quinta-feira, 9 de junho de 2011

POMS Reno 2011

Fui aos Estados Unidos para participar de um congresso científico, o encontro anual da POMS – Production and Operations Management Society (Sociedade para Gestão da Produção e das Operações), da qual sou membro. Sempre fico estressado quando venho aos Estados Unidos. Tenho um visto de negócios, múltiplas entradas, e sempre tenho medo de ser deportado pelos oficiais da imigração. Agora até eles estão um pouco mais simpáticos, mas quando vim aqui pela primeira vez acho que ainda estavam paranoicos com o 11 de setembro: todo mundo era tratado como terrorista em potencial. Era uma sensação horrível. Agora, acho que me acostumei, ou eles estão menos carrancudos, ou ambas as coisas.

Saí de casa 6h15 da manhã de quinta-feira, dia 28 de abril. O Lucas, filho da Nara, me levou até o trem, em São Leopoldo. A estação Aeroporto do trem tem uma saída para o terminal antigo, de onde peguei um ônibus que fica circulando entre os terminais. Entrei no terminal novo e fiz check-in às 7h15. Nada mau, considerando que gastei R$ 1,70 para ir de São Leo ao aeroporto... Com a vantagem de não correr riscos de engarrafamento na BR-116, que têm sido cada vez mais constantes e longos. De Porto Alegre, fui a São Paulo, e de lá embarquei para Los Angeles na Korean Air. Nunca tinha ouvido falar nesta empresa... Comprei apenas porque era o pacote mais barato. Pensei que ia ser outra roubada, como foi o caso do voo que eu fiz com a Webjet para fazer o visto. Mas ao contrário! Que beleza de serviço. Refeições boas, que podem ser comidas com talheres de metal! Eles disponibilizam, além do travesseiro e coberta, um chinelo para poder ficar mais confortável, escova e pasta de dentes. Tudo descartável, claro. Mas bem atenciosos. Lá pelas tantas, bem depois da janta, as aeromoças passaram com uns bolinhos ingleses, chá/café, sucos. Bem servido. Depois, elas vieram com uma cesta cheia de coisas brancas, pensei que era de comer. Elas estavam servindo com uns pegadores de metal... Quando peguei a minha, estava quente pra chuchu! Larguei em cima da mesinha e olhei para o coreano que estava no outro banco, para ver o que ele fazia. Ele desenrolou com a ponta dos dedos e meteu na cara: era uma toalha quente, com água e limão! Ainda bem que eu esperei e não paguei mico.

Cheguei em Los Angeles às 22h30. Meu voo para Reno saía às 8h da manhã do dia seguinte (acima, a foto do aeroporto LAX às 6h da manhã). Pensei: vou para um hotel. Comecei a pedir informação... bom, pra começo de conversa: o aeroporto de Los Angeles é gigantesco. O aeroporto de Washington D.C. se chama Ronald Reagan National Airport. Este, Los Angeles World Airport. Acho que a diferença entre “national” e “world” deve estar no tamanho. O de LA é um monstro. Demorei um tempo até pegar minha mala, sair do aeroporto, conseguir uma informação. Já era 11h30. Aí todo mundo que eu perguntava dizia: vai até o hotel, depois tem que voltar aqui lá pelas 6h, porque a fila para a verificação de segurança é enorme, vai pagar uma banana para dormir quanto tempo? Resolvi dormir no aeroporto mesmo, nuns bancos que tem ali. Acho que fiquei bem em baixo de uma saída de ar condicionado, porque eu nunca senti tanto frio na minha vida. E de um holofote de estádio de futebol, porque tinha uma claridade insuportável. Lá pelas 5h, resolvi dar uma caminhada pelo aeroporto, para esquentar. Descobri umas poltronas enormes de compridas, onde o pessoal senta para comer. Deitei em uma delas e dormi mais uma hora bem dormida, sem frio, sem tanta luz... Podia ter visto aquilo antes, né?

Às 8h, meu voo, pela American Eagle, saiu para Reno. Era um avião da Embraer, com duas poltronas de um lado e uma do outro. Sentei em uma destas poltronas isoladas e fui curtindo a paisagem. Nunca tinha nem chegado nem saído de LA durante o dia. É muito bonito! Que mar! O avião saiu do aeroporto, foi até o mar, deu meia-volta e foi em direção a Nevada. Passamos uma cadeia de montanhas e chegamos ao deserto. Muito bonito também. À medida que se ia chegando em Reno, comecei a ver umas montanhas nevadas, à esquerda do avião. Também é uma paisagem muito linda! Há um grande lago perto de Reno, o Lake Tahoe, tem uma vista sensacional. Mais tarde, durante o congresso, meus colegas alugaram um carro e foram visitar, mas eu fiquei no hotel.  Chegando ao aeroporto de Reno, um choque: máquinas de cassino no saguão do aeroporto. Dá para sair do avião e se meter na jogatina! Mas choque mesmo estava por vir. Achei que nem estava nos Estados Unidos. Propagandas e mais propagandas (back-light) de casas com... mulheres bonitas... topless, e por aí vai. Abaixo: foto do saguão do aeroporto, em Reno.

