segunda-feira, 30 de abril de 2007

Encontro de brasileiras em London

Como vocês já sabem, nós conhecemos uma brasileira chamada Nice, que vive no Canadá há dez anos. Já fiz um post contando minha visita à casa da Nice, com fotos dos seus lindos filhos. Um dia desses, a Nice me convidou para um encontro de brasileiras que moram em London, disse que fazem uma reunião mensal, com "comes e bebes" levados pelas integrantes. Às vezes elas saem para jogar boliche, jantar fora, etc. Como eu já tinha compromisso naquele dia: foi quando compramos nossa espetacular mesa de 10 dólares canadenses, acabei não indo ao encontro. Pois bem, sábado passado, dia 28 de abril, foi o encontro mensal das mulheres brasileiras e eu fui ver para crer. Num apartamento de um quarto, sala, cozinha e uma pequena salinha de jantar, se reuniram pelo menos 25 mulheres brasileiras, a maioria de sotaque nordestino. Eu sou a segunda gaúcha do grupo, a outra se chama Cláudia e veio de Novo Hamburgo. O encontro começou pelas 16 horas e eu cheguei em casa pelas 21h30min (ainda bem que eu tinha levado chave - hehe). Teve até caipirinha, com cachaça brasileira :). Na foto acima, da esquerda para a direita: Lourdes, Vânia, eu, Nice e Maria. A maioria dessas mulheres tem maridos canadenses, mas tem também aquelas cujos maridos são brasileiros e vieram fazer doutorado aqui e... ficaram. Isso não vai acontecer conosco, eu prometo. Ouvi tantas histórias, recebi muitas dicas sobre o que fazer aqui em London e, o mais importante: me diverti muuuuito com a mulherada! Vocês conseguem imaginar 25 mulheres reunidas num pequeno apartamento?

Mais fotos das brasileiras que vivem em London, podem ser vistas clicando em:

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O domingo e a missa

Como o Iuri já falou num post anterior, temos ido à missa na St Peter's Cathedral Basilica, quase todos os domingos. Vínhamos tentando acompanhar as leituras e as respostas às orações, mas com certa dificultade devido ao fato de serem em inglês - risos. Reparei, entretanto, que o ritual é exatamente igual ao do Brasil, então ficava tentando adivinhar as palavras ditas pelos fiéis. Eles falam baixinho e "comem" as últimas letras (talvez devido aos horários das missas, seja a das 11 da manhã ou a da 1 da tarde - quem sabe o pessoal ainda não tenha almoçado e por isso, esteja com fome:))
Domingo passado, por exemplo, aconteceram duas coisas engraçadas: primeiro, no evangelho e na homilia, o padre falava sempre uma palavra que, para nós, soava como: "igl". Pelo contexto, eu interpretava que "eagle" - "águia em inglês - deveria significar algo como "criar asas" ou "se achar alguém muito importante" , "auto-suficiente". Lá pelas tantas, o Iuri disse baixinho a palavra: "ego!!!" Na verdade, a palavra dita pelo padre era "ego" cuja pronúncia, em inglês, é "igo" e não "igl" como tínhamos entendido antes. Bem, minha interpretação estava bem próxima do significado do ego, mas, certamente, tive que usar bastante criatividade (risos).
O segundo fato engraçado aconteceu depois da misa quando o Iuri e eu fomos sentar num banco do parque, situado ao lado da St Peter's Cathedral. Antes disso, preciso fazer um pequeno parênteses, e contar que ganhamos um livrinho da missa, presente de uma Ministra da Eucaristia, chamada Hellen. Eu havia encontrado o nome dela no site da igreja e lhe enviara um e-mail solicitando o ritual da missa por escrito, explicando minha nacionalidade e tal... Fechado o parênteses, vamos ao segundo fato: Conversando sobre a importância desse livrinho e de como ele faria diferença nas próximas missas, eu disse ao Iuri, que eu tinha levado um certo tempo até chegar à conclusão do que os fiéis respondiam depois de cada prece, quando o leitor dizia: "Pray for the Lord"- "Rezemos ao Senhor". A resposta dos fiéis era: "Lord! hear our pray" - "Senhor, ouve a nossa prece". Aí o Iuri riu e disse que sempre entendia: "Lord! Realplayer"... e pensava: por que eles pedem o "realplayer ao Senhor?"

Glossário:
Eagle: Águia
Ego: Ego
Lord: Deus
Pray: Reza, oração, prece
Realplayer: programa de computador que serve para reproduzir áudio e vídeo.

Depois disso, fomos caminhar um pouco pelo centro de London e acabamos contagiados pela população que enchia todos os bares e restaurantes da cidade e... comemos um hamburguer número 8 (o bife é maior do que o 6 :))

[ATUALIZAÇÃO: na verdade, eu também não estava entendendo porque o padre falava tanto nas tais de águias, até que caiu a ficha... antes da Nara, assim ela continua achando que eu sei mais inglês que ela... Outra coisa, o bife "nro 8" é um bife de 8 onças... Eu só lembrava que 6 onças era 170g, mas fazer essa regra de três na fila do "trailer de X" é que foi difícil. Além disso, nunca comprei "X" no Brasil por peso de bife, então não fazia nem idéia se 170g era muito, quem dirá... 170/6*8 = 226g! - Iuri]

Fotos e vídeos de domingo, encontram-se no endereço:

http://picasaweb.google.com.br/Nara.Maria.Muller/Domingo22DeAbril

O Negrão e a Suíca II

Em seu relato sobre o negrão e a Suíça, o Iuri pergunta: por que as mulheres sempre levantam atrás do marido nessas horas?
Bem, isso me reporta a um episódio de quando eu era criança, faz tempo, né!!! Eu não lembro, mas minha mãe conta que, num certo carnaval dos idos anos 60, ela e meu pai foram festejar no clube, enquanto meu irmão Eraldo e eu ficamos na casa de nossos avós paternos. Eles moravam ao lado da nossa casa e, na nossa rua, passavam alguns blocos carnavalescos que se dirigiam ao centro da cidade. Contam que, naquela noite, quando o bloco passou, minha avó levantou, pé ante pé, para assistir da "vigia" da porta central da casa. E, de repente, se assustou do que parecia ser um pequeno fantasminha que vinha caminhando atrás dela. O fantasminha era eu, que obviamente me assustei com o sobressalto de minha avó. Minha mãe disse que nos apelidou de: "o medo e o medinho", parece que tinha um programa de rádio ou TV, com esses personagens, naquela época. Acho que minha mãe pode esclarecer isso melhor - hehehe! Iuri, acho que a curiosidade feminina é mesmo algo inquestionável e incorrigível!

