segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2008 Branco

Hoje vimos um alerta de neve. Parece que vamos ter 15 cm de snowfall para o Ano Novo. Nada para se apavorar: se olharmos o gráfico abaixo, com a previsão do tempo para os próximos 14 dias, vamos ter temperaturas de 2 dígitos positivos semana que vem, e aí a neve deve derreter. Tudo bem que a previsão do tempo no Canadá fura até com 2 horas de antecedência, porque o clima aqui é muito louco, quem dirá para a semana que vem. Mas faz tempo que eles estão prometendo um janeiro quente. Vamos ver... pelo menos uma parte dele.

Faltam 19 dias

Hoje é o último dia do ano de 2007. Foi um ano de muitas emoções, conquistas e aprendizados para o Iuri e para mim.

Temos estudado bastante, escrito muito (para o blog e para a ciência) e também nos divertido bastante com nossos amigos canadenses e com nossos próprios tropeços. Estamos quase prontos para levantar vôo de London e pousar em Porto Alegre.

Há poucos minutos, nós capturamos a imagem do nosso contador regressivo, quando marcava exatos 19 dias para nossa chegada em Porto Alegre.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Pães do Convent Garden Market

Um de nossos grandes problemas aqui no Canadá foi a comida. Realmente, não conseguíamos achar algo que nos agradasse. O problema era ampliado pelo fato de que viemos de Taquara, um lugar que tem padarias maravilhosas. Sentíamos muita falta de comer pães gostosos, feitos em padaria, e não aqueles pães industrializados, que tínhamos que comprar nos "varieties" (lojas de conveniência) de volta de nossa casa.

Depois de algum tempo, descobrimos que estamos 5 minutos à pé do centro de London... nos sentimos uns tontos: achávamos que estávamos no meio do vácuo, entre nada e lugar nenhum. É só atravessar a ponte e chegamos no centro. No centro, tem o Covent Garden Market, um mercado público que foi restaurado (se não fizemos um post a respeito, temos ainda que fazer...).

Nele, encontramos uma padaria. A salvação desse nosso final de estada aqui! Cada pão sensacional, bolos, tortas, enfim...



Um de nossos preferidos é o Texas toast. É um pão de sanduíche normal, mas que tem umas fatias mais grossas. Acho que os texanos devem gostar de comer mais: nossa amiga Jane vai ter que confirmar essa informação.


Mas curioso mesmo foi esse pão, com um formato... diferente. Chama-se "paposeco". É uma delícia! Parece uma massa de pizza, bem úmida. Eu ri muito com ele, pensando que, no Rio Grande do Sul, onde temos a mania de ter nomes... estranhos... para os pães, esse pão certamente não escaparia ileso...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O nosso Natal no Canadá

Graças ao espírito de fraternidade e amor que o Natal inspira, tivemos vários convites para confraternizações natalinas, aqui no Canadá.

Na noite de 24 de dezembro, véspera do Natal, fomos jantar na casa de Mary-Anne e Zenon, acompanhados de Catherine (mãe do Zenon e minha mãe canadense).

O prato principal, o peru, era tão grande que tivemos que registrar na foto ao lado.

Logo após o jantar, um agradável telefonema dos amigos Keith e Marilyn, direto de Texas, movimentou a noite, graças ao divertido humor do Keith. Para quem não lembra, o Keith é o autor da famosa pizza de galinha vegetariana - risos.

Na foto à direita, o Iuri falando com o Keith.

Às 22h30, fomos assistir à missa do Galo na igreja católica ucraniana. O ritual da missa ortodoxa é um pouco diferente da missa católica romana: o padre fica de costas para o povo durante a maior parte do tempo e todas as rezas são cantadas. Saímos meio roucos e não era por causa da neve.

A ceia de Natal, no dia 25 de dezembro, foi na casa de Steve, mais um canadense que conhecemos através de Zenon e Mary-Anne. Steve e sua linda filha Catherine prepararam, cuidadosamente, um jantar maravilhoso e nos receberam com muito carinho. Foi o primeiro Natal deles sem a esposa / mãe, que falecera pouco antes da Páscoa deste ano. Foi uma noite cheia de emoções, de tristezas a esperanças. A magia da vida, intensificada pelo Natal com amigos. Na foto ao lado: Catherine, Steve e eu.

Antes de irmos embora, Catherine tocou uma Ave Maria, ao piano. Parecia um anjo...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Videoconferências com os pequenos

A Nara, em outro post, colocou um vídeo que ela capturou de uma conversa com o Lorenzo, meu sobrinho na Austrália. Essa foto à direita é dessa mesma conversa, e a foto abaixo, à esquerda, é de hoje, de uma conversa que eu tive com minha filha no Brasil, com som e imagem. Bem, minha filha tem oito anos, até acho compreensível que ela consiga "desempenhar" bem em uma conversa assim, mas um bebê de um ano... Lembro que víamos os desenhos dos "Jetsons", ou "Jornada nas Estrelas", e achávamos ficção científica essa coisa de videoconferência.

Já trabalhei em empresas em que tínhamos equipamentos caríssimos de videoconferência, mas eu continuava achando isso coisa de ficção científica. Mas agora, quando uma criança de um ano interage contigo, usando equipamento de uso doméstico, acessível a meros mortais (comprei minha webcam no Brasil por R$55...), começas a achar que já não é mais ficção científica: é uma coisa que veio para ficar. Se o Skype fechar, afinal eles ainda não conseguiram achar uma forma de ganhar dinheiro, apesar de sua popularidade, tenho certeza de que vamos achar outras maneiras de fazer isso.

Videoconferência não tem a menor comparação com a telefonia normal. Quando a Sofia era pequena, eu viajava muito para fora do estado, principalmente para São Paulo, onde era a sede da empresa em que eu trabalhava. Não conseguia falar com a Sofia por telefone. Acho que até os 3 anos, ela não conseguia entabular uma conversa. Até hoje é assim: nossas conversas por telefone duram 3 minutos, nossas videoconferências, de 30 a 40 minutos. O pequeno Lorenzo já nos reconhece no computador, manda beijinhos e abana. Outros tempos.

