Waterloo Conference on Social Entrepreneurship
Sexta-feira, às 14h30min (horário local de London - ON), a Daina - doutoranda da Ivey Business School - me apanhou aqui em casa para irmos a Waterloo. A neve parara de cair, mas estava muuuito frio - mesmo para uma gaúcha - risos.
A viagem foi ótima, nós conversamos bastante e nos divertimos muito porque o carro dela estava com problemas no reservatório de água que molha o pára-brisa. Por causa desse problema, de tempos em tempos, a Daina precisava abrir o vidro do carro e jogar água mineral - de garrafinha - no pára-brisa. E o Iuri vem falar da classe econômica dos aviões - hehehe. Brincadeiras à parte, a viagem transcorreu muito tranqüila e chegamos em Waterloo pelas 16 horas. A Daina me deixou no hotel, fiz o check in, liguei meu laptop para ver meus e-mails, mas quem disse que o malvado conseguiu se conectar ao wireless do hotel? Quase me faltou ar, mas eu tentei permanecer tranqüila, afinal, seriam só dois dias sem internet (que horror! - risos). A gente se acostuma com essas tecnologias...
Pelas 17h30min eu já estava pronta para ir para a Universidade de Waterloo e assistir à primeira apresentação, que iniciaria às 18horas. A recepcionista do hotel chamou um táxi e ele chegou em poucos minutos, Estava nevando, estava escuro e eu pensei: "Eu quero a minha mãe!"
Chegamos à universidade, vários prédios, tudo muito grande e bonito, mas nem eu, nem o motorista sabíamos onde era o tal prédio EIT. Ele me deixou na frente do EIS e eu entrei rapidamente, fugindo do frio e da neve. Tinha um laboratório e uma moça muito simpática dentro dele. Perguntei a ela onde era o prédio EIT e ela disse: "fica a uns dois blocos daqui." Imprimiu um mapa da universidade e, mesmo assim, estava complicado de entender onde ficava o tal prédio. Estava escuro e aquela nevezinha continuava caindo. Então ela decidiu ir comigo até lá. A menina era um anjo de olhos puxadinhos.
Cheguei no local certo, tirei meu casaco, touca e luvas - claro que estava um calorão lá dentro - e me dirigi à recepção. Recebi minha pastinha com crachá e outras coisinhas comuns em conferências. Procurei a mesa dos refreshments e só tinha sobrado uns pedacinhos de couve-flor, cenouras e aqueles molhos brancos que se costuma comer por aqui. Engoli alguma coisa rapidamente enquanto uma senhora muito querida se aproximou de mim e começou a me fazer perguntas: "De onde você é? O que a trouxe aqui?" E eu tentando falar e comer ao mesmo tempo porque já estavam chamando para a palestra de abertura.
Sentamos juntas, eu e a Sandra (a simpática senhora), e ficamos ambas impressionadas com a idade dos organizadores do evento. O presidente da conferência, Andrew Dilts, deve ter uns 24 ou 25 anos e todo o restante do grupo deve ter essa idade ou menos. Andrew é o rapaz de colete preto e camisa branca que está apresentando sua equipe - foto à direita.
Assistimos a palestra de um engenheiro, fundador de uma organização denominada: Engineers without borders - "Engenheiros sem fronteiras", que visa prestar assessoria voluntária a comunidades carentes de países pobres. Gostei muito da palestra - foi a primeira vez que ouvi um engenheiro falar que é preciso AMOR para ter sucesso - risos.
Às 19h45min, eu estava voltando para o hotel e meu estômago gritava comigo, reclamando daqueles pedacinhos de couve-flor e dizendo que queria mais do que aquilo. Pedi ao motorista para me deixar num restaurante que eu tinha visto na frente do hotel. E tive um jantar fabuloso: vitela à parmeggiana com macarrão e molho à bolognesa, salada mista e torta de maçã de sobremesa.
Voltei para o hotel e, para minha felicidade, o Iuri me ligou para dar notícias - lembrem que eu estava sem internet. :-)
Sábado de manhã, meu relógio despertou às 7h30min, eu me arrumei e fui para a recepção esperar o meu táxi. Estava nevando e estava frio. Fomos para a universidade e tivemos que procurar o prédio porque eles tinham programação em locais diferentes para dias diferentes - conhecendo a universidade de Waterloo - risos. Pergunta daqui, pergunta dali e descobrimos onde era o prédio. Só que o motorista me deixou num estacionamento - na rua - e eu tive que subir uma escadaria, procurando algum sinal que indicasse onde era o tal prédio. Felizmente, os organizadores tinham colocado algumas setas indicando a conferência, em postes e paredes do prédio. E aquele nevezinha insistindo...
