sábado, 30 de junho de 2007

A última semana de junho

A última semana de junho foi bastante cheia, como têm sido todas as nossas semanas por aqui - graças a Deus!

O Iuri tem se ocupado com seu questionário de pesquisa e respectiva submissão ao Comitê de Ética da Universidade. Funciona como no Brasil: o Comitê de Ética precisa aprovar o questionário para que ele possa ser aplicado nas empresas. É um processo que exige paciência, mas é inevitável. Esse é o caminho e estamos caminhando.

Eu participei de um treinamento para voluntárias no Big Sisters - BS, pois vou ter contatos diários com as meninas atendidas por aquela organização, durante o Programa de Verão.
Precisei aprender como funcionam as coisas aqui no Canadá, entender um pouco sobre as relações familiares das garotas e quais são as minhas atribuições, o que eu devo e o que eu posso fazer...
Foi muito interessante e eu fiquei bem contente em poder participar dessa atividade que certamente, será útil quando eu voltar ao Brasil.

Outra coisa legal que aconteceu nesta semana foi a autorização, por parte da coordenadora do Centro Clínico Educacional da Universidade, para levar as meninas do BS para conhecer esse laboratório. Uau! Para quem não é daqui, estou me saindo bem... nada como ter amigos influentes e a Mary-Anne é diretora da faculdade de enfermagem...

Ficamos sem internet de quarta até sexta-feira, por isso, o blog não foi atualizado no tempo devido (quinta-feira é nosso prazo de fechamento da edição semanal - risos).

Quarta-feira à tardinha, pouco antes de eu sair para o treinamento no BS, tivemos um temporal com raios e trovões, vento e chuva. Tudo isso durou cerca de 40 minutos, mas, parece ter sido suficiente para causar alguns transtornos por aqui, como a queda da nossa internet, algumas ruas semi-bloqueadas por galhos de árvores, falta de energia elétrica em alguns bairros. Todo mundo sabe como isso funciona, não é? Só não ocorreram "alagamentos".
Com a queda da internet, tivemos mais um contato com os "serviços canadenses" e ficamos mais um pouco frustrados... mas outra hora contaremos essas histórias. O importante é que, depois de esperarmos dois dias, finalmente um técnico da Rogers (companhia da qual contratamos a internet), restabeleceu nossa conexão... depois de duas horas de trabalho e muita insistência do Iuri para que o cidadão permanecesse trabalhando e não desistisse...
Sem carro já é difícil, e ainda sem internet, nossa! Parece que a gente está fora do mundo, afinal, esse é o nosso principal meio de contato com nosso povo: através do blog, dos e-mails, MSN, orkut, skype, jajah...
Ainda bem que estamos de volta ao mundo - hehe!
Bom fim de semana e boa semana a todos!

Bolo de fubá com laranja

Domingo passado foi o dia de São João Batista e, pensando nas tantas comemorações que certamente estavam havendo no Brasil, decidi fazer um bolo de fubá. Mas não podia ser um bolo de fubá comum, que geralmente fica muito seco.
Então eu lembrei de um bolo de milho com caldo de laranja, que eu fizera para o Douglas levar numa festinha de São João do Maternal Sementinha e que todo mundo adorou! Na época, o Douglas tinha três aninhos... faz tempo!
Procurei no google e encontrei duas receitas, dentre as quais, escolhi a que eu acreditava que seria "a receita".
Bingo! Ficou perfeito: lindo, macio, saboroso e nutritivo - risos.

Eis a receita:
Ingredientes
1 colher de sopa de fermento em pó;
1 xícara de chá de farinha de trigo;
1 xícara de chá de suco de laranja (eu espremi duas laranjas e usei o suco puro, com a polpa);
2 xícaras de chá de açúcar;
1 xícara de chá de óleo (não muito cheia);
1 xícara de chá de farinha de milho (fubá);
3 ovos inteiros.

Modo de preparar
Bater todos os ingredientes na batedeira (eu usei o liqüidificador).
Colocar em uma forma untada e enfarinhada (pode polvilhar sobre a massa açúcar e canela em pó - eu não fiz isso porque achei que a massa estava muito mole).
Levar ao forno pré-aquecido a 180 ou 200 graus centígrados, durante aproximadamente 45 minutos, ou fazer o teste do palito.

Bom apetite!!!

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Paisagens que mudam

Uma das coisas lindas da natureza é a sua capacidade de mudança, de adequação às estações do ano.

Quando chegamos, em março, a neve cobria as ruas, os parques, os telhados, os carros e as árvores.
As árvores quase não tinham folhas e seus galhos eram cobertos de branco; depois passaram a apresentar uma aparência morta, quando a neve se foi. Aos poucos as folhas começaram a despontar e o verde tomou conta da cidade.
A foto acima mostra nosso primeira hospedagem: o Bed & Breakfast da Halina Koch. No primeiro dia tivemos dificuldades de acessar a porta de entrada com nossas malas e bagagens, pois a neve formava uma camada de uns 20 cm de altura e nós, simplesmente, não sabíamos como lidar com aquilo (risos).
Algumas fotos dos mesmos cenários, em tempos diferentes, mostram essa fantástica transformação!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Três gerações no baile do Aquidaban

Minha família amada!
Taquara - RS - Brasil: Sábado passado, dia 16 de junho, aconteceu o tradicional Baile do Aquidaban.
O baile reuniu 170 casais, mas os mais lindos são da mesma família - que coincidência - e ainda por cima, são da minha família!!! (risos)
Meus pais, meu irmão e cunhada, meu filho Douglas e a linda Flavinha. Amo vocês todos e fico muito contente ao vê-los tão felizes e curtindo os momentos que a vida lhes oferece.
Para quem não esteve no baile, fotos inéditas dessa linda família podem ser vistas em:
http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/BaileDoAquidaban2007

Simpósio em Toronto

A Nara já relatou a visão dela da ida a Toronto. De certa maneira, acho que tenho que também fazer um post com o meu lado da história, uma vez que nos separamos na quarta-feira (13 de junho) ao meio-dia e só fomos nos ver de novo no outro dia no final da tarde. Parece pouco, mas acho que a gente não está mais acostumado a ficar "tanto tempo" longe um do outro.