Primeiro chimarrão no parque

Bem, sábado passado fez um sol muito lindo aqui e a temperatura chegou a 21 C . Então saímos com nosso kit chimarrão: cuia e bomba presenteados pelo meu pai, antes de sairmos do Brasil - detalhe para o tamanho dos equipamentos para economizarmos erva - hehehe! A garrafa térmica foi presente da Mary-Anne, que não é gaúcha e não conhece chimarrão, mas entendeu nossa ansiedade por esse "funny tea" (chá engraçado), como o Zenon se refere à nossa bebida mais tradicional :)
Durante nossa rodada de chimarrão no parque, aconteceu um fato engraçado: o mistério da cadeira de rodas...
As fotos e vídeos estão disponíveis em:

http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/PrimeiroChimarrONoParque

O Negrão e a Suíça

Hoje, por volta de umas 3h, acordei meio assustado. "Pampampam" - bateram na porta. "Pampampam?" - pensei - quem pode ser a essa hora? Fui lá ver. Era um negrão com uma latinha na mão. Pensei: o cara tá tragueado e tá pedindo algum. Ele falou alguma coisa em um inglês enrolado e eu disse: "I don't have any" (Eu não tenho nenhum) - para ver se me livrava logo. O negrão (ele não devia ser muito mais alto que eu, mas tinha a largura de um armário) insistiu, estava procurando alguém. Vendo que eu não entendia, desistiu. Aí eu vi que a latinha era de Red Bull... ainda assim, podia estar no trago.
Desliguei a luz, mandei a Nara de volta para a cama (por que as mulheres insistem em levantar também?) e fiquei no bico. O negrão desceu a escada e entrou numa baita Van, nova e bonita, com um outro cara na direção. Achei isso MUITO estranho.
Às 8h, tocou o despertador. Levantei tonto e com sono. Pensei: "acho que preciso de mais meia hora". Ajustei o despertador e voltei para a cama. Me aninhei na Nara, esquentei e dormi. Dali a pouco: "pampampam". Olhei para a Nara e disse: "de novo!". Era o negrão!
Eu realmente não conseguia ouvi-lo com as duas portas fechadas. Ele pediu para abrir a porta. Eu hesitei, mas acabei abrindo. Ele disse: "I'm looking for .....am" (não consegui entender o que ele estava procurando). Perguntei: "Are you looking for Switzerland?" (Você está procurando a Suíça?). Ele fez uma cara estranhíssima e disse, em inglês: "Me desculpe. Realmente estou na casa errada". Eu disse a ele: "Sim, realmente estás na casa errada!" - e pensei: "
será que finalmente ele entendeu?".
A Nara achou muita graça: "Só o que faltava, bater um negrão bicha aqui procurando por um suiço!". Rimos muito. Coisas estranhas acontecem para todos, em todos os lugares do mundo...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Lindas casas

Bem, como a gente se encanta com as casas e com as flores pelas ruas de London, aproveitamos para dividir essas belas visões com os amigos.
Sexta-feira, o Iuri foi à universidade de manhã, voltou para almoçar e foi de novo à tarde. Eu o acompanhei nessa segunda caminhada e aproveitamos para procurar um caminho alternativo.
Nossa rua, a Richmond St, é bem movimentada. Então fomos por uma rua paralela, a Wellington St, e ficamos impressionados com a diferença: a calma dessa rua faz com que a gente nem acredite que estamos tão próximos da Richmond. Como nossa câmera digital, quase sempre nos acompanha, registramos as casas, os jardins floridos, os canteiros centrais na rua... nossa! Nem parece que há três semanas, estava nevando por aqui...
As fotos dessas casas estão disponíveis em:
http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/CasasDeLondon

Nossa primeira mudança

Talvez nem todos saibam, mas quando alugamos o apartamento aqui em London, ele estava para ser reformado, então fomos morar no apartamento ao lado, no mesmo prédio. Os dois apartamentos são basicamente iguais, apenas muda a posição geográfica, ou seja, um fica a oeste e o outro a leste do prédio.