Dessa vez tinha café, água, uns bolinhos e biscoitos. (Esqueci de mencionar que meu hotel não oferecia café da manhã).
Minha amiga Daina chegou e assistimos as palestras do dia. As palestras de sábado foram muito interessantes e apresentaram histórias de sucesso em empreendedorismo social, trabalho colaborativo (wikipedia e outros), e sugestões de como encontrar bons patrocinadores para projetos sociais.
À noite tivemos um gostosíssimo jantar e pudemos assistir a uma apresentaçao sobre projetos de sucesso em países como Índia, África e Brasil, que visam reduzir os efeitos da pobreza. O programa brasileiro apresentado é de inclusão digital nas favelas cariocas. À esquerda, uma foto do salão de jantar e minhas companheiras de mesa.
Voltei para o hotel pelas 20h30min, liguei o computador na frente de um espelho, abri meu Power Point e treinei duas vezes minha apresentação (na primeira vez eu gastei 20 minutos e na segunda, consegui atingir a marca dos 15 minutos exigidos pelos organizadores da conferência). Fui dormir pelas 22h15min e aí o Iuri me ligou - em Phoenix eram 20h15min. Bem, é claro que eu dormi melhor depois de falar com ele. :-)
Domingo as apresentações começavam mais tarde, então eu pude dormir até às 8h30min, fiz o check out no hotel e tomei o táxi para a outra universidade de Waterloo: a Wilfrid Laurier University, no prédio da faculdade de Administração e Economia. Vocês acham que o motorista sabia onde era o prédio da Administração? Se responderam não, acertaram. Ficamos dando voltas no complexo da universidade até encontrarmos uma moça que nos informou que teríamos que sair do complexo e dar a volta na quadra. É incrível como os taxistas não conhecem o interior das universidades em Waterloo!
Das 10 h às 10h50min, tivemos mesas redondas e eu escolhi participar da mesa que tratava de liderança comunitária. Conheci o sr. Dave Howlett, que faria a palestra das 11 h ao meio dia e conversamos um pouco. Contei sobre o projeto DRS/Taquara e ele achou muito interessante. Pediu meu cartão e disse que iria entregá-lo para sua esposa que estuda o tema: mulheres assumindo cargos executivos... Interessante.
A palestra do sr. Dave foi sobre Networking e empolgou os assistentes.
Depois do almoço, foi a vez das apresentações das pesquisas - éramos três: eu, um indiano e um canadense. Eu pedi para falar primeiro e os cavalheiros, gentilmente, aceitaram. Tinha mais de 20 pessoas assistindo nossas apresentações e eu contei a história do DRS/Taquara - um programa que visa o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do leite na minha cidade. As pessoas gostaram muito, disseram que é um projeto fascinante, fizeram perguntas e sugestões. Depois foi a vez dos outros dois artigos selecionados. O mais interessante é que as três apresentações estavam relacionadas à agricultura: meu trabalho era sobre o programa de desenvolvimento sustentável na produção do leite, o indiano falou sobre a produção de manga na Índia e o canadense apresentou um trabalho sobre geração de energias alternativas e outros processos sustentáveis utilizados nas fazendas canadenses. (Ambos são doutorandos da universidade de Guelf, em Ontário)
A última palestra que assisti foi sobre boa governança, às 15h30min. Depois dessa palestra, a Daina e eu tomamos o rumo de volta para London. Tive um importante feedback da Daina: ela me perguntou se poderia sugerir para a professora Tima Bansal, que eu apresente meu estudo num dos nossos encontros quinzenais sobre sustentabilidade na Ivey. Isso me deixou muito feliz!
Mais fotos da conferência estão no webalbum:
http://picasaweb.google.ca/naram.muller/ConferNciaDeWaterloo
Um comentário:
Prima, eu e a mãe estamos encantadas e maravilhadas com a tua conquista, imagino o desafio que isso foi pra ti e venceste, uau!!!! Estamos muito orgulhosas e você está de parabéns. Que as portas possam se abrir e tu possas conquistar o espaço que tanto almeja. Você se torna um espelho e exemplo para muitas mulheres lutarem e conquistar o espaço, que quando se quer e se vai a luta nada é impossível, sucesso prima, torcemos por vocês.
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