***

A Viagem de Ida

Meu trem deveria sair de London 15h50. Atrasou uns 20 minutos. Ao longo da viagem, avisaram que nos atrasaríamos mais ainda, por problemas "de sinal". Não entendo bem o que é isso, não conheço bem os detalhes operacionais do transporte ferroviário, só sei que teve momentos em que estávamos "tropeando lesma" e outros em que o trem efetivamente parou nos trilhos. Chegamos com mais de uma hora de atraso em Toronto, às 19h e pouco.

Como o seminário começava às 9h da manhã na York University, que fica ao norte da cidade, não havia como ir no mesmo dia. O primeiro trem chega em Toronto 8h30 (se não atrasar), o que não me permite chegar no horário do início do seminário. Por causa disso havia ido no dia anterior, e "abusei da boa vontade" do Júnior e da Sheila, que me receberam super-bem, de novo. Dormi lá, e no outro dia saímos, eu e a Sheila, para pegar o metrô.

Da casa deles, tivemos que pegar, às 7h15, o streetcar, que é como um ônibus, só que anda em trilhos no meio da rua e é alimentado por fios elétricos que correm acima do nível da rua. Para quem conhece os trolebuses de Montevidéo, no Uruguai, tem uma idéia do que é. Bom, então pegamos o streetcar até a Union Station, que é uma estação central em Toronto, onde convergem vários "modais", como o trem, o metrô, o streetcar, etc. Pegamos o metrô. Eu estava indo na direção errada, mas só nos demos conta disso depois que a porta do metrô fechou... Saltei na próxima estação, enquanto a Sheila ia para o trabalho dela. Peguei o metrô, agora na direção certa, até o final da linha, e peguei um ônibus expresso até a York University. Resumo da ópera: uma hora e dez minutos de viagem, desde a casa deles até a universidade. Realmente, não seria possível, nem que o trem não atrasasse, ir direto de London para a York U. Interessante que paguei apenas um ticket (C$2.75) por todo o trajeto. Essa integração do transporte público, tanto em London, quanto em Toronto, é bem legal.

***

O Seminário


A York University, todo ano, promove um evento chamado SPIDA - Summer Program in Data Analysis. O website do evento desse ano é http://www.isr.yorku.ca/spida2007/index.html

O assunto esse ano foi a modelagem multinível, ou HLM. Os primeiros contatos que tive com isso foram horríveis. Mas o assunto me pareceu muito interessante. O tratamento é sempre muito árido, com aquelas fórmulas malucas que a gente "normal" não entende... só economistas... Nesse SPIDA, entretanto, eles disponibilizaram alguns papers que esclareceram um pouco a questão.

Existem duas aplicações tradicionais para modelagem multinível. A primeira é a modelagem hierárquica, ou seja, quando unidades pertencem a níveis superiores. O exemplo típico de uso desse técnica vem da educação: quanto do desempenho de um aluno pode ser explicado por fatores individuais (nível 1) ou por fatores relacionados à escola (nível 2) em que ele estuda?

A segunda aplicação tradicional para modelagem multinível são os estudos longitudinais, ou curvas de crescimento. Aqui, a idéia é que o desempenho individual ao longo do tempo é explicado em parte por coisas que acontecem nesses pontos do tempo (nível 1) e parte por questões intrínsecas do indivíduo (nível 2). As aplicações são inúmeras. Um exemplo citado foi o de consumo de álcool na adolescência. Cada indivíduo da amostra apresenta trajetórias diferentes: alguns aumentam o consumo, para outros, o consumo se mantem estável e, pasme, em alguns casos teve redução...

As aplicações podem ser "facilmente" estendidas para mais de dois níveis, desde que se tenha o devido conhecimento da estatística envolvida (as malditas fórmulas) e um tamanho de amostra adequado. Lembrar que "tamanho de amostra", em estudos longitudinais, traz uma complicação adicional: o número de tomadas de dados ao longo do tempo.

Enfim, o assunto é bastante empolgante. E tem implicações bastante importantes para a criação de conhecimento em Administração. Acho, inclusive, que essa será uma área bastante explorada nos anos que se seguem, pois permite responder a perguntas que as outras técnicas até agora não permitiam. O que nos remete a essa interessante relação entre método e teoria: sem uma boa teoria, a técnica estatística não serve para nada. Entretanto, ao conhecer novas técnicas, o pesquisador aumenta o leque de problemas de pesquisa que ele pode responder, e portanto, formular.

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O Humano Ser Assistindo ao Simpósio

Lembrei do artigo da Nara, "O humano ser das organizações". Sim, havia um ser humano lá assistindo ao simpósio. E infelizmente, os sistemas "físicos" estavam se manifestando enquanto eu tentava me concentrar nas apresentações do simpósio. Não era pouca coisa. O prof. Kenneth Bollen, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, estava lá falando. Ele é considerado uma das maiores autoridades em análise de dados em estudos sociais. E meus intestinos reclamando...

Acho que comi alguma coisa que não me fez bem, e sentia um pouco de cólica. Tentar pensar na matriz de variância e covariância com a barriga incomodando, convenhamos... Acho que fiz bonito por duas razões. Primeiro, consegui baixar uns artigos recomendados para a atividade completa (foram 2 semanas de workshops, quer dizer, mão na massa), a qual eu não participei. Mas tendo lido antes as 200 páginas de texto recomendado, pelo menos tinha uma idéia do que se estava falando... Fiz aquilo que gostaríamos que nossos alunos fizessem: li o material antes. Acho que estou ficando mais CDF com os anos... Segundo, não fiz nada de inapropriado no auditório do evento, apesar de alguns momentos eu achar que não ia dar para agüentar...