Nosso sobrinho na Austrália

A cada dia que passa eu fico mais fascinada com as tecnologias da comunicação. Durante a semana, pude confraternizar com minha família aí no Brasil, através do skype. É claro que não pude abraçá-los de verdade, nem comer aquele churrasquinho que eles estavam comendo, mas pude vê-los e conversar com eles.
A irmã do Iuri, Lara, está morando na Austrália com seu marido: Márcio e o filhote: Lorenzo. Temos visto e falado com eles freqüentemente através do skype e o Iuri já colocou algumas imagens capturadas durante essas conversas.
Hoje, pelas 21 horas do dia 23 de dezembro - horário do Canadá e início da tarde do dia de 24 - horário da Austrália - fizemos nossa tele-conferência de Natal.
O Lorenzo está cada dia mais lindo e esperto e hoje interagiu conosco, imitando o famoso "Ho Ho Ho" do Papai Noel, subindo e sentando em sua nova cadeirinha do Mickey e jogando bola.
Aí eu tive a idéia de filmá-lo à distância. E deu certo! O vídeo está aí abaixo e é preciso clicar na seta preta da imagem para fazê-lo funcionar. Vale a pena!

domingo, 23 de dezembro de 2007

Doar o corpo à ciência

Eu já tinha ouvido falar em doar o corpo à ciência. Achava que era doar, depois da morte, o próprio cadáver para pesquisas médicas.

Mas acho que estou doando o meu corpo em vida. Estou no meio do fogo cruzado aqui. Tenho contribuído pouco para o blog (e talvez também pouco para a ciência... quem sabe?) porque estou escrevendo dois artigos para congressos cujos prazos finais são em janeiro... daqui a duas semanas, pouco mais.

Terminei um deles, e tirei uma folga para atualizar o blog. Fiz o post sobre a tempestade, que estava engavetado uma semana, e este que estou escrevendo não deve estar parado a menos tempo. Tudo começou um dia que eu saí do escritório com as costas doendo de tanto ficar sentado na frente do computador. Aliás, desde lá tenho feito paradas periódicas e me espichado um pouco.

Mas naquele dia (algum dia dessa semana), disse para a Nara que eu estava imprestável, e quando baixasse a poeira eu teria que voltar a cuidar um pouco mais do corpo, que estava decadente... e lembramos de uma cena de um desenho animado:

sábado, 22 de dezembro de 2007

O Dia Depois de Amanhã




"O Dia Depois de Amanhã" (2004) é um desses filmes do cinema catástrofe norte-americano em que uma mudança repentina no clima do planeta causa furacões, congelamentos instantâneos e enchentes da altura de prédios.

Em uma parte do filme, a temperatura baixa muitos graus em instantes, congelando tudo imediatamente, como motores de helicópteros e pessoas. Em outra tempestades e furacões destróem cidades, veículos e matam pessoas e outros animais.

Bom, essa foi minha idéia semana passada quando começaram a divulgar os alertas de "tempestade de neve" que ocorreria no último final de semana. Passavam na televisão imagens de carros escorregando na neve e saindo da pista ou se batendo. Passavam, em minha cabeça, cenas do filme... E eu sofrendo quieto, para não disseminar o pânico aqui em casa e no pessoal no Brasil.

Afinal, foi mais escândalo da televisão para aumentar a audiência do que qualquer outra coisa. Vamos lembrar que existe hoje um grande negócio em cima do clima, certo?

Segunda-feira passada, quando acabou a "tempestade de neve", sobraram apenas montanhas de neve, sal e barro. Sem catástrofe.

Confraternização via skype

No final de 2006 o Iuri e eu passamos o ano novo com a minha família, em Imbé, no Rio Grande do Sul.

À esquerda, a foto oficial da família Müller, em 31 de dezembro de 2006: pai, Eraldo, mãe, Miguel, Ronaldo e Nara.

Neste final de ano, o Iuri e eu estamos no Canadá e o Ronaldo vai para o Rio de Janeiro, então, a família vai estar menor durante a comemoraçào do ano novo.

Ontem à noite, o Miguel fez um churrasco na casa dele e meus pais
e demais irmãos foram jantar lá.

Graças à tecnologia, fizemos uma videoconferência pelo skype, com vídeo e som.



Na foto à esquerda: Ronaldo, pai, mãe e Eraldo, em Novo Hamburgo.

À direita: o Iuri e eu, no Canadá.

Mas onde estaria o Miguel, o anfitrião? Estava ocupado fotografando sua obra prima: o churrasco... só para dar água na boca dos gaúchos que estão longe dos pampas...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Ao final de mais um ano, agradecemos a todos os leitores do nosso blog, parentes e amigos que têm nos acompanhado ao longo de nossa jornada no Canadá.

Esperamos ter-lhes proporcionado momentos de diversão e oportunidades de conhecer um pouco do Canadá e sua cultura.

Segue nosso cartão de Natal / 2007: (clique na imagem para ampliá-la)

Festa de São Nicolau

São Nicolau foi um bispo da igreja católica que deu origem à figura do papai noel, por sua generosidade. Em alguns países ele é conhecido como padroeiro dos agricultores, dos marinheiros e todos o reconhecem como padroeiro das crianças.

Nossos amigos Zenon e Mary-Anne, são ambos filhos de ucranianos e, por essa razão, tomamos conhecimento de alguns costumes da Ucrânia.
Aliás, o Iuri descobriu que também tem um sanguezinho ucraniano nas suas veias.

Na Ucrânia o período pré-natalino, denominado Pelêpivka, ou quaresma pré-natalina, começa em 27 de novembro, com a festa do apóstolo São Felipe e encerra-se na noite da véspera do Natal, quando é feita uma janta especial para a família e amigos. Eles chamam esse jantar de Santa Ceia.

http://www.geocities.com/CollegePark/Union/2240/NATAL.HTM

Para os ucranianos, assim como para vários outros povos, a troca de presentes é feita no dia de São Nicolau e faz parte do período da quaresma pré-natalina.
Na Ucrânia, que segue o calendário juliano (criado durante o império de Julio César - 46 a.C), o dia de São Nicolau é comemorado em 19 de dezembro.
Já para os países que seguem o calendário gregoriano (instituído pelo Papa Gregório XIII - 1582), o dia de são Nicolau é 6 de dezembro.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_gregoriano

No Brasil, nós costumamos fazer a troca de presentes na noite da véspera do Natal, mas nem sempre fazemos a diferenciação entre a vinda do papai noel e o nascimento de Jesus.
O Iuri e eu gostamos da idéia de separar essas duas datas então ontem preparamos um jantar para nossos amigos Zenon e Mary-Anne e fizemos a troca de presentes de Natal.
O Iuri preparou salmão assado no forno do fogão, que foi servido com arroz, batatas e alcaparras, salada mista e sobremesa.

Na foto ao lado, eu estou preparando a sobremesa, vestindo meu bonito avental natalino, presente que a minha amiga Jane Hugentobler mandou lá de Texas - EUA.

