Ano novo, praia nova!
A troca da busca por um apartamento na praia, ao invés de uma casa, foi um processo longo. Por anos, eu acreditava que praia significava pôr o pé no chão. Eu morei por muito tempo em apartamento, e sempre que ia à praia, ter um pátio era uma das coisas que eu mais gostava. Nos últimos anos, Nara e eu moramos em casa – eu já piso no chão que chegue... e tem a grama! Eu comecei a pensar que uma casa na praia teria grama na altura da cintura toda vez que a gente quisesse vir. Nossa ideia era vir para a praia descansar, certo? Decidimos, então, por comprar um apartamento, que nos permitiria abrir a porta e descansar – finais de semana, verões, feriados e todas as oportunidades. |
Como bons administradores de empresas, fazemos tudo planejado. Eu entrei na internet, por indicação do nosso "contractor" (o empreiteiro que está periodicamente lá em casa reformando algo), para comprar uma ferramenta usada. Não encontrei, e por curiosidade batuquei "apartamento em Tramandaí" – bingo! Mandei uma mensagem para o vendedor e viemos visitar. Ele apresentou o terraço, depois o apartamento, e nos disse "Vocês devem ter visto outros apartamentos, a grande vantagem deste é ter uma cozinha independente da sala". Concordamos, com cara séria... e fomos procurar na internet outros apartamentos, para não ficar chato e fecharmos com o primeiro – o que acabamos fazendo. |
Claro que não foi tão simples quanto a gente imaginava. A foto ao lado ilustra uma noite no inverno em que tentamos tomar um vinho, apenas para descobrir que não tínhamos saca-rolhas em casa. A Nara fez o registro da minha tentativa de abrir a garrafa com um garfo de carne. Não lembro bem se eu consegui abrir a garrafa – naquela noite. |
A Nara e eu somos filhos de professores. Não sei ela, mas quando eu era jovem sempre estranhei muito o fato de minha família ter uma casa de praia com um monte de coisas recicladas de outras casas. Conheci várias pessoas que tinham casas de praia decoradas. Agora que compramos nossa casa, sendo um casal de professores, eu entendo certas coisas... Por exemplo, uma boa cama nova para a praia não cabia no nosso fluxo de caixa. Pensamos em trazer nossa cama de São Leopoldo, que nem é tão velha, e comprar uma nova para nós em março. O frete custaria 25% do preço da cama. Resultado: trouxemos no nosso carro. Aliás, fizemos o mesmo com o sofá-cama de São Leopoldo, hoje "temporariamente" substituído de forma precária... Da mesma forma, ao invés de pagar um faz-tudo para instalar lâmpadas e ventiladores de teto, acabei fazendo ao estilo canadense – eu mesmo botei a mão na massa. Apesar disto parecer assustador para nós brasileiros, acostumados a pagar por todo e qualquer serviço de manutenção na casa, não é de todo difícil. Na verdade, é até um pouco repousante para a cabeça. Não se consegue ter "15 abas abertas" enquanto se monta um ventilador de teto, como acontece quando trabalhamos no computador. A economia nem é tanta, em alguns casos, mas não ficar dependendo de um faz-tudo para qualquer coisa é bem mais ágil. Se eu quero fazer alguma coisa, vou lá e faço (encaixando na minha agenda louca). Já se eu preciso de um faz-tudo, tenho que ligar para o cara, eles nunca atendem da primeira vez, tem que marcar no horário que eles podem, ficar acompanhando... em resumo, dá mais trabalho do que fazer eu mesmo! |
Diversas pessoas nos acompanharam nestas aventuras ao longo do tempo. Neste ano novo, Douglas e Flávia passaram conosco. |