Já havia comentado isso antes, mas ainda me espanto: como os norte-americanos (canadenses e estadunidenses) são pontuais. Dizia no programa: 3h30 - fim da exposição, abertura para perguntas, 4h encerramento. Não é que era 3h30 e o "Ken" encerrou e abriu para perguntas! Quatro horas e estávamos todos aplaudindo o palestrante.

Bom, e aí que eles chegavam de London para me pegar? Minha barriga doendo, louco para ir embora. A Nara disse "tomou todo o chá e café" no post dela... na verdade, não comi nada desde o intervalo, às 2h, pois tinha medo que "desandasse a coisa". Chá e café são meio agressivos, e tinha um pouco de medo de comer. Liguei para a Nara pelas 4h30. Ela brincou "estou em London ainda, nem saímos". Parece que o chão abriu em baixo de mim. A sensação foi indescritível. Quando ela me explicou que estava brincando, que estavam engarrafados na 401, ainda estava em choque.

Lá pelas 7 horas, a Nara, a Mary-Anne e o Zenon chegaram. Saímos para jantar (e eu com medo do piriri), mas a dor passou. No outro dia, estava normal. Acho que devia ser saudades da Nara (hehehe).

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Primeiro dia do verão 2007

21 de junho: começa o verão no Canadá, junto com o inverno brasileiro.
Hoje à tarde, quando eu ia para o Big Sisters, decidi parar no parque perto de casa e fotografá-lo.
Como tinha um ventinho muito agradável, decidi fazer um videozinho.
Estranhamente, nesse momento em que escrevo, a temperatura aqui está 17C e em Porto Alegre: 19C.
Curiosa inversão não é mesmo?
As fotos e o vídeo da entrada do verão em London estão em:
http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/PrimeiroDiaDoVerO

Semana bem ocupada

Esta semana estou bem ocupada com os preparativos para o Programa de Verão do Big Sisters of London, mas estou curtindo bastante a idéia de procurar atividades e receitas de comidas em inglês. Consegui uns bons livros na biblioteca pública e também traduzi para inglês algumas dinâmicas que costumo usar nos cursos de capacitação empresarial, aí no Brasil.

Encontrei uma receita de "massa de pastéis" e fiz o teste para, quem sabe, ensinar as meninas do Big Sisters. Para dar água na boca dos viventes eu coloquei a foto aí em cima - ficaram meio feinhos, tenho que admitir, mas estavam deliciosos, acreditem!
Uma atividade interessante que talvez eu tenha a possibilidade de fazer com as meninas do BS é uma visita ao laboratório de enfermagem da Universidade de Western Ontário. A Mary-Anne é diretora do curso de pós graduação em enfermagem da UWO, e se comprometeu a fazer contato com o pessoal do laboratório. Segundo Mary-Anne, as meninas poderão ver como funciona o corpo humano, inclusive, ver manequins que ficam grávidas e têm bebês. Estou torcendo para isso se concretize!
Hoje à noite tiramos um tempinho para atualizar o blog, afinal de contas, é quinta-feira e precisamos "fechar" a edição para que os familiares e amigos aí no Brasil tenham o que ler no fim de semana. Os taquarenses e moradores das redondezas, obviamente, depois de lerem o Panorama. Não estamos certos, Douglas?

Outros brasileiros no Canadá

Pasmem, tem gente vindo todo ano para cá para fazer o que eu estou fazendo.

Hoje, tentando entender como é feito o xarope de "plátano", ou maple sirup, a Nara encontrou um blog de um casal de brasileiros, gaúchos, que vieram para cá no ano passado para fazer parte do doutorado: http://grasi-e-duane-no-canada.blogspot.com/

O engraçado é que não os conhecemos, mas as histórias são tão parecidas... a Nara chegou até a se emocionar a ler os posts deles.

Segunda viagem a Toronto

Nossa ida a Toronto quinta-feira passada, dia 14 levou aproximadamente 4 horas, quando normalmente se faz esse trajeto em 2 horas e meia.

O Zenon e a Mary-Anne me apanharam em casa às 15 h e chegamos à Universidade de York, onde o Iuri nos aguardava, pouco depois das 19 h.
Segundo o Zenon, a auto-estrada que liga London a Toronto, a 401, é a segunda high-way mais movimentada da América do Norte - a primeira fica nos Estados Unidos.
Lembrei daqueles congestionamentos que a gente enfrenta quando vai à praia às sextas-feiras à tardinha, em pleno verão gaúcho... e domingo, quando retorna para a cidade. Que saudades... (risos).
O Iuri estava bem abatido, pois o evento do qual participara na universidade, havia terminado às 16 horas e ele teve que esperar até às 19, numa cafeteria. (Já tinha tomado todas... as xícaras de café e chá que pôde - hehe).
Ele adorou o simpósio e talvez relate os detalhes em outro post (porque este aqui é meu!!!)
Fomos jantar e comemos salmão acompanhado de vinho branco (hummmm).
No dia seguinte, fomos tomar café num restaurante perto do hotel - aqui os hotéis não oferecem café da manhã - e pedimos um prato com panquecas e waffles que o Zenon nos indicara. Quando as bandejas chegaram, nós quase caímos de costas!
Cada bandeja continha omelete, 3 salsichas, batatas cozidas com casca, uma panqueca (espécie de massa de crepe sem recheio), um waffle redondo, maple sirup - espécie de melado feito com a seiva daquelas árvores nativas que parecem os nossos plátanos - mais duas torradas com margarina, um copinho de suco de laranja, além do café em canecas.
Dali fomos (de metrô) conhecer o Bata Shoe Museum - Museu do Calçado - que conta a história dos primeiros calçados criados e utilizados pelo ser humano. Tem calçados que foram usados por reis e rainhas em seus casamentos ou datas especiais. É realmente um show!!! Tem os famosos sapatos chineses (os primeiros) que eram minúsculos e as jovens moças eram obrigadas a calçá-los, tendo seus dedos dobrados até quebrarem e atados com bandagens, pelas suas avós. Todas as mulheres chinesas eram obrigadas a ter pés pequenos, pois era a regra.
Outra coisa interessante, no mesmo museu, é um espaço reservado ao "horóscopo chinês". Tudo em tons de vermelho, muito bonito! Ao mesmo tempo em que são demonstrados modelos de calçados, conta-se a história do horóscopo chinês, com descrição de cada signo (muito divertido).
Depois do museu, fomos conhecer China Town, o bairro chinês, em Toronto.