O jantar foi uma delícia!!!

Nossa ceia de Natal, na noite de 25 de dezembro, será na casa do Steve, um amigo dos nossos amigos, que já se tornou nosso amigo também.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Natal do Big Sisters of London

Hoje eu fui ajudar o pessoal do Big Sisters of London nas tarefas de finalizar o envio dos newsletters: jornalzinho bi-mensal da ONG.


Enquanto eu esperava o sinal abrir para atravessar a rua, aproveitei para tirar uma foto da sede do Big Sisters of London, mostrando as calçadas, pátio e telhado, cobertos de neve: LINDO!


Havia muita movimentação na casa, pois as gestoras estavam preparando presentes de Natal para serem distribuídos entre as famílias das meninas mais carentes, atendidas pelo Big Sisters of London.

Cada gestora (case manager) é responsável por um certo número de duplas: big and little sisters.


Segundo as gestoras, a ONG atende mais de 300 meninas e escolheram as 70 famílias mais carentes - aquelas que não teriam condições de passar um natal feliz - para serem contempladas com brinquedos, roupas e alimentos, doados por pessoas e empresas da comunidade londrina.
Na foto à direita: Courtney, eu, duas moças que eu não lembro os nomes, Ethyle e Fern.


A Cathy, diretora geral do Big Sisters of London, e eu estamos planejando um encontro com as meninas que participaram do programa de verão e também suas famílias, para um momento de avaliação e confraternização.
Essa confraternização será no dia 2 de janeiro e, provavelmente, será minha despedida do pessoal do Big Sisters of London. Já estou sentindo saudades desse grupo...
Na foto à esquerda, Cathy e eu.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Festas de final de ano

No Brasil, nesta época do ano, a gente costuma brincar que vai ganhar alguns quilinhos devido às festas e confraternizações de Natal.


Aqui no Canadá não é diferente. O Iuri já participou de duas confraternizações na universidade e eu o acompanhei em uma delas.
No dia 13, a professora Tima Bansal, diretora do Centro de Sustentabilidade da Ivey School of Business da Universidade de Western Ontário (UWO), convidou a todos os doutorandos (e eu) que participaram dos seminários do centro ao longo do semestre, para uma confraternização.
A confraternização foi realizada no Grad Pub - no prédio da torre, como é conhecido - foto à esquerda. É um pub para estudantes de mestrado e doutorado da UWO.
A professora Tima - de casaco verde na foto à direita - anunciou boas novas para o grupo, como a conquista de verbas consideráveis para financiar pesquisas na área de sustentabilidade, principalmente para o setor agropecuário, que é o segundo maior setor econômico de Ontário e é responsável por grande parte das emissões de gás que provocam o efeito estufa.

Conversando com o Iuri sobre a sua participação nos seminários e sua iminente volta ao Brasil, a professora Tima disse a ele: "pode mandar outros assim como você".
Fo ela mesma, a professora Tima que já dissera para o Iuri, em outra ocasião, que ele tem um excelente nível de conhecimento.

Não preciso dizer que o Iuri ficou muito feliz com as palavras da professora Tima e eu, é claro, fiquei muito orgulhosa por ele.


No mesmo pub, alguns doutorandos compartilhavam a alegria de um colega que defendera sua tese naquele dia e, quando estávamos indo embora, o grupo nos convidou para confraternizar com eles. Mais cerveja canadense! Fazer o quê?
O novo doutor é o que está de camisa azul, e seu orientador, está bem à sua frente.



Estalactites


Olhem que lindos e enormes "estalactites" que pendiam do telhado da nossa casa, depois daquele nevasca do fim de semana! Ontem, segunda-feira, esses estalactites estavam bem na frente da janela do nosso quarto e eu fiz questão de fotografá-los para poder mostrar aos leitores do nosso blog.

Imaginem se isso cai na cabeça de alguém!

Nossa árvore de Natal

Como vai ser nosso primeiro e, provavelmente, único Natal aqui em London, decidimos comprar pequenos enfeites para decorar nosso apartamento e entrar no espírito natalino. Nossos amigos Zenon e Mary-Anne, mais uma vez, demonstraram o carinho que têm por nós e nos emprestaram uma pequena árvore de Natal, já decorada e com luzinhas. Olhem como ficou linda a nossa sala!





Uma coisa muito divertida nos chamou a atenção na decoração dessa pequena árvore: um papai noel de camiseta com o símbolo canadense: a folha do Maple Tree, shorts e chinelos de dedo. Bem apropriado para o clima canadense no Natal.

Enquanto nosso pobre papai noel brasileiro é obrigado a vestir aquelas roupas quentes e botas de neve, o canadense fica bem à vontade - pelo menos dentro de casa, onde a calefação lhe permite vestir assim - risos.

ATUALIZAÇÃO IMPORTANTE - em 20 de dezembro de 2007: Ontem à noite a Mary-Anne me disse que esse é um papai-noel australiano que ela ganhou de uma amiga. O símbolo na sua camista não é uma folha de Maple estilizada, mas o mapa da Austrália. Agora faz mais sentido, né? Hahaha!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Segunda feira é dia de fazer limpeza?

Desde pequena eu sempre via e ajudava minha mãe a fazer a limpeza da casa às sextas-feiras, deixando tudo bonito para receber visitas no fim de semana.
Uma vizinha de praia, entretanto, costumava fazer essa "faxina" às segundas-feiras. "No fim de semana vem visita e a casa fica suja" - dizia ela.
Hoje eu lembrei da nossa vizinha de praia, quando precisei descer para o porão a fim de levar as roupas para a lavanderia comunitária do nosso prédio.
Ainda bem que o Iuri estava trabalhando de casa hoje, porque ele desceu e me ajudou na tarefa de encontrar e limpar a porta do porão, que estava coberta da neve que caiu durante todo o fim de semana. Hoje nós tivemos que usar a "tal" pá da qual eu falei em outro post.


As lixeiras também estavam cobertas
de neve - pareciam sorvetes de limão
- e o Iuri tirou a neve de cima da nossa, para que eu pudesse depositar o saco de lixo. (Fotos à esquerda e à direita)


Na esquina da nossa pequena Kensington Ave, com a grande Wharnclieffe St, alguém tirava a neve com uma máquina que parece uma cortadora de grama.
Resumo da história: hoje, segunda-feira, foi o dia de limpar a sujeira que a visitante chamada neve fez durante o fim de semana. (risos).