Como por aqui, em geral, são os proprietários mesmos que fazem as reformas de suas casas, e considerando que o Zenon estava em pleno final de semestre com seus alunos, a reforma atrasou e o apartamento não ficou pronto a tempo de nos mudarmos. Esse tempo tinha um limite que era entre meados de abril e início de maio, pois o local onde estávamos morando, já estava locado para outras pessoas que viriam nesse período.
Feita a introdução, vamos ao que interessa: O Zenon e a Mary-Anne têm outra casa com vários apartamentos para alugar (daquelas casas antigas sub-divididas, das quais já falei num outro post). A foto da nossa morada atual é a que está no início deste post e nosso apartamento é aquele bem no topo (terceiro piso). Aquelas janelinhas bem no alto são do nosso apartamento (janela dupla de frente para a Richmond St : sala de estar e escritório e janela simples de frente para a Cheapside St: nosso quarto). O prédio é bem pertinho do centro da cidade, que fica ao sul e também muito próximo da universidade que fica ao norte. Temos ido a pé tanto para um lado quanto para o outro - ainda mais agora que o tempo está esquentando.
A casa está à venda... se alguém se interessar, o telefone da imobiliária está na placa - risos.
Nos mudamos na sexta-feira, dia 13 de abril, com um pouquinho de sol e um vento muito frio (felizmente não estava nevando!).
O Zenon fez todo o serviço de transporte da nossa mudança com seu Jeep 4 x 4 - foram cinco viagens - (o tempo de carro entre uma casa e outra é de 5 minutos). A foto ao lado mostra os fundos da nossa casa casa, onde se pode ver a escadaria que temos que subir e descer todos os dias para chegar ou sair de nossa casa - acho que não vai ter perigo de engordarmos muito durante esse período - risos. Coitadinho do Iuri: ele estava mortinho no final daquela sexta-feira - hehe, de tanto subir e descer as escadas!!! E eu? vocês querem saber o que eu estava fazendo enqanto o pobre do Iuri carregava toda a mudança?
Bem, eu vim com a primeira viagem da mudança e fiquei limpando os armários e acomodando as coisas à medida que elas vinham chegando... e claro que, eu descia e subia carregando coisas, de vez em quando... e eu também estava exausta no final do dia (todo mundo sabe como é uma mudança... e nós ainda temos mais uma pela frente quando o apartamento da Kensington Ave estiver reformado).
Só para localizar nossos leitores, observem a foto de fundos de nossa nova morada: no topo da escadaria está a porta que dá acesso ao apartamento, começando pela cozinha. Ao lado da chaminé, está a janela da cozinha e mais ao lado, está a pequena janelinha do banheiro. Na lateral da casa, pode-se ver a janela do nosso quarto, também vista da outra foto (fachada). No térreo, a porta que está semi-coberta por uma planta, é a lavanderia comunitária do prédio. Nosso apartamento é todo em estilo cabana: muito romântico...
No final da tarde de sábado, dia 14, o Zenon e A Mary-Anne vieram com um televisor 29", novinho em folha, que compraram para nos emprestar... trouxeram um bolo de limão comprado numa padaria italina: "Angelu's bakery". Tomamos chá com bolo aqui em casa e depois que eles foram embora, ficamos assistindo um pouco, dos mais de 50 canais de TV.
Não temos palavras para dizer o quanto somos gratos a esse casal maravilhoso que Deus colocou em nosso caminho. Aliás, somos gratos a Ele por todos os amigos que nos deu, aqueles queridos que estão aí no Brasil, esses que conhecemos aqui no Canadá e nossa amiga Jane - taquarense que mora no Texas.
Fizemos um pequeno álbum com as fotos da nova casa, basta clicar no endereço a seguir:
http://picasaweb.google.com/Nara.Maria.Muller/NossoNovoApartamento

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O meio ambiente pede socorro

Sexta-feira, dia 20 de abril, eu escutei o programa Painel 1490 e o horário nobre da Rádio Taquara, pelo site da FACCAT. Era o dia da Terra. Ouvi o professor Delmar Backes falar sobre a consciência necessária para o uso correto dos recursos naturais, sobre a separação do lixo, sobre o uso de sacolinhas plásticas para as compras... Aqui em London, o sistema de coleta de lixo, embora não seja o melhor do mundo, pelo menos tem algumas regras que são cumpridas, tanto pelo governo municipal, quanto pela população que parece ser bem consciente...

Todas as moradias devem ter
recipientes próprios para depositar
o lixo orgânico: cestos cilíndricos e com tampa - foto à esquerda -
e os azuis sem tampa, para o depósito dos recicláveis - foto à direita. Além disso, os recicláveis devem ser separados em dois tipos: garrafas pet e latas num cesto e demais lixos recicláveis, em outro cesto igual.Todo o lixo é recolhido, semanalmente, não sempre no mesmo dia da semana, como por exemplo às terças, quartas ou quintas-feiras, mas nos dias do mês previamente estipulados e informados através de um calendário anual, conforme foto à esquerda. A cidade é dividida em zonas e, em cada uma delas, o calendário é diferente, afinal, são cerca de 300 mil habitantes.
Na semana passada, por exemplo, a coleta foi feita na quarta-feira, dia 18 e, nesta semana, será dia 26, quinta-feira. As coletas de todas as semanas, de todos os meses do ano, já estão previamente agendadas. Isso evita aquelas situações desagradáveis como "aquele feriado" que ocorreu justamente numa segunda-feira, deixando o recolhimento do lixo para a próxima quarta ou quinta-feira (se não for feriado), como acontece no Brasil, pelo menos em Taquara, na minha rua.
E o mais interessante é que todo mundo aqui é consciente e coloca os cestos de lixo na calçada, somente na noite anterior ao dia do recolhimento e, no final desse dia, os recipientes retornam aos seus lugares, nos pátios das casas, em locais apropriados. Essa consciência me impressiona... chegaremos lá algum dia!!!
A coleta do lixo se dá em dois horários distintos: primeiro é recolhido todo o lixo orgânico da cidade e, mais tarde, o lixo reciclável.
Ainda não sei para onde são levados esses dejetos, mas vou descobrir e informar a vocês.
Outra coisa que nos chamou a atenção nas últimas duas semanas, foi a iniciativa de uma organização chamada President's Choice (que vende alimentos, produtos de limpeza e higiene, enfim, é uma marca canadense). Eles tiveram uma iniciativa bem interessante: Criaram o slogan: "Something must be done" e cortaram o verbo "can", ou seja, "Alguma coisa deve ser feita" e não apenas "pode ser feita". Colocaram tótens em
supermercados de todo o país, com produtos ambientalmente corretos para vender: sacolas feitas com material reciclado para carregar as compras, cestos de plástico para carregar compras dentro do carro, embalagens de papel pardo (brown bags), etc.
No dia 14 compramos duas sacolinhas pensando nas pequenas compras do dia a dia mas descobrimos que cabe muita coisa dentro de cada uma delas. Na etiqueta da sacola diz que tem capacidade para 10 kg. Então, no sábado seguinte, dia 21, voltamos ao super-mercado para comprar mais algumas sacolinhas, que custam 99 centavos de dólares canadenses, e mandar para nossos amigos no Brasil. Para nossa surpresa, não haviam mais sacolinhas para vender!
Segundo a moça que nos atendeu, não haviam mais sacolinhas em todo o estado de Ontário, ou seja, as vendas superaram as previsões dos criadores do produto. Isso é maravilhoso!!!
Significa que as pessoas estão tomando consciência da necessidade de serem ambientalmente corretas a fim de que seja possível preservar parte do nosso mundo. A foto à direita, mostra o aviso da empresa autora da iniciativa, sobre a não disponibilidade do produto e a rapidez com que se esgotou.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Torta de bolachas