Os hotéis cassino todos têm “shuttles” (vans) gratuitas de e para o aeroporto. Tirando os cassinos e as “casas para homens”, acho que tem pouca coisa para fazer em Reno. É uma cidade de 200 mil habitantes, no meio do deserto. Atrações urbanas, quase zero. Quando eu não estava na conferência, eu estava nas lojas comprando. As roupas são estupidamente baratas, os eletrônicos nem se fala. Matei a saudade da Sears, embora passear sem a Nara nestes lugares não tem graça. Não tenho tanto faro para “clearances”. Outro lugar com roupas bonitas e baratas é a Macy’s. Esta a gente não conhecia. Não sei se tinha no Canadá. Um colega comprou uma jaqueta de inverno por 13 dólares! O preço regular era 199, acho, mas eles estavam torrando. Eu não encontrei nenhuma barbada destas...

O congresso foi legal. Foi no Peppermill Hotel Spa Cassino. Acho que eu estou ficando mais acostumado com estas coisas mais operacionais nos Estados Unidos, como hotéis e lugares para comer. Não sofri tanto desta vez. Também, um vai ensinando para o outro e a gente acaba pegando as manhas. Abaixo, uma foto da piscina do hotel. Acho que era a única parte "up" do hotel. O resto era tudo escuro, para não destrair os hóspedes do foco principal: jogar!

Do ponto de vista científico, vi umas coisas bem interessantes. Assisti a algumas apresentações sobre “operações humanitárias” – gestão de operações e logística aplicada a operações de salvamento e resgate em casos de tragédias naturais, como furacões, tsunamis e terremotos. De novo, muita gente trabalhando com modelagem matemática (as tais cobrinhas, de que falei em posts anteriores) e simulação. Às vezes, penso se não devia aprender estas coisas. Mas acho programar um saco e ficar massacrando equações mais ainda! Além disto, nunca consegui decorar mais do que poucas letras gregas, o que me colocaria em desvantagem em relação aos outros (risos).

Apresentei meu artigo no sábado. Acho que estou ficando bom nesta coisa de fazer apresentações interativas. Tive bastante perguntas e sugestões de melhoria nas análises, o que eu considero muito positivo, e encorajador. Já vários colegas meus não tiveram a mesma sorte: ninguém perguntou nada para eles! Pode ter coisa mais chata do que viajar 2 horas, mais 12 horas, dormir no saguão do aeroporto, pegar mais 2 horas de voo, quatro horas de diferença de fuso horário, falar por 20 minutos e ninguém te fazer nenhuma pergunta?
Do ponto de vista das compras, desta vez eu não comprei máquinas de ficar sentado: nem computadores, nem mp3/4/5/x, nem coisas do gênero. Investi um pouco em algo para meu bem-estar pessoal. Estou com vários quilogramas acima do peso, e com uma barriga que não para de crescer. Por causa do meu problema de hérnia de disco na cervical, não são todos os exercícios que eu posso fazer. Há mais ou menos 2 meses, comecei a fazer Pilates, o que está sendo muito bom para minha musculatura, minhas costas pararam de doer, especialmente a lombar. Tenho melhorado minha postura e até minha respiração à noite está melhor. Mas não perco peso. Afinal, Pilates não é exercício aeróbico. Nem um pouco, por sinal. Resolvi fazer caminhadas, para depois começar a correr. Comprei um tênis bom, para caminhantes iniciantes, que quer dizer que não é o topo de linha dos tênis de corrida, mas é MUITO mais barato. Ainda assim, de uma boa marca. Comprei também um monitor cardíaco para exercício, para garantir que eu não estou fazendo a caminhada nem muito devagar, que não queima nada, tem tão rápido que vá estourar meu coração. Sem exageros. Neste aparelho também usei o critério “iniciante”: não comprei o mais caro. Aliás, comprei o mais barato. Não quero um monte de funções que não sei nem se vou usar. Se eu achar que, no futuro, ele não está me atendendo, faço um “upgrade”. Vamos acelerar o retorno do investimento primeiro...

Um comentário:

Andréa Sant disse...

E eu aqui, indo no máximo até Bombinhas!
kkkk