Dois vídeos mostram as atividades desta manhã e podem ser vistos clicando em:

http://picasaweb.google.com/naram.muller/BrincandoDePazinha

Pílulas da qualidade

"Qualidade é leveza"- disse a professora Clarice Leal, numa palestra aos professores ligados ao Sindicato das Escolas Particulares (SINEPE), em Porto Alegre.
Qualidade tem sido a palavra de ordem em empresas, escolas, hospitais, órgãos públicos e nas nossas vidas.
Esta semana eu tomei conhecimento, através do site do SINEPE, que o Programa Qualidade RS - SEBRAE, lançaram uma série de vídeos intitulados: "pílulas da qualidade". Cada vídeo trata de um tema ligado à qualidade e ensina às organizações a implantarem sistemas de qualidade.
O site abaixo ilustra melhor o que eu estou falando e tem vários vídeos de demonstração. É muito interessante e leve de assistir. Afinal de contas, qualidade é leveza!

http://www.mbc.org.br/mbc/pgqp/index.php?option=com_pilulas&Itemid=188&id=7&task=detalhe&tipo=v_pausa

Tempestade de neve em 16 de dezembro

Para este fim de semana estava prevista uma tempestade de neve vinda do norte dos Estados Unidos. Os noticiários de sábado já davam conta de vários acidentes ocorridos nas estradas daquele país e alertavam os canadenses, principalmente os do sul do Canadá, onde estamos, sobre a iminência de tempestade de neve.

Como o Iuri relatou no post de sábado, a neve já começou por volta de meio dia, intensificando-se ao entardecer.

Por causa de todo esse "alarme", eu deixei de ir à festa de Natal das brasileiras de London, realizada na casa de uma delas.

Ao amanhecer de domingo, London estava coberta de neve e a tempestade continuou durante todo o dia.

À noite, a neve já estava caindo mais fraquinha e o professor Micha (Maika) - o mesmo que me emprestou a bicicleta no verão - veio nos apanhar para irmos a uma cafeteria no centro da cidade.

Fomos o Iuri e eu, o Micha e a Nancy e o filho do casal: Willy (foto ao lado).
Foi muito agradável estar com eles.

Também tivemos oportunidade de fotografar algumas árvores e outras plantas enfeitadas com luzes natalinas e cobertas de neve.

Fizemos algumas fotos e vídeos (um dos quais, mostrando a luta de um vizinho, para sair com seu carro - hehehe). O álbum de fotos e vídeos pode ser visto clicando no link abaixo:




domingo, 16 de dezembro de 2007

Época de solidariedade


O site abaixo permite doar arroz para povos carentes no mundo. O site é patrocinado por grandes empresas cujos banners são expostos em cada página aberta.
É um jogo que permite testar o vocabulário em inglês: cada palavra que você acerta, oportuniza a doação 20 grãos de arroz para a ONG: Free Rice (arroz de graça), que encaminha as doações para os necessitados.
É bem interessante, vale a pena tirar um tempinho, pois além de praticar a solidariedade, você ainda tem a chance de testar ou incrementar seu vocabulário em inglês, sem precisar tirar dinheiro do próprio bolso.

É só entrar no site abaixo e começar o jogo. Boa sorte!

http://www.freerice.com/

sábado, 15 de dezembro de 2007

Frio... muito frio!

A escala de temperaturas aí do lado é de hoje, copiada do site Weather Network. Na coluna bem à esquerda, a hora, depois um símbolo para o céu (nublado ou nevando), e por último a temperatura.

Não era nossa intenção sair de casa hoje, mas sabe como é... o que seria de nós sem ir ao supermercado no sábado. Saímos de casa 11h30. Estávamos chegando na parada, passou o ônibus 12, que leva a gente para o supermercado. Aos sábados, o "12" passa a cada meia hora... cinco minutos depois, eu não agüentava mais de frio. Estava só com a calça de brim, tinha levado uma luva não muito grossa e "apenas" dois capuzes, um de lã e outro do casaco de moletom. Resumo: "pedi água" e voltamos para casa para eu me vestir melhor. Mais adiante tem um vídeo comigo devidamente trajado para o frio de hoje.

Pegamos o ônibus, descemos na parada do supermercado e paramos para comer um "soup and sandwich" no Tim Hortons, e fiz o tal vídeo. Eu estava errado, estava "bem mais" quente do que quando saímos de casa"tinha subido de -9 para -7...



Chegamos no "No Frills" (sem frescura), uma rede de supermercado do grupo Loblaws que tem bons preços e zero serviço. Cobram 5 centavos por sacolinha de plástico, se quiseres, não empacotam, e por aí vai. Como nos aproximamos do Natal, estava um movimento enlouquecedor.

Feitas nossas pequenas compras, voltamos para casa, de táxi. Batia uma neve "guasqueada", como diz o gaúcho (\\\\\). Saiu um pouco mais caro que duas passagens de ônibus, mas valeu cada centavo! Seriam 3.75 dólares de ônibus, e o táxi saiu 10.75. Foram sete dólares bem empregados. Sem esperar na parada por até meia hora, tiritando de frio, voltamos em um carro quentinho, dirigido calmamente por um taxista sudanês que mora aqui há dez anos. O motivo da mudança dele? "Politics"... O Sudão, como quase toda a África, está em guerra, interna e com os países vizinhos. O Canadá é bem mais estável politicamente, apesar de todo o frio.

Para finalizar: acho que estamos aprendendo a lidar com o frio. Pelo menos, com esse friozinho de um dígito negativo. Vamos ver em janeiro, se chegarmos a dois dígitos negativos, como a coisa se comporta.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Nada como uma boa pizza "Mundo Novo"

Nesta semana recebi um "friend request"(convite de amizade) no orkut, dos meus amigos Elaine e Carlos, proprietários da Pizzaria Di Napole, de Taquara.
No scrap que me mandaram, fizeram uma provocação indecente: "Que tal uma pizza Mundo Novo?" - Isso é muita maldade - hehehe!
Para quem não sabe, a "Mundo Novo" é uma pizza que combina filé mignon, tomates secos e rúcula e é a nossa pizza predileta, sempre que vamos à Di Napole. Vale a pena conferir!!!
Mas pode deixar: depois de janeiro a gente se cobra, mas tem que ter um choppinho da Brahma para acompanhar (risos).

domingo, 9 de dezembro de 2007

Preparação para o Natal

Sexta-feira - 7 de dezembro - nós fomos jantar com nossos amigos Zenon e Mary-Anne, no Mc Ginnis Landing Restaurant, aqui em London. Eu decidi comer tilápia grelhada com purê de batatas (uma delícia!!!) e o Iuri preferiu comer galinha com legumes refogados. Quando eu estava quase terminando meu jantar, larguei o talher no prato e contei alguma coisa para os amigos Mary-Anne e Zenon e aproveitei para beber um gole de vinho. Peguei de novo meu garfo e faca e, quando olhei para meu prato, qual não foi a minha surpresa ao perceber que o peixe sumira... Olhei para o Iuri e perguntei: "did you eat my fish?" ( tu comeste meu peixe?). Ele, muito constrangido, respondeu que sim e disse que pensara que eu já estava satisfeita. Foi muito engraçado, todos nós rimos muito da situação.