Passamos em frente ao Teatro Princess of Wales e tiramos umas fotos junto aos cartazes do Fantasma da Ópera - esquecemos de fazer isso quando fomos assistir à peça!
Dali fomos fazer mais uma "boquinha" antes de sairmos de Toronto. Paramos num restaurante muito bonitinho e comemos uns super sanduíches (padrão canadense). Haja boca! (risos).
Saímos de Toronto pelas 16h e paramos em Guelph, uma cidade que fica no caminho para London, onde jantamos com outro casal de amigos de Zenon e Mary-Anne: a Mary e o Berry. Comemos salada e uns camarões à dorê (coisinha leve - hehe) num local ao ar livre, bem ao gosto dos canadenses... e também dos brasileiros. Depois disso voltamos para London, onde chegamos pelas 23h, aproximadamente.


quinta-feira, 14 de junho de 2007

Miscelâneas

Ontem à tarde o Iuri tomou o trem e foi a Toronto pois teria que estar hoje cedo para um seminário importante na York University. Eu saí de casa antes dele pois tinha compromisso no Big Sisters. Voltei para casa pelas 16h30min e estava sozinha com os esquilos que zanzavam pelo pátio. O casarão está praticamente vazio, agora que os estudantes foram embora. Só o Iuri e eu morando na torre... e ontem à noite, só eu...e Deus. O Iuri ficou na casa de nossos amigos Junior e Sheila Linn, em Toronto (já estamos abusando - hehe) e hoje de manhã bem cedo, foi para a universidade.

Hoje à tarde o Zenon e a Mary-Anne vão me apanhar aqui em casa e também vamos para Toronto.
Amanhã cedo, a Mary-Anne vai participar, como avaliadora externa, de uma banca de doutorado.
Eles nos convidaram para passear por Toronto hoje à noite, além de fazermos companhia ao Zenon, enquanto a Mary-Anne estiver participando da banca, amamhã.
Dessa vez vamos ficar num hotel, para não abusar demais dos amigos gaúchos.
Já estou com a malinha pronta, então decidi escrever um pouco no blog.
Como o título já demonstra, vou falar de coisas diferentes neste post (risos).

Ontem eu conheci a Lola, uma moça que vai trabalhar comigo no planejamento e execução de um programa de verão do Big Sisters of London - BS.
Todo ano o BS promove esse programa que chama de "day camp" (dia de campo) em que as meninas atendidas pela ONG participam de atividades recreativo/orientadoras durante suas férias escolares.
Serão cinco semanas e, para cada semana, teremos diferentes grupos de 8 meninas.
O programa vai começar no dia 16 de julho e terminará em 17 de agosto. Na primeira semana serão 8 meninas de 6 a 10 anos de idade e na segunda semana, serão 8 meninas de 11 a 16 - adolescentes...
Ontem à noite, aproveitando a solidão, eu fiquei procurando na internet, obviamente no google, atividades lúdicas que possam ser aplicadas nesse programa. Também busquei algumas dicas sobre alimentação saudável e algumas receitas de comida brasileira, pois vou poder ensinar às meninas receitas típicas do nosso país.
Estou muito feliz com essa oportunidade e peço a quem tiver alguma sugestão de atividade ou receita de comida brasileira de fácil preparo, que me envie por e-mail.

Terça-feira eu conheci a doutora Tima Bansal, que é diretora do centro de sustentabilidade da Faculdade de Administração da Universidade de Western Ontário, onde o Iuri está fazendo seu sanduíche doutoral. A professora Tima coordenou o seminário do qual o Iuri participou em março e, desde então, ele tem participado, também, de algumas reuniões do centro de sustentabilidade, afinal, esse é o assunto da sua pesquisa.
Bem, a professora Tima perguntou o que eu estava fazendo em London e quando eu contei que estava voluntariando no BS, seus olhos brilharam e ela me disse que faz parte do conselho diretivo dessa ONG. Me convidou para visitá-la em seu escritório na universidade e também para participar dos encontros junto com o Iuri.

Fiquei super feliz!!! As coisas não podiam estar melhores... qualquer hora eu crio coragem e encaro um doutorado...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Cuca rápida

Já faz algum tempo que tenho me preparado psicologicamente para fazer uma cuca rápida. Aqui no Canadá ninguém conhece "cuca".
De origem alemã, cuca é aquela espécie de bolo com farofa por cima, muito comum e apreciada, principalmente quando acompanhada de lingüiça cozida.
http://www.prdagente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=26

Como eu não trouxe meu caderno de receitas, o jeito foi apelar para Saint Google e procurar uma receita de cuca rápida. Então, hoje à tarde, resolvi tirar o tempo e tomar coragem - risos.
Encontrei muitas receitas, mas escolhi a da Rosaura Fraga porque era a que mais se assemelhava com a "minha" cuca rápida.
Decidi "botar a mão na massa" e o resultado está nessa foto no início do post.
A receita adaptada, segue abaixo:

Ingredientes:

Para a massa:

3 xícaras de farinha de trigo;
2 xícaras (não muito cheias) de açúcar mascavo;
1 xícara de suco de laranja (expremi duas laranjas);
3 colheres de sopa de margarina em temperatura ambiente;
2 ovos;
1 colher de sopa de fermento químico (seco);
1 maçã cortada em fatias finas.