Temos recebido alguns convites para jantares: no sábado de Páscoa fomos à casa do Zenon e da Mary-Anne e no último domingo, dia 15, foi a vez de jantarmos na casa do professor Robert Klassen, orientador canadense do Iuri.
Como é de bom tom, a gente pensou em levar algum "mimo" que agradasse nossos anfitriões. Pensamos, pensamos e o Iuri teve a brilhante idéia de levarmos aquela "famosíssima" torta de bolachas da Nara. Como diz meu amado filho Lucas: "a melhor torta de bolachas do mundo!" É que o Lucas faz aniversário no dia primeiro de janeiro e a torta de bolachas já é tradicional nesse dia - chova ou faça sol... ele até me pediu para fazer uma no seu próximo aniversário e mandar dentro de um isopor, para o Brasil. Acho que não vai dar... mas eu faço em fevereiro, com um mês de atraso, pode ser filho?
Bem, voltando à torta de bolachas canadense, saímos à procura dos ingredientes: leite condensado, leite, ovos, chocolate em pó, margarina, confeitos para enfeitar e o mais difícil: as bolachas Maria (Mary cookies, como disse o Douglas - hehehe).
Não existe bolacha Maria aqui no Canadá, mas encontramos uns biscoitinhos que eles dão para as crianças, tipo biscoitos de maisena. Não eram de maisena, mas de "Arrow-roots". Essa arrow-root é uma planta com a qual eles produzem uma certa farinha gomada tipo maisena. Está na wikipedia - hehe!
Resumo da ópera: fiz uma tortinha pequena, de uma receita só, mas ficou maravilhosa e todos na gostaram muito - ninguém conhecia esse tipo de sobremesa.
Então domingo, para o jantar na casa dos Klassen, fiz uma torta de bolachas de duas receitas pois eles têm dois filhos.
Eis a receita (em duas versões):

Português
Ingredientes:
l lata de leite condensado;
a mesma medida de leite;
l colher de margarina ou manteiga;
2 gemas;
3 colheres de chocolate em pó (Nescau, Toddy ou outro);
um pouco de leite para embeber os biscoitos;
Modo de preparar:
Misture todos os ingredientes numa panela e, em fogo baixo, cozinhe mexendo sempre até que comece a borbulhar e desgrude do fundo da panela;
Numa assadeira ou pote de plástico, disponha uma leve camada do creme de chocolate, uma camada de biscoitos Maria ou Maizena embebidos em leite (não muito molhados);
Faça camadas sucessivas de creme e biscoitos até terminar com uma camada de creme de chocolate;
Enfeite com chocolate granulado ou decorações de glacê coloridos.
Sirva gelada.

English
Ingredients:
One condensed milk can (350 ml);
The same quantity of milk (you can use the empty condensed milk can to measure the milk);
Two yolks;
One tablespoon of butter or margarine;
Three tablespoon of chocolate milk mix;
175 g of arrowroot or cornstarch biscuits;
Granulated chocolate, decorated sugar, or decorated crystal for decorate the dessert;
Milk to dip the biscuits.
Preparation:
1 - In a saucepan, put the condensed milk, the milk, the yolks, the butter or margarine and the chocolate milk mix;
2 - Mix all these ingredients;
3 - Cook the mixed in low fire until it becomes creamy;
4 – In a pot, put a layer of the chocolate cream;
5 - Dip the biscuits one by one in the milk and put them over the layer of cream until cover all the pot surface;
6 – Repeat the layers of chocolate cream and dip biscuits until you have finished all the cream that must be the last layer.
7 - Decorate as desired with granulated chocolate, decorated sugar, or decorated crystal.