Ainda na sexta-feira à noite fomos ao Victoria Park para ver a iluminação natalina e as crianças patinando no gelo. É estranho pensar que era o mesmo local onde tínhamos fotografado crianças andando de skate, numa bela tarde ensolarada de verão.

Sábado - 8 de dezembro:
Na manhã seguinte o Zenon telefonou para o Iuri e perguntou se o peixe não tinha feito mal para ele - risos.

Era o dia de comprar a árvore de Natal e enfeitá-la na casa de Zenon e Mary-Anne. Fomos com eles ao Loblaws (rede de supermercados canadense) e ajudamos a escolher um lindo pinheirinho. O Iuri e o Zenon instalaram a árvore num canto da sala e nós todos ajudamos a enfeitá-la. Ficou lindíssima!

Fizemos um web álbum com fotos e vídeo, que pode ser visto clicando no link abaixo:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

5 de dezembro - 9 meses em London

Hoje nós estamos completando 9 meses aqui no Canadá. Podemos dizer que aprendemos a viver nessa terra de tantas diferenças culturais e climáticas, mas com bastante calor humano também.
No começo tudo era difícil: o frio para o qual não tínhamos roupas adequadas, a falta do nosso carro. Tivemos que aprender os roteiros e horários dos ônibus: morávamos bem pertinho do centro e íamos de ônibus. Sem falar nos tropeços da língua. Tudo isso já foi relatado em quase duzentos posts que publicamos neste blog, desde março de 2007. Até isso aprendemos: usar esse recurso tecnológico que achávamos ser mais comumente usado pelos jovens, mas que nos manteve próximos das pessoas aí no Brasil.
Estou fazendo esse blá blá blá todo para falar de novo na neve - hehehe - afinal de contas, é uma coisa tão incomum para nós, brasileiros, que a cada dia ficamos impressionados com alguma coisa relacionada à tão bela e branca neve.
Nesta segunda-feira, por exemplo, apareceu uma pá no hall de entrada do nosso prédio... "ummmm", pensei eu: "será que vamos ter que tirar neve do nosso caminho???"
Até agora isso não foi necessário (eu acho que os vizinhos fazem isso antes da gente sair de casa de manhã - risos).
Ontem o Iuri e eu passamos o dia na universidade: ele, eu nem preciso dizer que estava trabalhando na análise dos dados de sua pesquisa e eu estava trabalhando no meu emprego de proctor.
Pelas 17 horas, quando saíamos do prédio da Ivey em direção à parada de ônibus, não resistimos às belezas naturais e artificiais que essa época do ano oferece e fizemos várias fotos.
Àquela hora, a temperatura estava em torno de -8 graus centígrados e nós ficamos impressionados ao perceber o quanto é agradável caminhar sobre a neve, chutá-la, afundar os pés, tocá-la e senti-la tocar nossos rostos enquanto cai. Com roupas apropriadas, não sentimos frio.
Hoje, por volta de meio dia, eu desci para a lavanderia, aproveitando que tinha sol lá fora e que a porta do basement (porão) já estava aberta e, portanto, alguém já tinha retirado a neve de cima - brasileiro sempre tem seu jeitinho - risos. Fiz algumas fotos e um vídeo que podem ser acessados em:
http://picasaweb.google.com/naram.muller/5DeDezembro

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ainda sobre a neve

Em julho deste ano nós conhecemos um amigo que nos disse que alguns brasileiros viajam para o exterior e não evoluem. Esses, segundo nosso amigo, ficam até o final de suas viagens tirando fotos de esquilos.
Hoje de manhã quando estávamos chegando na universidade, abaixo de neve, eu brinquei com o Iuri: "Ainda bem que nós dois evoluímos por aqui: agora nós fotografamos também a neve." Risos.
Ontem nevou o dia inteiro e nós nos sentimos responsáveis por mostrar aos nossos familiares e amigos, que não podem estar aqui no Canadá, como é uma tempestade de neve. Então fizemos 2 vídeos que podem ser vistos em:
http://picasaweb.google.com/naram.muller/NeveDe3DeDezembroDe2007

domingo, 2 de dezembro de 2007

Bonequinhos em London - Ontário

Minha amiga Cláudia Sasse é uma gaúcha de Novo Hamburgo que mora aqui em London. Ela me enviou umas fotos de dois bonecos que estavam na frente da sua casa hoje de manhã. O bonequinho é de neve e a bonequinha é a Carol, filha da Cláudia. Lindinha, não é mesmo?

As maravilhas da natureza

Tem coisas que me deixam fascinada... No dia 21 de outubro nós voltávamos da missa e resolvemos percorrer o caminho às margens do rio Tâmisa. Aproveitamos para dar pães aos patinhos e fizemos algumas fotos do lugar.



Hoje, 2 de dezembro, voltávamos da missa e decidimos fotografar o cenário pois alguém estava tratando os patinhos naquele mesmo lugar onde estivéramos em outubro. As duas fotos foram tiradas de lugares diferentes mas focam o mesmo cenário e a diferença é espantosa! A mesma árvore com seus galhos caídos para o lado do rio, os patinhos...
Tem mais umas fotinhos e vídeos que mostram algumas mudanças em: http://picasaweb.google.com/naram.muller/AsPaisagensMudamComAsEstaEs



Domingo com neve

Nevou muito durante a noite de sábado e madrugada de domingo e a neve cobriu, com uma camada de uns 15 centímetros, o solo de London canadense. (Ver foto dos carros no pátio dos fundos da nossa casa).


A temperatura atual é de - 2 graus centígrados (menos frio que ontem).