Para a farofa:

6 colheres de farinha de trigo;

5 colheres de açúcar mascavo:

3 colheres de margarina em temperatura ambiente.

(Misturar tudo com as mãos até formar a farofa).


Modo de preparar:

Misture a farinha, o fermento, o açúcar, a margarina e o suco de laranja.
Acrescente as claras batidas em neve.
Espalhe a massa numa forma - untada com um pouco de óleo e polvilhada com farinha de trigo.
Espalhe as gemas - levemente misturadas - sobre a massa e disponha as rodelas de maçã.
Por fim, espalhe a farofa e ponha no forno a 280 graus, por aproximadamente, 25 minutos. É aconselhável fazer o teste do palito.

Ficou uma delícia!!!

domingo, 10 de junho de 2007

Inaugurando a churrasqueira

Ontem, dia 9 de junho, inauguramos a churrasqueira aqui de casa. Não que ela seja nova, muito pelo contrário, mas foi a primeira vez que nós a usamos.

Primeiro preciso contar que, durante a semana passada o Iuri foi apresentado a outro brasileiro que vive no exterior: o Eusebio Scornavacca. Eusebio - grande figura - é gaúcho de Porto Alegre e reside na Nova Zelândia, onde é professor na Victoria University of Wellington New Zeland: http://www.vuw.ac.nz/home/index.asp
Ele está passando uma temporada no Canadá como professor visitante, fazendo palestras aqui e ali e vai ficar em London até 8 de julho.
Pois bem, ontem, devido ao encontro de três gaúchos que vivem longe dos pagos, saiu o tão esperado churrasco na nossa casa. O Iuri já tinha conseguido comprar o carvão adequado para esse fim, depois de ter se enganado com aquela "tora" da qual ele falou em outro post. Também já tínhamos conseguido comprar a farinha de mandioca num supermercado português, em Toronto.
Sábado de manhã, depois do café, saímos, Iuri, eu para encontrar o Eusebio, que nos esperava na universidade, onde está hospedado. Fomos fazer as compras: carne de gado, carne de porco, salsichas italianas, cerveja, sal grosso, coca-cola e sorvete - afinal, sempre é bom comer um docinho depois do salgadinho, não é?
Depois de algumas "brigas" com a estranha e antiga churrasqueira canadense (essa não funciona a gás, mas somente com carvão - que custou a "pegar" fogo), finalmente saboreamos aquela maravilhosa comida nativa junto com salada de batatas alemã (adivinhem quem fez?).
O Eusebio disse que estava "realizado" pois, depois de muito tempo, comera um legítimo churrasco gaúcho, com pessoas que falam a sua língua: o gauchês - com direito até mesmo ao popular: Bah! (risos).
Depois do sorvete, tomamos chimarrão no deck.
Que tal????

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Reality Shows distorcem a percepção da realidade?

Estamos vendo TV aqui no Canadá... isso não parece uma grande notícia, todo mundo vê TV. Menos nós. A Nara é menos que desinteressada: ela odeia a coisa. Eu sou um pouco menos avesso, mas mesmo assim não sou fã desse tipo de entretenimento. Assim, no Brasil, não víamos nunca TV.
Aqui no Canadá, estamos com um aparelho emprestado, e tem sinal de cabo nesse apartamento em que estamos morando. Por isso, resolvemos assistir um pouco de televisão para aprender melhor o inglês "que as pessoas falam". E para isso, nada melhor do que as dúzias de "reality shows" que passam aqui, com pessoas "normais", ao invés de atores profissionais.
Emendamos quase um mês vendo esse tipo de programa. Há dois canais que nos assistimos aqui: TLC (The Learning Channel - tlc.discovery.com) e HGTV (House and Garden TV - hgtv.ca). E impressiona a quantidade de "reality shows" sobre renovação de casas - as "renos" - e reviravoltas - "flips" - com finalidade de ajustar a família a uma casa ou reformar uma para vender. Há outros tipos, claro, como uma família em que os pais são anões e alguns filhos são anões e outros têm uma altura normal. Outro em que uma dupla de estilistas (uma mulher e ... uma pessoa de outro sexo) "ajuda" uma pessoa de extremo mau gosto - geralmente indicada por "amigos" ou familiares - a ser menos baranga. Outro que eles transformam o carro velho (mesmo) de alguém em um "Magal-machine", e assim por diante. Os exemplos são intermináveis, com mais ou menos qualidade.
Mas ficamos mesmo foi com os de renovação de casas. Temos nossa casa há dois anos, e vínhamos "segurando os trocados" para o caso de ser aprovada minha bolsa de sanduíche no Canadá. Portanto, as reformas foram todas suspensas até... bem... se ter dinheiro de novo! Mas para nós era importante fazer uma pequena reserva antes de virmos, porque se imaginava que a bolsa de doutorado não daria para muita coisa, e era preciso ter algum para pagar os extras (teatro, viagem, livros, enfim, o que pintasse). Então, esses programinhas de decoração e reforma são bastante interessantes, porque trazem algumas boas idéias. Desde que se mantenha as coisas sob perspectiva.