domingo, 15 de abril de 2007

Frango com Legumes / Chicken with Vegetables



Vou tentar começar a postar minhas mensagens em duas línguas, pois parece que temos leitores interessados aqui no Canadá também.
Buenas, como sabem, não temos muitas panelas (aqui também). Então tenho que colocar a criatividade para funcionar. Sabe que sai umas coisas interessantes de vez em quando?
Eu até podia inventar uma nova escola culinária. Podia se chamar "culinária centrada na panela", pois o "gargalo" acaba sendo a panela mesmo, então tenho que adaptar o prato à ela...
Bom, foi assim. Cortei três peitos grandes de frango (1 kg), desossados, em cubinhos. Temperei com sal, pimenta do reino moída, folhas secas de mangericão e aceto balsâmico. Misturei bem e reservei em uma bacia plástica.
Depois coloquei uma cebola pequena, cortada em cubos, para refogar, com uma colher de oléo de milho. Antes da cebola dourar, coloquei os cubos de frango, virei as cebolas para cima do frango para não queimarem, e deixei em fogo médio.
Quando o frango ficou branco, eu coloquei uma abobrinha italiana (400g) cortada em fatias finas espalhada por cima do frango, e por cima delas, 400g de brócolis. Coloquei um pouco de sal e pimenta por cima e deixei. Observe que depois que eu coloquei o frango, eu não "virei" em momento algum, apenas dei umas mexidas no frango, antes de colocar os legumes, para "soltar" os cubos de carne.
Quando os legumes estavam prontos, lembrei da cenoura. Sim, eu tinha as cenouras: meio pacote de cenouras "bebês" (umas 6 onças, ou 170g). Fazer o quê? Larguei por cima, botei um pouco de sal e deixei só "esquentar".
Lembro que sempre deixei a panela com a tampa, para manter a umidade dos legumes e formar um molho. Na "finaleira", quando o arroz (na outra panela) estava pronto, levantei o fogo e a "coisa toda" perdeu aquele cheiro de legumes crus. Ficou bom!
Acho que descobri uma coisa interessante: a cenoura, feita dessa maneira, fica crocante, salgada e não deve perder suas propriedades. Na verdade, nunca gostei de cenouras cozidas, tinham gosto de nada.
Servi com arroz. Só assim, o frango com legumes e arroz, serve 4 pessoas normais ou dois mortos de fome que passaram o dia quebrando pedra.
Pode ser feito em 2 panelas. Quem quiser ver como ficou, tirei uma foto. Aliás, só lembrei de tirar a foto depois que estávamos (quase) terminando o almoço.

I will try to post my messages on two languages, because it seems that we have reader interested here in Canada also. Comments are welcome.
Well, as you may know, we don't have many pans here. We don't have many of them in Brazil either, because we normally eat at restaurants, what we can't afford here. They are more expensive here and the food has much more fat. Then we have to be creative. Eventually comes out something interesting, you know?
I could even create a new Cooking School of thought. Could be called "pan-centered cooking", because the bottleneck here are the pans, so the recipes have to be adapted...
Well, today's recipe: I cut 3 large chicken breasts (around 1kg) in not so large chuncks. Added salt, black pepper, dry basil leaves and balsamic vinegar. I let it rest on a bowl.
I took a large frying pan. I fried a small onion, cut in large chunks, and added the chicken chunks before the onions get brown. Then I put the onions over the chicken, lowered the heat to medium, and put the cover on.
When the chicken turned white, I sliced one zucchini (400g) in fine slices and spread over the chicken chunks, and above them, 400g of broccoli crowns. I put some more salt and pepper and covered.
When the vegetables were ready, I reminded the carrots. Yes, I had carrots: a half package of baby carrots (around 170g, or 6 oz.). What is done... is done! I put them over the cooked vegetebles and covered the pan again. In the end, when the rice (on the other pan) became ready, I turned the heat higher and the vegetables lost that raw smell.
The food became good! I think that I've discovered an interesting thing: the carrots, made on this way, became crunchy, salty and I think that they don't lose their properties. Actually, I've never liked cooked carrots because I thing they don't have any taste.
I served with the rice. They serve 4 people with normal hunger, or 2 starving. It can be done in two pans. Who wants to see how it looked like, there is a photo below. I only reminded of taking a picture (of course), when we had had almost everything...


quarta-feira, 11 de abril de 2007

Transformando limão em limonada

Logo que cheguei em London, fiz minha inscrição no curso de inglês da Universidade de Western Ontário - UWO e paguei com meu cartão Banrisul - Master Card Internacional. Foi tudo muito bom: o valor foi debitado na minha fatura, junto com a taxa de utilização do cartão no exterior e minha inscrição no curso foi confirmada pela UWO.
Uma semana antes do início do curso, a UWO me enviou um e-mail informando que o mesmo havia sido cancelado por insuficiência de inscritos (achei que isso só acontecia no Brasil – hehehe).
Pensei em transferir esse crédito que eu já tinha com a UWO para outro curso na minha área de interesse, mas eram todos muuuuito mais caros, então decidi solicitar a devolução do que tinha pago. A UWO só devolveria o dinheiro, através do meu próprio cartão de crédito, ou seja, cancelando a operação... e assim fizeram.
O problema é que a fatura do meu cartão já tinha sido “fechada” no final de março e antes que o débito fosse feito na minha conta corrente, apareceu o crédito no valor da despesa anteriormente efetuada. Só que esse crédito não podia ser abatido nesse mês, somente na próxima fatura e isso se eu fizesse alguma despesa da qual a quantia pudesse ser abatida: caso contrário, eu ficaria com o crédito por meses, meses... sem juros pagos a mim, obviamente.
Na hora em que eu recebi essa informação “definitiva”, fiquei muito irritada (para quem me conhece: azeda é a palavra que melhor define meu estado de espírito naquele momento – hehe).
Todas as tentativas de conseguir que o crédito fosse efetuado antes do dia do débito em conta, foram feitas pelo meu filho Douglas, que, mesmo com pouco tempo, tem se dedicado a resolver esses pequenos percalços que ficam para trás, quando a gente sai do país por tanto tempo. Obrigada, filhão!
E foi justamente o e-mail que o Douglas me enviou com a informação definitiva da central de administração do meu cartão de crédito, que me fez tomar uma decisão que considero, inteligentíssima (modéstia à parte).
Ele disse no e-mail: “Resumo da Ópera: vais ter que pagar a conta e gastar de novo para poder receber a devolução dos créditos...”.
Pensei: Ópera, ópera... e comprei dois ingressos para o teatro: O Fantasma da Ópera, que está sendo exibido em Toronto. Comprei os ingressos para o dia 02 de junho, uma semana depois do aniversário do Iuri, que é dia 24 de maio – presentinho de aniversário – hehehe!
Ontem, ao chegar em casa do meu passeio ao centro de London (até apareci na webcam da Dundas St), encontrei, na caixinha de correspondências, o envelope em meu nome, com os ingressos para o teatro.