A foto à esquerda mostra a neve começando a derreter por causa da chuva fina que está caindo e deve permanecer conosco ao longo do dia. A previsão indica que a temperatura deverá subir para + 6 ao longo dessa tarde de domingo. Dá para perceber que não está assim TÃO frio, pelas roupas que o pedestre está vestindo, mas nós não vamos nos arriscar a sair com roupas tão inadequadas - pelo menos para nós, brasileiros - risos.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Dezembro chegou

Hoje o Iuri e eu resolvemos sair de casa pelas 13 horas, quando a neve tinha parado um pouco e a temperatura havia subido de - 7 para - 6 C.
Fomos ao centro da cidade a pé, porque segundo os canadenses, ainda não está frio - risos. Além disso, é só atravessar a ponte Kensington sobre o famoso rio Tâmisa. Em menos de 10 minutos, já estávamos na Dundas St (centro de London). Queríamos comprar ingredientes para fazer granola e outras coisinhas no Convent Garden - espécie de mercado público e feira de produtores.

Antes de irmos às compras almoçamos num restaurante, localizado junto ao Covent Garden. Desde o verão que eu já tinha vontade de almoçar nesse restaurante, o Chancey Smith's, pois me parecia ser um ambiente aconchegante e ter comida gostosa.

Comemos salmão com macarrão (Salmon linguini) e descobrimos que minha intuição não falhara, a comida estava yummy, como dizem por aqui. Pronuncia-se iâmi e significa mmmmm. Além disso o ambiente é bonito (fotos), e tem música ambiente.

Depois fomos para a Galleria London e fizemos nossas compras no Bulk Barrel (um armazém que vende toda espécie de grãos, farinhas e guloseimas, à granel).

Voltamos ao Covent Garden para comprar legumes e frutas e comer um sorvete maravilhoso que tem lá. A temperatura de - 6 era na rua (risos).

Pelas 16 horas, vestimos de novo nossos casacões, toucas e luvas e saímos rua a fora, em direção à nossa casa.

No caminho de volta eu parei sobre a ponte e pedi ao Iuri tirar uma foto de mim, com toda aquela roupa (cada vez que eu queria olhar para o lado, tinha que virar o corpo todo - hehe - mas não sentia frio).
Olhem as sacolinhas ecológicas que nós usamos para fazer compras...
Vejam o gelo sobre as bordas do rio Tâmisa.







domingo, 25 de novembro de 2007

DSI - Técnicas de Ensino

Houve 3 momentos durante o DSI em que recebi idéias interessantes para atuação como professor, e vou registrá-las aqui.

Sessão de Ensino no Consórcio Doutoral

Como já havia dito em outro post, houve uma sessão de técnicas de ensino dentro do consórcio doutoral. O nosso professor, Harvey Brightman, é aposentado pela Georgia State University, e segue dando aulas no MBA executivo lá.

O Harvey é professor de estatística. Como parte de nós que já pisamos em uma sala de aula como professores, imagino que ele deve ter sofrido com a dificuldade dos alunos de entender o conteúdo. Acho que os professores se dividem em dois tipos: os que sofrem com isso e tentam melhorar sua técnica, e os que acham que os alunos são burros. Ele parece ser do primeiro tipo. Então, ele começou a ler, muito tempo atrás, sobre educação de adultos. Sua aula desse sábado começou com isso.

Só que ao invés de apresentar os números, ele colocou uma lâmina com lacunas ( ____ ) ao lado de cada atributo do professor (domínio da matéria, clareza do conteúdo, etc.) e foi pedindo para a gente estimar a importância de cada atributo para o aprendizado do aluno. Eram 17 atributos, e ele pediu que cada um dissesse qual é o mais importante e os participantes iam dizendo , por exemplo, "conhecimento do assunto" e ele dizia "esse é o número 9, em importância", segundo um estudo feito nos Estados Unidos e publicado em 1989. Ponto número 1: organização da disciplina e da aula; número 2: clareza da apresentação. Ele disse uma coisa interessante: nós, professores universitários, somos a única profissão que não recebe qualificação formal para exercermos nossa profissão. Seria como fazer cirurgia cerebral por intuição, diz ele. Todo mundo que teve aulas de didática sabe do que estou falando...

Ele mostrou como organizar a aula com um exemplo... de como não organizar! Ele mostrou umas aulas de marketing de um outro professor do qual ele fez o "coaching". Ele trabalha (pelo que eu entendi, até hoje) na universidade como coach, ou seja, "treinador" de professores. Segundo ele, é mais gratificante ser coach de ensino do que de pesquisa, porque demora 3-4 anos para alguém se tornar um bom pesquisador, enquanto ele diz conseguir tornar alguém um bom professor em 7-8 semanas. As aulas que ele trouxe de exemplo começam com conceitos (marketing é isso, brand equity é aquilo...). Os alunos saem do ar quando vêem esse tipo de coisa. A clássica estrutura de começar com a definição, depois ir para a teoria e finalmente mostrar a aplicação é o contrário da forma com que um adulto aprende. Ele começa com um problema (aplicação) e depois busca como resolvê-lo (teoria). Bom, não preciso dizer que... sim, minhas aulas eram organizadas da maneira "errada", que ele chama de modelo TA (teoria -> aplicação), ao invés de AT (aplicação -> teoria).

Depois de mostrar o exemplo do seu colega do marketing, Harvey apontou então o que ele chama de "big five" - os cinco princípios básicos de suas apresentações:

  1. Começar dizendo porque o assunto é importante -> depois ir para o tópico
  2. Partir de um exemplo concreto -> teoria (modelo AT)
  3. Partir de um material familiar ao aluno -> depois ir para o desconhecido
  4. Começar com a versão simples -> depois partir para a complexa
  5. Apresentar a mesma idéia em múltiplas linguagens (palavras, figuras, símbolos, gráficos, equações)


Eu tinha outra dúvida e a aula dele me ajudou. Quando eu fiz minha graduação, os professores escreviam tudo no quadro, ou ditavam. Na verdade, eu, já naquela época, achava uma tremenda perda de tempo ficarmos copiando coisas ao invés de efetivamente estarmos discutindo ou tirando dúvidas. Hoje os alunos ficariam furiosos se eu, como professor, insinuasse fazer tal coisa. Mas ao disponibilizarmos as lâminas com a aula toda previamente para os alunos, eles não têm "surpresas". Uns três anos atrás, eu estava dando uma aula e eu tinha uma lâmina com uma questão para discussão. Na próxima lâmina, havia meus comentários a respeito. Em uma sessão "normal", em que os alunos não tivessem o material, não haveria problemas, mas meus alunos todos tinham cópias das lâminas... resumo: não houve discussão nenhuma - eles já sabiam minha opinião... Outro problema é que os alunos parecem não prestar muita atenção na exposição, afinal eles têm todo o material.

