâmpadas e ventiladores de teto, acabei fazendo ao estilo canadense – eu mesmo botei a mão na massa.

Apesar disto parecer assustador para nós brasileiros, acostumados a pagar por todo e qualquer serviço de manutenção na casa, não é de todo difícil. Na verdade, é até um pouco repousante para a cabeça. Não se consegue ter "15 abas abertas" enquanto se monta um ventilador de teto, como acontece quando trabalhamos no computador. A economia nem é tanta, em alguns casos, mas não ficar dependendo de um faz-tudo para qualquer coisa é bem mais ágil. Se eu quero fazer alguma coisa, vou lá e faço (encaixando na minha agenda louca). Já se eu preciso de um faz-tudo, tenho que ligar para o cara, eles nunca atendem da primeira vez, tem que marcar no horário que eles podem, ficar acompanhando... em resumo, dá mais trabalho do que fazer eu mesmo!


Em que pesem todas estas limitações, está sendo extremamente divertido ter esta casa na praia. Já estou conseguindo fazer janta. Esta foto à direita foi de nossa ceia de ano novo.

Diversas pessoas nos acompanharam nestas aventuras  ao longo do tempo. Neste ano novo, Douglas e Flávia passaram conosco.