Até fotografei e vocês podem ver aí ao lado e imaginar a minha alegria! Nada como transformar o limão em limonada – hehehe! Chique, não?

terça-feira, 10 de abril de 2007

Pessoas que a gente gostaria de ter conhecido...

Como muitos de vocês já sabem, eu tenho representado a FACCAT na Estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável - DRS, capitaneada pelo Banco do Brasil e que visa ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite em Taquara. Essa atividade me conquistou, me apaixonei pela causa e comecei a buscar formas de conhecer melhor essa cadeia, suas perspectivas, suas práticas, as relações institucionais e pessoais dos envolvidos na atividade leiteira.
Em junho de 2006 tive a oportunidade de participar do Congresso Panamericano do Leite, realizado na FIERGS, em Porto Alegre, o que me valeu a agregação de mais saberes sobre o assunto. Conheci pessoas diferentes e assisti palestras de conferencistas internacionais e compreendi que esse negócio de leite é discutido em todos os países do mundo (uns produzem, outros consomem, uns tem acesso a importantes tecnologias, uns tens subsídios, outros correm atrás...).
Em setembro do ano passado, logo que surgiu a possibilidade de virmos para o Canadá, procurei no site da Universidade de Western Ontário, se havia alguém que pesquisasse sobre o tema agricultura ou sobre a cadeia produtiva do leite.
Descobri que a Western não tem um curso específico sobre agricultura e pecuária, mas encontrei, no departamento de Geografia, um professor que pesquisava sobre paisagens rurais e sustentabilidade e desenvolvimento da zona rural: o professor Michael Troughton.
Muito timidamente, enviei-lhe um e-mail e, para minha grande alegria, ele me respondeu apenas dois dias depois, dizendo que estava aposentado, mas mantinha seu escritório na Western. Dr Michael me informou o endereço e me convidou para procurá-lo, assim que estivesse em London.
Chegamos aqui no dia 05 de março e nossos dias têm sido bastante ocupados e agitados até agora: instalação no apartamento, móveis, comida, roupas para o frio, ônibus, neve...
Descobri na semana passada que haverá uma Conferência Nacional de Agricultura aqui em London e vou me inscrever, pois não posso perder essa oportunidade. Fiz contato com uma Associação de Produtores de Leite de Ontário e vou conseguir umas visitas técnicas em fazendas, pontos de distribuição de produtos e, talvez, algumas indústrias de processamento de leite.
Então pensei: vou mandar um email ao prof. Michael e ver se ele vai participar da Conferência, ou se pode me acompanhar, ou me indicar para essas visitas! Antes, porém, decidi ler alguma coisa que ele escreveu, conhecê-lo um pouco mais.
Entrei no site da Western e encontrei um “Tributo à memória do Mike”.
A notícia foi chocante: Mike morreu de câncer, no dia 10 de março, cinco dias após a minha chegada no Canadá.
Não tive oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, mas o que li no site da Western, me comoveu profundamente. Foi uma pena... ele seria o tipo de pessoa que eu gostaria de ter conhecido...
Abaixo, segue cópia dos emails trocados entre Mike e eu em setembro de 2006 e o link para a página do departamento de geografia da Western e o tributo ao Mike.
Não deixei de olhar a galeria de fotos do Mike.

Dr Muller,
I'm recently retired, but retain an office in the Department of Geography. I would be happy to meet you when you come to the University of Western Ontario. My office is in the Social Science Centre Room 1428. Tel: 519 661 2111 ext. 85021
Look forward to meeting you,
sincerely
Michael Troughton

----- Original Message -----
From: Nara Maria Müller
To: mjtrough@uwo.ca
Sent: Sunday, September 03, 2006 1:10 PM
Subject: Dairy Chain Development

Dr. Troughton,

My name is Nara Maria Müller and I live in Taquara, Rio Grande do Sul, Brasil. I am a professor at Management School at FACCAT - Faculdades de Taquara.

I am working with some organizations, like the Brazilian state-owned bank, Farmers Union, and Cooperatives, in a project whose objectives are developing dairy chain in Taquara.

My husband will engage in a research team in the Ivey business school, in the University of Western Ontario, with Professor Robert Klassen next year and I’ll go with him.

I read that dairy business in Canada is one of the most important economic sectors and dairy farms are organized and developed and I became very interested in knowing how we can improve our farms management.

We are very concerned with the sustainability of rural business and also with farmer’s quality of life in our region. I am especially interested in keeping young people, the next generation farmers, in the country.

So, I would like to know if I can meet you in order to talk about those issues when I visit Canada.

Thank you for your attention.

Nara Maria Müller
nara@faccat.br
FACCAT http://www.faccat.br/
+55-51-9702-7058

http://geography.uwo.ca/faculty/troughtonm/

Vindo para Ontário? Leia isso:

Hoje vi um poster de um serviço online da província de Ontário que é sensacional: www.settlement.org
Tem várias dicas, mas a parte que eu achei mais interessante chama-se Your First Days in Ontario. Teria nos ajudado um monte no planejamento da viagem ter lido isso antes... muitas "cabeçadas" que tivemos que dar poderíamos ter evitado lendo as dicas. Recomendo a todos que estão vindo para cá, seja para estudar ou trabalhar.

Nara em London

Para aqueles que pensaram que a Nara não iria aparecer nunca na webcam da Dundas (link à direita do nosso blog), aí vai a prova do crime.

domingo, 8 de abril de 2007

Tropeçando na língua...

