sexta-feira, 13 de julho de 2007

Shrek 3

Eu e a Nara fomos assistir, essa semana, o Shrek 3 no cinema da universidade. A Western tem um cinema que passa filmes "populares" (vulgo blockbusters) a preços também populares. Enquanto nos cinemas "normais" o ingresso chega a C$ 11.00, na universidade é C$4.24 todos os dias, menos terças-feiras, que é C$3.00.
Adivinha que dia nós fomos ver o filme... Na verdade, está meio que instituído aqui em casa o "dia do cinema" na terça-feira.

Acho o Shrek realmente sensacional. Assisti pelo menos umas 2o vezes todos os outros (dois), a maior parte delas com a Sofia... Talvez por isso, nesse terceiro episódio, talvez eu tenha achado as piadas um pouco previsíveis. A Nara gostou.

Tem duas coisas legais nessas histórias. A primeira é que o Shrek é um "cara normal". Tirando o fato dele ser verde e ter dedos de salsichão, ele é como todo homem: arrota, peida, tem barriga, não sabe muito bem como lidar com suas emoções... enfim, é gente como a gente. A outra coisa que eu gosto é que a tônica central dos filmes dele é a questão da tolerância. No primeiro, ele se sente todo estranho porque se apaixona pela princesa Fiona, sem saber que ela de noite também vira "ogra". No segundo, ele tem que dar combate ao vilão, o "Príncipe Encantado", que é bonitão, boa pinta, mas só isso. Em ambos, entra sempre a questão de quem é bonito e quem é o feio, se é o que tem o aspecto feio ou quem age "feio". Lembra, de certa forma, o desenho da Bela e a Fera, só que no final a fera não vira príncipe bonito.

Nesse terceiro, a questão da tolerância aparece pela crítica ao bullying - essa prática de intimidação que os valentões usam nas escolas do mundo todo. Nesse caso, eles fazem uma paródia das high-schools norte-americanas, que a gente já meio que cansou de assistir nas "sessões da tarde" da vida. No final desses enlatados, sempre o prejudicado toma uma atitude heróica no final do filme e fica tudo bem. No mundo real, não é nada disso... Hoje, pais e professores estão cada vez mais preocupados com esse tipo de assédio. Tem uma operadora de telecom aqui no Canadá que disponibilizou inclusive uma hotline para os jovens denunciarem, com seus celulares, os abusos. Não sei se a abordagem do Shrek 3 vai aumentar a consciência para o tema. Acho que eles tratam, no desenho animado, o problema da mesma maneira de todos os outros... De qualquer maneira, esse fenômeno parece ser muito exacerbado nos Estados Unidos, talvez pela cultura de individualismo e competição deles, em que ser chamado de looser (perdedor), seja uma grande ofensa.

De qualquer forma, demos umas boas risadas e voltamos para a casa felizes. No Brasil, infelizmente não teremos mais a voz do Bussunda como Shrek. Eu achava ele perfeito. Aliás, se quisesse, o Bussunda podia se pintar de verde e interpretar o Shrek direto... O trailer em português do Shrek Terceiro pode ser conferido em http://youtube.com/watch?v=aEJ7QBdTuYM


[Comentário da Nara]

A crítica ao bullying da qual o Iuri fala neste post também é tratada no teatro de bonecos - Kids on the block - que assistimos ontem, lá no Big Sisters of London.
Os bonecos representam crianças portadoras de diferenças: dificuldades no aprendizado, necessidade de uso de óculos ou de cadeira de rodas, e que muitas vezes, são discriminadas pelos colegas e amigos.
Isso demonstra que nós, adultos, estamos nos conscientizando de nossas práticas nocivas como o bullying, a exaustão do meio ambiente e tantas outras.
E são as crianças, com sua pureza e boa vontade, que poderão mudar os rumos da história humana na terra.
Vamos continuar apostando nesse exército de pequenos grandes heróis!

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