Vou explicar, em linhas gerais, como funciona esse tipo de programa. São programas de 30 minutos, que mostram um processo de reforma do início ao fim, com um caso (uma família, um investidor, um jovem casal, etc.) em cada episódio. Como é de se esperar, em se tratando de TV, com final feliz. No início, uma casa podre, um apartamento mal decorado, etc., e no final, tudo muito lindo, e rápido. Em alguns desses programas, as pessoas participam do processo, em outras, elas saem e a produção do programa "toma conta", para que eles possam fazer "UAU" no final. Sempre tem isso: na cena final, o felizardo volta e diz: "UAU!!!", dá um depoimento de como a vida dele/a/es mudou depois da reforma ou seja lá o que o programa faz (às vezes, uma reorganização de uma peça da casa).
Para um casal com um mínimo de senso de realidade, já é altamente tentador. Dá vontade de desligar a TV, e ir correndo ao Home Depot, RONA, Home Hardware, enfim, qualquer uma dessas lojas de material de construção que patrocinam esses programas e sair comprando tudo o que vê pela frente... Aliás, ao dizer "lojas de material de construção" talvez não se consiga transmitir a um leitor brasileiro exatamente o que elas são. Não conheço nenhuma loja de material de construção no Brasil que tenha o mix dessas lojas... São absolutamente enlouquecedoras.
Bom, mas temos esse senso de realidade. Meus pais estão com a casa em "construção e reforma" desde 1980... até agora! É só ir na casa deles e minha mãe, lá pelas tantas, começa a dizer que "tinha mais uma coisa para fazer na casa". O pai da Nara, professor aposentado do Estado como os meus, faz uns anos é corretor de imóveis. Ou seja, temos um mínimo de conhecimento de causa. Imaginamos a "tropa" de gente que precisa para fazer aquelas reformas mágicas dos programas de TV. Então, vemos esses programas com um certo grau de ceticismo: "é televisão" = "não é a realidade". Aproveitamos algumas pequenas idéias aqui e ali, mas jamais achando que vai se reformar uma cozinha em meia hora (quem dera...).
Mas ao que parece, o nível médio de discernimento por parte dos espectadores desse tipo de programa não é tão alto... Extremamente populares no Canadá, esse tipo de "reality show" começa a criar expectativas irreais nos expectadores. "Eu vi na TV..." começa a ser um argumento cada vez mais utilizado quando um construtor passa um orçamento ou um prazo para um possível cliente - e este achava que seria como o programa que ele assiste todas as noites. Hoje saiu no Globe and Mail (leia clicando aqui) uma reportagem a esse respeito. A colunista chamou de "síndrome de RSE", ou "reality show expectation" (expectativa de programa-realidade seria uma tradução aproximada). Ela cita um caso dramático, em que o dono de um estabelecimento comercial (esqueci de mencionar... os "casos" incluem restaurantes e escritórios...) simplesmente fechou as portas, cortando portanto os ingressos de seu fluxo de caixa, sem antes ter um planejamento, contratar um designer, nem um construtor. A colunista ironiza: em plena época de reformas, encontrar um construtor parado, "dando sopa", é de desconfiar...
Resumo: os "reality shows" são programas de "realidade" ou induzem mais à fantasia e ao devaneio (wishful thinking, como se diz aqui) do que os programas ficcionais?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

A Bicicleta II

O pessoal do Brasil está me sacaneando direto por causa da minha "quase compra" de uma bicicleta infantil. Olha só a foto que meu cunhado Miguel me mandou do Rio de Janeiro:
"Também fui enganado" - diz ele... Caramba, com que família de gente gozadora que eu fui me meter. Não escapa um...

Bom, mas eu comprei a tal da bicicleta, faz umas duas semanas. Encontrei uma mountain bike baratinha no Canadian Tire e mandei ver. Não fico tão bonito nela quanto o Migue, mas... tenho condução para universidade enquanto estiver quente.

Quando esfriar... penso nisso.

O fim de semana em Toronto e o "Fantasma da Ópera"

Sexta-feira, 1º de junho, levantamos bem cedinho, nos arrumamos, pegamos a mala, nossa "airbed" (cama de ar) e fomos para a estação de trem. Estava começando mais uma aventura de Iuri e Nara por terras canadenses: o tão esperado fim de semana em Toronto, onde assistiríamos à peça "The Phantom of the Opera"!