Ainda estou tropeçando na língua. Semana passada, durante o seminário, fiz uma intervenção e só ouvia os colegas corrigindo. Dizia "cômponents" e alguém dizia "ah! compônents!", depois eu disse "Náike", para escutar, "Naikí, yes"... É dura essa vida!
Bom, mas a melhor aconteceu na loja de conveniência aqui perto de casa. Atrás de mim, na fila do caixa, uma mulher de seus quarenta e alguns anos, com duas garrafas enormes de Coca-Cola e uns pacotões de salgadinho, mal conseguindo equilibrar tudo. Eu, muito gentil, cedi meu lugar para ela no caixa. Só que ao invés de dizer "Go ahead!" (passe à frente), saiu "Go away!" (vai embora!).
A mulher fez uma cara meio espantada, mas como meu gesto e expressão eram amistosos, acho que ela entendeu. Não quis ir, eu insisti e ela acabou indo mesmo. Quando ela estava pagando, foi que me dei conta da mancada. Fiquei de várias cores, todos os tons de vermelho.
Depois, chegando em casa, contei para a Nara e rimos muito. Imagina a situação: estás esperando na fila, com dificuldades com as compras, alguém na tua frente se vira e te manda embora!
Totalmente sem sentido!

Filha e Sobrinho

Essa menina aí do lado é minha filha, em foto tirada na casa da minha mãe, no Brasil, durante a Páscoa. O coelho de pelúcia eu não sei ainda o nome, mas o outro se chama Lorenzo e é meu sobrinho. Como me disse minha irmã, mãe do dito cujo: "Vamos acertar: a gente sabe fazer filho bonito!".
Bem, não somos nada modestos, mas vai dizer que não é verdade!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Páscoa 2007

Com a aproximação da Páscoa, o Iuri e eu pensamos em como poderíamos presentear nossos familiares e amigos, assíduos leitores do nosso blog.

Repassando nosso álbum de fotos, encontramos um esquilinho fotografado no Campus da UWO e decidimos que ele seria o nosso "esquilinho da Páscoa" e fizemos um cartão.
Desejamos que Deus alcance os corações de todos, através da lembrança da Ressurreição de Seu filho: Jesus. Que essa profunda demonstração de amor de nosso Pai Celeste não tenha sido em vão.
Carinhosamente, Iuri e Nara.



Sometimes it snows in April...

Tem uma música antiga, de um cantor chamado Prince, que diz que "às vezes neva em abril"...
Pois é, aqui aconteceu.
Depois de uma "trégua" no frio, resolveu voltar a nevar. E como neva! Ontem quando cheguei da universidade, por volta de umas 6 horas, caía o que se chama aqui de "light flurries"... que seria tipo o nosso "chuvisco" gaúcho, só que ao invés de ser pingos pequenos de chuva, são pequenos flocos de neve. Depois, o caldo foi engrossando e hoje a rua amanheceu coberta de neve de novo.
Nem pensar em sair de casa. "Bem capaz!", como se diz aí no Sul.
Estou em casa, lendo os artigos para a aula da semana que vem. Isso dá para fazer em qualquer lugar, não vou me deslocar até a universidade na neve só para isso.
Nosso problema do plano de saúde está (90%) resolvido: descobri como fazer o plano e com quem falar, quanto custa, todas essas coisas. Agora "só" falta ir na universidade e assinar. Isso é uma coisa a menos a fazer na minha lista de atividades, que não é pequena. A universidade tem um plano de saúde (http://www.uhip.ca) que cobre as despesas médicas e hospitalares nossas aqui, e vamos "assinar a ficha" disso na segunda-feira, depois que a neve derreter.
Aliás, a previsão para hoje, o dia todo, é neve. Só deve abrir sol amanhã, e aí teremos novamente temperaturas positivas e sol ao longo de toda a semana que vem, segundo nosso serviço de meteorologia.
Ver fotos e vídeos em: http://picasaweb.google.com/prof.iuri/200704SometimesItSnowsInApril

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Passeios à luz do sol - quando há sol...

Na semana passada eu relatei a caminhada que fiz, ao retornar das compras no Cherryhill, e a beleza das casas que encontrei pelo caminho.
Uma coisa que chama muito a atenção aqui em London é ver as casas centenárias, a exemplo desta em que estamos morando. Essas casas, em sua maioria, foram vendidas por seus proprietários originais e hoje são divididas em apartamentos e alugadas para alunos, professores e funcionários da UWO e de outros Colleges.
London é uma cidade acadêmica. Até o final de abril está cheia de alunos adolescentes circulando nas ruas, nos ônibus, nos restaurantes, etc. De abril a setembro, quando é o período de férias para os alunos, a cidade deverá ficar mais deserta, segundo a nossa amiga: Mary-Anne.
A foto ao lado mostra uma belíssima casa com placas de aluga-se. Fica na Wharncliffe, pertinho da nossa casa.
Por fora: uma casa normal e linda! Por dentro: dividida em dois, três ou quatro apartamentos, quem sabe...
Existem alguns bairros residenciais com casas grandes e carrões nos pátios, bairros de classe média e bairros de classe baixa também. Em geral, são casas que a gente só vê quando passa de ônibus indo ou vindo do Wal-Mart, por exemplo.
Entretanto, a Rathowen St, que percorri naquele dia com as compras e que fica aqui pertinho de casa, parece fazer parte de um bairro de moradores de classe média. São casas muito bonitas, parecem ser de seus proprietários, mas não são exatamente “casarões”... São, digamos assim, lugares aconchegantes para morar.

terça-feira, 3 de abril de 2007

London, UK e London, CA: o que uma tem a ver com a outra?