A solução para esses problemas é extremamente simples: ele chama de "notas guiadas". Ou seja, ao invés de colocar as lâminas com todo o material, ou não usar lâmina nenhuma e mandar eles tomarem nota no caderno, fazer lâminas com lacunas em certos pontos críticos ou largas áreas em branco nos locais onde queremos que eles tomem nota. Isso faz com que eles aprendam pelo efeito mecânico de copiar, pelo fato de estarem atentos, e pelo fato de terem depois suas notas organizadas.

Finalmente, como a mais maravilhosa apresentação/aula expositiva não funciona isolada, ele apresentou o método TAPPS (thinking aloud paired problem solving - solução de problemas pensando alto aos pares). Não adianta o professor falar a aula inteira. Todo mundo sabe isso. Se o professor fala a aula toda, tudo o que ele consegue é ficar rouco. Os alunos não sabem nada no final do período, muito menos na aula seguinte - quem dirá para a vida toda, como se quer. O TAPPS, segundo ele, respeita os dois tipos de alunos: o introvertido, que aprende pensando quieto, e o extrovertido, que aprende falando. Então, o método dele consiste em formar duplas. Ele coloca um problema para discussão. Todos têm que ficar 2-4 minutos quietos, pensando. Então, um da dupla têm que explicar para o outro, por 4-8 minutos. Apenas um da dupla explica. O outro escuta, faz perguntas e expressa suas idéias. Ao final, fazem um fechamento. Fizemos um exercício em aula, e pareceu bem interessante.

Jogos para o Ensino de Operações e Logística

Em outra sessão, fizemos um jogo. Era uma sessão promovida pela Responsive Learning Technologies (http://www.responsive.net/), em que eles estavam apresentando um dos produtos deles. Eles têm 2 jogos, um para o ensino de produção (controle de estoques, gerenciamento da demanda, gargalos, gestão da capacidade e da utilização) e outro para o ensino de logística (relacionamento entre clientes e fornecedores). Jogamos o primeiro. Pelo que entendi, o jogo é todo configurável. Cada configuração permite aos alunos/jogadores aprender uma coisa diferente, o que é bom. Como o jogo é pela internet, o professor pode escolher se os alunos vão formar times, vão jogar individualmente, vão competir entre todos em um mesmo laboratório na universidade ou vão jogar em casa. Enfim, é bem bacana. Eles têm versões em várias línguas, mas ainda não em português. Mas se mostraram interessados. Talvez seja uma coisa interessante se uma (ou mais, por que não?) universidade brasileira contatasse essa gente para disponibilizar para seus alunos os jogos.

Éramos todos doutores ou doutorandos de produção na sala. Havia uns 20, acho. Formamos uns 6 times e competimos entre nós. Nós, que entendemos um pouco do mecanismo da produção e não estávamos "competindo" para valer, ficamos emocionados quando víamos nosso time ficar em primeiro no ranking, imagina a emoção (e o interesse) dos alunos. Achei muito bom.

Exercícios Dinâmicos

Um problema que temos agora nos tempos de editores eletrônicos de texto, emails e comunicação instantânea é o da autoria dos trabalhos. A situação é a seguinte: o professor pede um "tema de casa", como fazer os exercícios do final do capítulo do livro-texto, ou qualquer bateria de exercícios que ele tenha disponibilizado. Semana seguinte, ele recebe uma tonelada de exercícios impressos no computador, e tem que corrigir todos. Bom, esse problema é velho. O novo problema é saber se foi o aluno mesmo quem fez ou se ele apenas recebeu de um colega, mudou a formatação e entregou. A solução apresentada pelos professores Hender e Heizer é interessante. Eles são autores de um livro-texto famoso na área de operações. Eles montaram um site de apoio ao livro, onde os alunos ganham uma senha individual. O professor monta um pacote de exercícios para os alunos fazerem. Os alunos preenchem online. Cada aluno recebe um exercício personalizado (dinâmico), único. Ou seja, se alguém quiser fazer para os outros, vai ter que entrar na senha dos colegas, resolver os problemas deles... enfim, coíbe um pouco a "cola eletrônica". A outra vantagem é que, no final, o professor tem as notas de todos "passada a limpo", sem ter que corrigir nenhum trabalho em casa. Afinal, já basta o trabalho de preparar a aula... Bom, eles estão aplicando até prova dessa forma. Não há como colar, certo? No fim, as notas estão prontas para serem entregues, sem tortura no final de semana.

Pareceu bem legal, mas tem um problema. Obviamente, está só disponível em inglês. Nem o livro deles tem tradução para o português. Ficou, para mim, a idéia de fazer os exercícios dinâmicos em excel mesmo. Não parece uma coisa do outro mundo. A desvantagem é que não vou ter as notas deles passadas no caderno ao final, mas isso é outro problema.

Aliás, tudo isso fica para depois do fim do doutorado. Um amigo, durante o evento, me perguntou porque eu estava tão interessado em ensino, e não em pesquisa. Não se trata disso. Eu apenas acho que não existe nada mais gratificante do que terminar uma aula, ou um semestre, em que os alunos gostaram e aprenderam.

sábado, 24 de novembro de 2007

Consórcio Doutoral

Eu havia participado do Consórcio Doutoral do ENANPAD ano passado. O ENANPAD é o principal encontro de pesquisadores na área de administração no Brasil. Confesso que fiquei um pouco decepcionado com o que vi lá. Basicamente, o consórcio doutoral do ENANPAD reúne os doutorandos que vão apresentar seus projetos, em 20 minutos, e ouvir comentários de professores de outras universidades. Sinceramente, temos bastante esse tipo de feedback dos professores da UFRGS, não senti muita necessidade desse tipo de coisa.

Quando o Rob Klassen sugeriu que eu me inscrevesse no consórcio doutoral do DSI, o fiz com um pouco de medo. Mas como eu iria ao congresso de qualquer maneira, achei que não perderia nada. Fiquei surpreso. Acho que é um modelo a ser adotado. Como a realidade do doutorando brasileiro é um pouco diferente do americano, com algumas adaptações o consórcio doutoral brasileiro poderia trazer um retorno melhor para o aluno que nele participa.

Começou bem cedo. 7h30 da manhã, fomos esperados com um café da manhã. Às 8 começaria. Atrasou, para minha surpresa. Num primeiro momento, para ganhar tempo enquanto os painelistas não chegavam, nos apresentamos todos. Finalmente, os painelistas chegaram.