Tínhamos feito contato prévio com um casal de amigos taquarenses, o Eloir e a Elizete Petry. O sobrinho deles, Rubem Linn Jr. (mais conhecido por Júnior), mora em Toronto há 8 anos. O Júnior é natural de Três Coroas e é casado com a portoalegrense Sheila. O Eloir nos colocou em contato com o Júnior e combinamos de ficar na casa desse jovem e adorável casal gaúcho, em Toronto.
Fomos recebidos como "realezas" na casa de Júnior e Sheila. O Júnior nos apanhou na estação de trem, nos emprestou uma chave do apartamento, nos mostrou onde seria o nosso quarto, deixou o computador ligado para podermos usar a internet e saiu para o trabalho. A Sheila já estava no trabalho desde cedo. Os dois só voltariam para casa à tardinha, então o Iuri e eu saímos para caminhar na beira do lago Ontário, que fica na frente da janela do apartamento do casal. Caminhamos até cansar, almoçamos (almoço canadense: algo parecido com um cheeseburger e um cachorro quente). Tomamos um café com um doce e voltamos para o apartamento. Eu deitei no sofá da sala e o Iuri no chão do escritório (onde, mais tarde, instalaríamos nossa airbed). Dormimos profundamente por algumas horas. Eu acordei primeiro e fui sentar na sacada para contemplar o lago, os barcos e os aviões - tem um pequeno aeroporto que fica em uma pequena ilha do lago, próximo ao condomínio deles (Toronto City Centre Airport).
Quando o Iuri acordou, saímos para mais uma caminhada à beira do lago, onde tivemos a oportunidade de presenciar e filmar uma estranha experiência da vida selvagem do Canadá: o duelo entre duas aves - achamos que era um patinho e um cisne, os especialistas que nos ajudem, por favor (risos).
Dali fomos a um mercadinho para comprar algumas coisas para a janta - afinal de contas, se estávamos sendo tão bem recebidos, tínhamos a obrigação de, ao menos oferecer aos nossos anfitriões alguma coisa para comerem quando chegassem cansados de sua labuta. Como não sabíamos de que eles gostam de comer, decidimos comprar uns "nachos" para aperitivar.
Na hora de pagar a conta do mercadinho, o Iuri percebeu que tinha esquecido a carteira em casa, então eu fiquei esperando até que ele fosse apanhá-la. Ainda bem que o apartamento fica pertinho do mercado.
Fiquei esperando na calçada e vi o carro do Júnior se aproximando e nele estavam a Scheila e o Iuri. Sheila tinha chegado em casa do trabalho e pegara o carro para ir ao supermercado. O Iuri pagou a conta no mercadinho e pegou as compras... então fomos a um supermercado de verdade: o Loblaws (da mesma rede que tem em London). A Sheila tinha uma receita de lazanha e compramos os ingredientes para prepará-la para o jantar.
Enquanto a Sheila preparava a lazanha, o Júnior fez um chimarrão beeeeeem gaudéééério!
A lazanha ficou maravilhosa! Assistimos o DVD do casamento do casal, realizado em Porto Alegre, em março deste ano. O DVD chegara naquele mesmo dia, 01 de junho, então asisstimos em primeira mão, junto com os noivos. Sentimos, junto com eles, a emoção de estar longe daquelas pessoas a quem amamos...
Fomos dormir e acordamos tarde no sábado. Tivemos um breakfast com omelete e batatas cozidas (hmmmmm). Depois saímos caminhando, para conhecer o centro de Toronto, visitamos lojas diferentes, conhecemos uma parte subterrânea da cidade e almoçamos no pátio de um restaurante - almoço regado a cerveja :)
Voltamos para casa cansados, descansamos uma meia hora e depois começamos a nos arrumar para assistir ao Fantasma da Ópera.
A peça é m a r a v i l h o s a !!! Tudo o que tinham nos dito sobre ela e mais um tanto de emoção pela oportunidade de estar lá e assisti-la. Gostaria que todo mundo pudesse ter essa oportunidade! Valeu cada centavo investido, valeu os dois meses de espera, valeu o calo nos pés, valeu tudo!
Domingo fomos comer churrasco na casa de outro gaúcho que mora em Toronto e é amigo do Júnior e da Sheila: o Leonardo. No caminho para a casa do Léo, compramos picanha e costela num supermercado português, chamado: "Nosso Talho". Consegui comprar farinha de mandioca: agora podemos comer feijão mexido legítimo e massa com farinha frita por cima!!!
A carne foi assada aos poucos e fomos comendo as lascas (deliciosas!!!). Lá pelas tantas, o Iuri percebeu que o fogo havia atingido o saco de carvão e já queimava a "esteirinha de palha" que enfeitava a cerquinha da sacada, onde estava a churrasqueira. O Léo pediu para alguém trazer água, o Júnior não encontrou um recipiente para encher com esse líquido, então veio correndo da cozinha, com uma garrafa de dois litros de "guaraná Antártica". Por sorte, o Léo já chegara com o extintor de incêncio e conseguira conter as chamas, antes que o Júnior desperdissasse o precioso refrigerante brasileiro :)
Bem, a esteirinha de palha vai ter que ser substituída, o vaso de folhagem talvez tenha que ser re-pintado, mas o churrasco estava "supimpa!"
Antes de ir embora para a estação de trem de Toronto, eu agradeci ao Júnior e à Scheila, dizendo que nos receberam de forma muito calorosa e o Léo disse que recepção calorosa foi a dele, com direito a show pirotécnico - hehehe!
Obrigada Júnior Linn, obrigada Sheila, obrigada Léo! O fim de semana foi inesquecível...

As fotos e vídeos estão no álbum e podem ser acessadas em: http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/TorontoEOFantasmaDaPera

O esquilo e a maçã

Quinta-feira passada, dia 31 de maio, eu estava me preparando para a viagem a Toronto que seria no dia seguinte. Fui à cabeleireira fazer highlights (luzes) e cortar um pouco meus cabelos. Como o dia estava ensolarado e quente, deixei a janelinha da cozinha aberta - só com a telinha fechada - para arejar a casa (todas as casas canadenses possuem telinhas nas janelas e portas para prevenir a entrada de insetos e outros animaizinhos). Quando voltei para casa, notei que o condicionador de ar estava funcionando e decidi fechar a janelinha da cozinha. Como eu não conseguia baixá-la totalmente, me estiquei por cima do forno de microondas para ver o que estava impedindo o movimento da janelinha. Para minha surpresa, a maçã, que antes estava no prato de frutas sobre o microondas, agora jazia entre o marco e a parte móvel da janela e... roída. Muito surpresa com o fato, percebi que a telinha da janela estava rasgada e logo imaginei que tivesse sido um esquilo. O bichinho, provavelmente passando ao lado da janelinha, sentiu o aroma da maçã e não resistindo, abriu um buraco na telinha, entrou no apartamento, subiu no microondas e tentou levar a maçã consigo. Para sua má sorte, a maçã não passou pelo buraco e ele foi embora, não sem antes roer o quanto conseguiu da saborosa fruta. Mais tarde, quando o Iuri chegou em casa, colocou a maçã na cerquinha do deck e não demorou muito até que um esquilo (talvez o mesmo que roeu a tela da janelinha) a levou embora, correndo com a fruta na boca, subindo no telhado da garagem dos vizinhos, conforme pode-se ver no vídeo, clicando no link abaixo.
http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/OEsquiloEAMa

Agora eu já sei: não deixo mais janela aberta para arejar a casa sem ficar por perto - e de olho nos esquilos (risos).

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Banana no lanche?