Antes mesmo de virmos para esse país dos sonhos, como bem definiu nossa amiga Zênia Heller, achávamos estranho haver uma London no estado de Ontário, no Canadá. Como o Douglas e a Flávia tinham passado um ano em London, na Inglaterra, começamos a brincar com a denominação da cidade de nosso destino, referindo-nos a ela como a London paraguaia...
Assim, decidimos aprender um pouco sobre essa cidade canadense, que tem um rio chamado Tamisa e várias ruas com nomes ingleses, como se fosse, efetivamente, uma réplica da London inglesa.
Inclusive, estamos curiosos para ver circular, nos meses de junho, julho e agosto, um legítimo ônibus inglês, vermelho e de duplo deck, que faz transportes turísticos na cidade.
O desenvolvimento da London canadense começou com um tenente inglês que se apaixonou pela cidade e pelo seu rio, ao qual, deu o nome de Thames. O Tamisa canadense tem, como eu já mencionei em outro relato, uma importância incontestável no desenvolvimento de London, desde sua origem.
O Thames river, embora não fosse apropriado para a navegação, era usado para o transporte de mercadorias em pequenas barcaças e para o transporte turístico de pessoas, em balsas.
Conta a história, que há mais de 200 anos, o tenente inglês, John Graves Simcoe, que governava a província de Ontário, então chamada de “Upper Canada”, procurava o lugar perfeito para estabelecer a capital dessa província. Até então, a capital era a cidade de "Niagara-on-the-Lake", na época, denominada Newark. A capital estava localizada em local vulnerável às invasões dos americanos, então precisava ser deslocada mais para o centro da província de Ontário.
Apesar do amor que o tenente Simcoe sentia por London ( ele próprio conferiu-lhe o nome da capital inglesa, assim como ao seu rio, o nome do principal rio inglês), em 1796, por razões estratégicas, a cidade de Toronto foi escolhida para ser a capital da província de Ontário.
Eis aí uma importante constatação: qualquer semelhança entre a London - UK e a London - CA, não é mera coincidência...
Mais informações sobre a história da província de Ontário, da cidade London e do seu Thames River podem ser obtidas em:

domingo, 1 de abril de 2007

MBA "Verde"

Uma coisa que eu estou começando a entender aqui é a diferença entre o curso de MBA (Master in Business Administration) no Canadá e no Brasil. Como sou aluno de doutorado, e não de MBA, talvez eu demore um pouco mais para entender as coisas, hehehe... Mas esse assunto me interessa mais por questões profissionais do que acadêmicas. Não tem carreira de "pesquisador" no Brasil. Para ser pesquisador em uma instituição de ensino, todos os doutores têm que atuar como professores também. Na graduação e na pós-graduação.
No Brasil, o MBA é, por lei, equivalente a um curso de especialização. Ou seja, não vale como um mestrado. Isso eu já sabia antes de vir. O que ainda estou por entender é como funciona o MBA aqui.
Eu pensava que o MBA aqui fosse como nosso mestrado em administração no Brasil. Na verdade, não é bem assim.
O MBA full-time, o tradicional, demora entre 1 e 2 anos e parece mais com o nosso Mestrado Profissionalizante em Administração (MPA). Ou pelo menos, o que o MPA deveria ser no Brasil, pois em alguns lugares o MPA dá um título de Mestre mas oferece um curso de especialização... Deixa eu esclarecer esse ponto. No Brasil, a maior parte dos cursos de especialização em administração são o curso do PowerPoint: o aluno entra e recebe aulas expositivas, com projetor multimídia, bonitinho, mas "normal". Ou seja, é o aluno sentado na classe e o professor "transmitindo" conteúdo, em geral pronto. No Canadá, pelo menos na Ivey, o curso (tanto MBA quanto graduação) é fortemente centrado em estudos de caso, onde os alunos têm que preparar em casa, ou em salas de reunião que a própria universidade disponibiliza (é só o aluno passar seu cartão e a porta abre). Ou seja, o aluno é muito mais responsável pelo seu aprendizado do que o professor. É a tal de "aprendizagem centrada no aluno".
Novamente, comparando nossas culturas, não sei se o aluno brasileiro aceitaria pagar para o professor "não dar aula", como aqui. Alguns alunos de curso superior interpretam, no Brasil, qualquer atividade "diferente", como dinâmicas de grupo, análise de filmes, "role playing", palestras, como "matação de aula" por parte do professor... Nem todos, é verdade, mas sempre se está sujeito a críticas.
Só que eu descobri aqui que existe uma modalidade "part-time" de MBA, o EMBA, ou Executive MBA. Ou seja, é para profissionais que não querem sair do mercado de trabalho para estudar. Eles têm duração de 1 ano, como boa parte de nossas especializações no Brasil. Ainda não entendi bem como isso funciona, vou tentar "assistir" algumas aulas tanto de MBA quanto de EMBA para ver como elas funcionam, e tentar sacar a diferença delas para as nossas aulas de especialização. Outra coisa que me pareceu aqui é que o cidadão canadense (contrariamente aos nossos profissionais) fica sem trabalhar durante a graduação (o curso de administração da Ivey, por exemplo, é de turno integral, com aulas das 9h da manhã às 5h da tarde). Depois, saem da graduação e entram direto no MBA, e só aí vão procurar emprego, contando inclusive com apoio da universidade para isso. Já o aluno de EMBA não tem esse perfil, deve ser um profissional do mercado que volta para uma atualização.

Bom, para terminar, essa semana saiu no jornal de circulação nacional do Canadá, o Globe and Mail, um caderno especial sobre MBAs. Três coisas me chamaram a atenção:

  • Como está aumentando muito o número de profissionais com MBA aqui, as exigências sobre esses profissionais está aumentando. Clique aqui para ler a reportagem.
  • Como forma de explorar novos nichos de mercado, as instituições de ensino estão oferecendo cursos de MBA "focados". Por exemplo, MBA com gestão hospitalar, ou MBA em agronegócios. O MBA aqui antes era, por definição, um curso generalista. Clique aqui para ler a reportagem. Acho que tem uma boa oportunidade para instituições de ensino no Brasil para explorar, por exemplo, a carência de formação gerencial dos médicos.
  • Está aumentando a oferta por MBAs "verdes", que preparam os profissionais para solucionar os problemas gerenciais que as empresas enfrentam ao incorporar questões ambientais no seus processos de negócios. Para mim, que estudo esse tipo de coisa, foi uma boa notícia. Clique aqui para ler a reportagem (em inglês).