Painel de Recém-Doutores

O primeiro painel foi composto de professores recém-formados que haviam conseguido emprego. A moderadora apresentava perguntas, e cada um dos painelistas ia respondendo conforme sua experiência. Basicamente, o assunto era como começar a trabalhar como professor universitário nos Estados Unidos. Como identificar uma posição, o que dizer na entrevista, o que observar na universidade.

Cabe dizer que a vida profissional nos Estados Unidos/Canadá é bastante diferente do Brasil. Quando um doutorando está por se formar em um desses países, ele manda dezenas de cópias de seu currículo para universidades. As entrevistas ocorrem em congressos científicos (como o que eu estava participando), algumas vezes um a um, às vezes coletivamente em um quarto de hotel (os candidatos ficam espalhados pelo quarto enquanto um deles é entrevistado). Depois, se o entrevistador gostar do candidato, ele é convidado para visitar a universidade. Ele é recebido no aeroporto por um professor, em geral o coordenador da área, levado para jantar e depois para um hotel. No dia seguinte, ele passa o dia na universidade, conversando com o resto dos professores e com o diretor da unidade. Caso aprovado, a universidade assina um contrato que garante o emprego do candidato por um número de anos (de 3 a 10, em geral 6): ele entra em tenure track. Se durante esse período, o professor conseguir atingir as metas da universidade (em geral, ter publicações em periódicos científicos importantes na área), ele é tenured. Ou seja, tem emprego vitalício na universidade. Percebam então a importância da seleção nesse processo: se a universidade contratar um "banana", ele só pode ser demitido no momento da transição para a tenure, nem antes nem depois. O risco é alto.

Painel de Diretores

Os próximos a falar foram os diretores. Formaram o painel 3 diretores de universidades americanas dos mais diversos portes. Eles falaram sobre o que conversam com o candidato e o que pesa no processo decisório deles, na hora de recomendar ou não a contratação do professor. Foi bom para ver "o outro lado do balcão". Esses dois primeiros painéis não me afetaram diretamente, embora eu tenha curiosidade (como tenho por tudo) pelo processo de contratação de professores nos Estados Unidos. Mas a real aprendizagem prática, para mim, aconteceu a seguir.

Painel de Editores

O próximo painel foi o dos editores de periódicos científicos. O Brasil já foi mais provinciano, no sentido que não nos preocupávamos muito com inserção internacional. Hoje, as universidades são avaliadas pela publicação científica de seus professores, e as publicações internacionais pesam muito mais. Obviamente, a coisa reflui pelas camadas mais baixas: as universidades pressionam/estimulam (depende do ponto de vista...) os professores a publicarem. Além disso, publicação também é avaliada na hora de conceder verbas para projetos de pesquisa.

Em resumo, é vital para a carreira de um professor universitário brasileiro ter publicações internacionais. E estar ali ouvindo os editores de algumas das revistas mais importantes da minha área é uma oportunidade única. Por exemplo, fiquei sabendo nesse painel que mais de 40% dos artigos submetidos sofre "desk rejection", ou seja, são tão inapropriados em termos de conteúdo, gramática ou método que são rejeitados pelo próprio editor, sem ir para os revisores. No caso do Decision Science, apenas 6-7% dos artigos submetidos é aprovado para publicação. Mais fácil "acertar" na roleta russa (17% de chance), portanto, do que ter um artigo aprovado. Por outro lado, eles pesquisaram o padrão de publicações do periódico e verificaram que quem tem um artigo aprovado tem 25% de ter outro aprovado depois. Ou seja, há um aprendizado do processo. Já para professores novos (leia-se recém-doutores), as chances caem para 1.5%. Recomendação deles: voluntariar-se para ser revisor de artigos. O revisor é um especialista, voluntário, que lê anonimamente os artigos enviados para um periódico e recomenda ou não a sua publicação. O revisor, de tanto ler artigos, acaba "pegando o jeito" da coisa.

Fui procurar o editor-chefe do Decision Sciences e perguntar para ele como superar a barreira do idioma. Convenhamos: por melhor que seja o inglês de um estrangeiro, ele nunca é igual ao de um falante nativo. Ele me deu duas recomendações: contratar um editor profissional, que corrija o inglês do artigo, e/ou escrever em co-autoria com falantes nativos do inglês.

Planejamento Estratégico de Pesquisa

Na próxima sessão, nos dividimos em pequenas mesas redondas. Eram 4 doutorandos e 2 doutores, e discutíamos nossos projetos de pesquisa, e como fazer com que esse projeto persista por 5 anos. Só para lembrar: o processo de tenure gira em torno de 5 anos, e ficar mudando de assunto durante esse período pode tirar a chance de obter as publicações que o recém-formado precisa para ser aprovado na avaliação.

Na verdade, essa sessão foi um pouco inútil para mim do ponto de vista de conteúdo. Nosso processo no Brasil é diferente. Mas tive a sorte de sentar na mesa com o editor do periódico mais importante de minha área, e consegui entender um pouco o processo de raciocínio dele. Isso não garante nada, óbvio. Mas melhor do que tatear no escuro.

Técnicas de Ensino

Por último, tivemos uma sessão de técnicas de ensino. Essa foi tão empolgante que vou colocar em um post separado.

Sofia na casa dos avós

Minha filha foi passar o final de semana na casa dos avós. Isso significa que posso vê-la no Skype! Falamos bastante, até, considerando nosso padrão. Em geral, nossas conversas por telefone são de 5-10 minutos, quase só oi e tchau.

Dessa vez, nos esbaldamos de tanto conversar. Ela me contou que está com saudades minhas - ufa, ainda bem. Ainda hoje eu estava ouvindo Elvis Presley (You are always on my mind) e pensando: "tell me that your sweet love hasn't died". Às vezes, ficar longe é bem ruim. Também tenho uma certa dificuldade de achá-la em casa. Agora então, com essa diferença de fuso horário, quando chego a pensar em ligar para ela, já é tarde. Quando estava nos Estados Unidos, tentei ligar para ela, mas me confundi com o fuso e acabei tocando o telefone da casa dela e da mãe dela às 11 da noite. Não foi uma conversa muito produtiva, uma vez que a menina estava quase dormindo em pé...

Fui apresentado também à minha mais nova neta: a Kelly. Tenho tantas netas e netos... Umas de pano, como é o caso da Kelly, uma outra tonelada de pelúcia, e umas tantas de plástico. Considerando que ela tem bonecas de marcas famosas também, algumas delas podem também serem feitas de chumbo... pelo menos na tinta.




Enfim, uma noite agitada, mas feliz, para um pai distante.