Quando eu era pequeno, levava lanche para a escola. Uma vez minha mãe colocou banana na minha pasta. A banana era madura, e minha pasta nunca perdeu o cheiro de banana, até ser descartada. Às vezes, abria aquela pasta para pegar os cadernos ou qualquer outra coisa e sentia aquele cheiro. Anos mais tarde, já adulto, contei isso e as pessoas à minha volta todas riram, como se tivesse acontecido algo semelhante a elas. Talvez várias pessoas tenham passado por essa experiência, sei lá. Talvez valha a pena criar uma comunidade no Orkut: "minha pasta fedia a banana", ou algo assim.
Bom, aí por volta de meus doze anos, passou a ser "pagação de mico" levar lanche para a escola. Os últimos remanescentes eram motivo de chacota, até que todos pararam. Comprávamos o lanche no bar da escola. Quando comecei a trabalhar, a empresa tinha refeitório, almoçávamos lá, e depois começamos a receber vale-refeição. Almoçávamos nos restaurantes "executivos". No Brasil, pelo menos no RS, ninguém leva lanche para o trabalho.
No Canadá, as refeições são MUITO distintas das brasileiras. Aqui, se come um "breakfast" reforçado, com ovos fritos ou omelete, batatas fritas, bacon... inimaginável. Depois, ao meio-dia, um "lunch" leve, como sanduíches. E por volta das seis, no máximo sete da noite, uma janta com comida quente e salgada, mais ou menos como nossos almoços. Ou seja, não conseguimos (nem queremos) nos adaptar.
Mas não há oferta de almoço como o nosso nos restaurantes. E mesmo que houvesse, o preço seria impraticável, e arrebentaria nosso mirrado orçamento. O negócio foi fazer como todo mundo aqui: levar almoço de casa, em uma "merendeira" especialmente comprada para esse fim. Mas não me rendi ao almoço de sanduíche: levo feijão, arroz, carne, salada e alguma sobremesa. Em geral, frutas. Cozinhamos para a semana, temos porções congeladas no freezer, e aqueço no microondas da cozinha dos alunos de doutorado.
Sim, os alunos de doutorado aqui tem um escritório com chave (em geral, dois alunos por escritório) e uma cozinha exclusiva, com geladeira, microondas e "kettle", que é uma chaleira elétrica para esquentar água. Quase são tratados como gente.
Semana passada, levei banana de sobremesa no lanche. Como fazer para não ficar com a pasta fedida? Comprei "banana chips" no Bulk Barn, uma espécie de banana desidratada, cortada em rodelas (ver foto). Aliás, o Bulk Barn é um lugar tão interessante que merece um post separado. Fica para outra vez.

Carteirinha de Ontário


"Yours to discover" ("sua para descobrir" -- ou, "me descubra") é o slogan de Ontário, a província em que vivemos aqui no Canadá. Realmente, há muita coisa que descobrir depois que se chega aqui...
Desde antes de chegarmos no Canadá, vínhamos nos questionando se devíamos comprar um carro. Meu orientador canadense, então, me havia passado um contato de um aluno do doutorado da Ivey que disse que não era necessário, o que de certa forma nos tranqüilizou. Ao chegarmos, com aquele frio todo e neve, começamos a pensar que um carro ajudaria muito, principalmente na hora de trazer as compras de supermercado. Além disso, um carro poderia servir para nos levar para passeios breves, aos finais de semana.
Por várias vezes, ficamos na dúvida de qual seria a melhor decisão. Discutimos muito, pesamos prós e contras, e procuramos muita informação, para podermos tomar a decisão acertada. Afinal, um automóvel usado, por mais barato que seja no Canadá, sempre é uma fonte de despesa, principalmente se tivermos que fazer qualquer tipo de manutenção. Mecânico custa CAD 60 a hora de trabalho! Qualquer manutenção aqui nos tomaria uma boa grana, o que não dispomos em grande quantidade. Além disso, não se pode comprar um carro sem fazer seguro. Não é como o nosso "seguro obrigatório", que custa uns 30 reais por ano, que se faz quando se paga o IPVA no Brasil. É seguro mesmo, com seguradora e tudo. E pelo jeito, nada barato.
Outro dia desses, um conhecido nos ofereceu um carro interessante: 10 anos de idade, alguns pontos de ferrugem, mas com a manutenção em dia, e a um preço legal (CAD 2000). Um bom negócio, enfim. Mas ficamos ainda na dúvida.
Semana passada, alugamos um carro. A Nara já fez um post a respeito. Fomos visitar uma fazenda de leite, e não havia como ir de ônibus. De documentação, foram necessários apenas o cartão de crédito e minha permissão internacional para dirigir (PID), expedida pelo DETRAN-RS. O aluguel não saiu muito caro: CAD 40 a diária, mais CAD 18 de seguro, mais impostos, CAD 65 no total. Mas a sensação de dirigir foi ótima! O trânsito aqui, apesar de ter umas regras diferentes, é muito gostoso de dirigir. Calmo, até.
Voltamos para casa encantados! E pensei: vou comprar o carro do conhecido. Mandei um e-mail para ele perguntando se já tinha vendido o carro, ele me ligou de volta e marcamos para eu ir à casa dele no dia seguinte. O carro era bom de dirigir e tudo. Estava decidido: esse carro seria nosso!
No dia seguinte, tirei o dia para ver o preço do seguro e fazer a transação. Descobri o seguinte: para fazer o seguro, precisamos ter carteira de motorista expedida por Ontário. Não servia a PID. Além disso, o seguro sairia uns CAD 150 só para terceiros. Se eu quisesse ainda ter cobertura para o próprio automóvel, ia para uns CAD 182 (uma diferença não muito grande, até). O problema é que esse seria só o meu seguro. Teria que ter outro para a Nara, caso ela quisesse dirigir. Bom, aí a coisa saiu do controle. Tirar 2 licenças de motorista de Ontário, fazer 2 seguros, mais as taxas de transferência (só para fazer uma placa de carro, que é do proprietário, e não do automóvel, aqui, custa CAD 150... imagina o resto). Mais o valor do carro, e ainda teríamos que tentar vender em pleno inverno... Resumo: cancelei o negócio.
Pelo fato de não querermos fazer carteira de Ontário, nosso problema está resolvido: não vamos comprar carro! Se precisarmos, vamos seguir alugando ou "dando um jeito", como vínhamos fazendo até agora.