As crônicas de Nara - parte III
Viajar e conhecer lugares
novos é algo maravilhoso, não é mesmo? Alguns lugares são tão encantadores e
nos provocam tantas emoções, que a gente até gosta de revisitá-los, de vez em
quando.
No Brasil, um dos destinos que
são frequentados e visitados, por mais de uma vez, é o Santuário de Aparecida,
em São Paulo.
Era final do ano de 2019,
quando, finalmente, eu fui conhecer o Santuário de Aparecida, em São Paulo. Era
um sonho dos meus pais e um desejo meu e do meu esposo.
Bem cedinho, naquele domingo,
28 de dezembro, nós quatro saímos de Tramandaí em direção ao Santuário de
Aparecida. Fomos de carro e paramos algumas vezes para descansar, comer alguma
coisa ou contemplar as belas paisagens. Pernoitamos em São José dos Pinhais, no
Paraná, num hotel simples, na beira da rodovia. Lembro que ficamos num quarto
grande, com três camas de solteiro e um beliche. Na manhã seguinte, após um gostoso desjejum,
nós partimos para nosso destino e chegamos em Aparecida ao entardecer do dia
29. Na chegada à cidade, já se via as luzes da Catedral e um grande imagem de
Nossa Senhora Aparecida, sobre um morro. Subimos as escadas até quarto andar,
onde ficava nosso apartamento. O Iuri e o meu pai saíram para comprar pizzas
para nossa janta, enquanto minha mãe e eu arrumávamos as camas e tomávamos
banho.
Ao amanhecer de terça-feira,
quando minha mãe e eu ainda estávamos dormindo, meu pai e o Iuri saíram para
uma caminhada. Foram até o Santuário, tomaram um chimarrão no caminho e
voltaram para o café da manhã.
Depois do café, nós quatro
fomos até o Santuário – de carro, porque os meninos já tinham caminhado
bastante e não era tão pertinho como parecia. Além disso, Aparecida é uma
cidade com muitas ladeiras, que precisam ser vencidas para se chegar ao
Santuário.
Lembro do Iuri mencionar o
quanto meu pai tinha se emocionado ao ficar frente a frente com a imagem de
Nossa Senhora Aparecida - aquela que foi encontrada no rio, pelos pescadores e
que está dentro da Catedral. Eu pensei: “deve ser legal mesmo”, mas nunca
imaginei o que eu mesma sentiria ao chegar nesse local...
Dentro da Catedral, nós
rezamos um dos vários terços diários de Aparecida. Me chamou a atenção o fato
de que, a cada nova dezena eram
convidadas dez pessoas dentre as que estavam na Catedral, para subirem ao altar
e rezarem uma das Ave-Marias do terço.
Estávamos de frente para a
imagem original da Santa, que fica num mezanino, dentro de uma espécie de
sacrário dourado. Quem já visitou o Santuário, sabe que a Catedral é imensa e a
imagem de Nossa Santa Padroeira parece pequena para quem está próximo ao altar.
Quando subimos ao mezanino,
entramos numa longa fila de romeiros que paravam, por alguns instantes, na
frente da imagem da Mãe Aparecida. Tudo calmo até ali. Na minha frente estava
um casal bem jovem. Os dois conversavam e riam enquanto caminhavam,
vagarosamente, seguindo a velocidade da fila. Atrás de mim estavam meus pais.
Quando chegou a vez do casal à
minha frente contemplar a imagem, eles se abraçaram e choraram. Naquele
momento, eu comecei a entender a emoção que meu pai sentira mais cedo.
A próxima da fila era eu e, ao
olhar para aquela imagem da Mãe Aparecida, não me contive e chorei. Me voltei
para trás e abracei meu pai e minha mãe, totalmente emocionada. Agradeci a Deus
pela oportunidade que tinha me dado de estar ali com as pessoas que me deram a
vida.
Quantas vezes, ao longo das
nossas vidas deparamos coisas que nos impressionam, nos sensibilizam e nos
fazem rir e chorar? Nesses momentos nós sentimos a presença do Deus criador, de
Jesus, nosso irmão e de nossa Mãe amorosa!
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