A FORMATURA
Por Nara Maria Müller
Do alto daquele palco, sentada à mesa de formatura eu posso ver os formandos.
Dali eu posso ver uma pequena multidão sentada naquele auditório
abafado, todos emocionados e felizes.
Dali eu também posso ver a corrida frenética e cuidadosa dos fotógrafos
e cinegrafistas. Afinal, nenhum movimento pode ser perdido!
Alguns bebês de colo sendo chacoalhados por seus pais para que ficassem
comportados.
Comportados estavam muitos idosos, e lá pelas tantas uma senhora entra
auxiliada por um andador, ladeada por duas pessoas que a protegem e
orientam-lhe o caminho.
Formandos recebem seus canudos; ouvem-se os discursos emocionados das
oradoras e o juramento da turma. Ah, o juramento! Ele é proferido
automaticamente e eu sempre penso: Quantos se concentram no que estão dizendo?
Chega aquele momento emocionante de entregar uma flor aos familiares:
pais, esposos e esposas, namorados e namoradas, alguns avós.
Um músico surge tocando Aleluia. Formandos andando em meio aquela
pequena multidão, procurando pelos seus amados. E os amados ali, de pé,
esperando pelo abraço e pela flor... Abraços, choros, sorrisos... Quantas
histórias, fatos e lembranças passam pelas mentes de cada pessoa! Ah se
pudéssemos escutar cada um desses pensamentos!
Assim são as formaturas com seus rituais semelhantes, mas únicos porque
cada pessoa traz sua própria história, suas próprias dores, seus próprios
desafios vencidos e suas esperanças de que agora tudo será melhor.
E eu, dali de cima do palco, à mesa da formatura, sempre me emociono,
sempre choro e sorrio e sempre desejo que, de agora em diante, a vida desses
formandos seja de sucesso e de mais conquistas.
Porque a vida segue, as pessoas correm, a concorrência cresce e sempre é
preciso ser e saber mais.
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