Educação para o Agronegócio
Mania de professor... cheio de estandes de máquinas e implementos agrícolas no Farm Show em Woodstock, semana passada, e eu puxei a Nara para a gente conversar com o pessoal do estande da universidade de Guelph. Essa universidade provê, além de cursos superiores e de pós-graduação, cursos técnicos na área agropecuária.
Os professores que estavam lá eram do campus de Kemptville (www.kemptville.uoguelph.ca) e de Ridgetown (www.ridgetownc.uoguelph.ca). Falei com eles sobre a procura dos cursos técnicos e a empregabilidade dos alunos egressos. Um deles disse que há bastante procura pelos seus cursos, tanto por alunos oriundos do meio rural quanto das cidades. E quanto a colocação deles no mercado de trabalho, fiquei surpreso: o curso técnico em agricultura emprega 97% dos seus egressos! Outra surpresa foi que, além das óbvias colocações em fazendas e agroindústrias, um bom percentual dos egressos é empregada por bancos. Bancos? Sim, para negociar com produtores.
Não entendo porque nossos cursos técnicos do Brasil estão em crise. Vários desses cursos não têm alunos suficientes para viabilizar uma turma.
Na verdade, aqui me parece até um pouco o contrário. Já soube de pessoas, no Canadá, que obtiveram seu diploma universitário e, sem conseguir emprego, foram fazer curso técnico. Aqui um bom curso técnico, nessas instituições de ensino conceituadas, como Fanshawe College e University of Guelph, são de dois a três anos. Dito isso, eu já vi vários anúncios de outras instituições nos ônibus e no metrô falando em cursos de um ano "e você já sai empregado" (será?). Os cursos técnicos são chamados de college no Canadá - nos EUA a nomeclatura é um pouco diferente, ver essa discussão na página da Wikipedia. Aqui eles têm um foco prático muito grande, com muitas atividades em laboratório, em campo, e "co-op", ou seja, estágio. Estágio de verdade, não aquela atividade remunerada que, para algumas empresas no Brasil, parece servir apenas para contratar jovens sem pagar encargos sociais.
Talvez no Canadá, como no Brasil, haja instituições sérias e instituições pilantras, e cursos que sejam mais adaptados ao ensino técnico do que outros. Finalmente, soube também que nem todos saem do técnico e se empregam, mas isso também pode ser decorrência de outras deficiências, como falta de habilidades interpessoais e outras limitações. Habilidades estas que nós, das instituições de ensino superior, nem sempre conseguimos desenvolver.
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