PROVA DE VIDA
Quem é aposentado pelo INSS, no Brasil, precisa fazer a prova
de vida, todos os finais de ano. Basta ir a uma agência do banco em que recebe
a aposentadoria, munido de um documento de identidade com foto e assinar um
formulário.
Este procedimento garante que o aposentado continue recebendo
seus proventos no ano seguinte.
Antes de viajar para o Canadá, eu perguntei à minha gerente
no banco em que recebo minha aposentadoria, como deveria proceder para provar,
ao INSS, que estava viva, no final deste ano.
Ela disse que não sabia. Entrei no site do INSS e vi que
deveria ir ao Consulado Brasileiro no país de destino.
Quando o Iuri e eu fomos ao consulado solicitar os
documentos para a carteira de habilitação de Ontário, eu pedi informações a
respeito da prova de vida e a moça me deu um formulário.
Ela disse que eu deveria preencher e enviar ao consulado, por
e-mail, quando fosse o período de provar que estava viva.
Geralmente, a prova de vida deve ser feita no mês de novembro
e cada vez que a gente acessa o banco online, aparece a mensagem lembrando-nos
de realizar esse procedimento.
Ocorre que eu tenho usado o aplicativo do banco no meu
celular e esse aplicativo não me fornece tal lembrete.
No dia 22 de novembro, não lembro bem porque, eu tive que
acessar o banco do meu computador. E, para minha surpresa, o prazo havia
encerrado para a renovação da prova de vida.
Meio desesperada, mandei e-mail para minha gerente do banco e
ela disse que eu deveria providenciar o envio da prova de vida. Segundo ela,
assim que o INSS recebesse o documento, meu pagamento seria liberado.
Preenchi o formulário e o enviei, no mesmo dia, ao consulado
brasileiro. Eles tinham até 10 dias úteis para me dar um retorno.
No dia 05 de dezembro, recebi o e-mail do consulado, dizendo
que eu poderia retirar o documento, em Toronto.
Então, no dia 07 de dezembro, saí bem cedo para a parada do
meu ônibus número 15. Eram 7h30min e estava nevando.
Cheguei à estação da Greyhound, em torno de 8 horas – meu ônibus
para Toronto era às 8h30min.
O ônibus saiu quase pontualmente, acho que com uns 5 minutos
de atraso. Para mim, que deveria apanhar o documento no consulado até às
11h50min, cada minuto valia ouro!
Fiz umas fotos quando saía de London para mostrar as ruas e
telhados já cobertos por uma nevezinha.
Cheguei em torno de 10h45min em Toronto e corri para a
estação do metrô. Felizmente foi tudo rápido e consegui chegar, em torno de 11
horas, no prédio do consulado.
Chegada a Toronto
Mas ainda tinha outro desafio: pagar os 7,50 dólares
canadenses, através de ordem de pagamento, num postinho no andar térreo do
prédio.
O dono desse postinho não tinha recibos para 7,50, então, ele
foi até o banco no mesmo prédio, para fazer a ordem de pagamento. Demorou uns
20 minutos e eu já estava suando frio.
Quando ele chegou, me cobrou 15 dólares: 7,50 da ordem de
pagamento e 7,50 que o banco aplicara.
Tomei o elevador e cheguei antes do horário limite. Peguei
uma fichinha e fui a segunda a ser chamada, desde que tinha entrado no
consulado.
Conferi o rascunho do meu comprovante de vida e esperei uns
10 minutos até que tinha sido impresso e, devidamente assinado.
Perguntei ao atendente se eu mesma teria que enviar o
documento ao Brasil, se podia ser por e-mail. Ele disse que eu teria que enviar
pelo Canada Post. Eu lembrei que no shopping onde eu tomara o metrô tinha uma
agência do Canada Post.
Saí do consulado, tomei um ônibus para esse tal shopping e, no caminho, lembrei
que não tinha o endereço de destino do meu documento.
Pensei em voltar, mas o consulado já estaria fechado. Pensei
em ligar para o consulado, mas lembrei que tinha ouvido uma das atendentes
dizer que eles têm poucos funcionários e quase não atendem ao telefone.
Cheguei ao shopping e fui fazer um lanche no Mc Donnalds
(consigo acessar o wi-fi de lá).
Acessei o site do consulado e não encontrei resposta para
minha dúvida no FAQ.
Mandei um email para minha gerente do banco e liguei, pelo
Hangouts para a agência. Minha gerente estava com a linha ocupada, então, pedi
para falar com outra pessoa. A ligação caiu enquanto estava sendo transferida.
Liguei de novo e a moça me disse que ambas estavam com os
ramais ocupados. Eu pedi a ela que avisasse minha gerente que eu tinha enviado
um e-mail e que precisava de resposta urgente, pois estava no Canadá.
Em seguida, lá estava a resposta da minha gerente: “Não sei,
Nara. Liga para o INSS”.
Coisa simples, não é?
Procurei um número do INSS, mas tinha que agendar
atendimento. Mandei mensagem para o meu pai, pelo WhatsApp, pedindo para ele
tentar um número do INSS para saber o endereço para onde eu deveria enviar
minha prova de vida.
Eu estava ali, o Canada Post logo ali do lado...
Aí eu mandei uma mensagem ao meu amigo Mauro Santos, advogado
taquarense, contando minha situação.
Meu tempo de internet grátis expirou e eu procurei outro
lugar na praça de alimentação – próximo a um dos bancos que têm wi-fi gratuito.
Consegui nova conexão.
Nesse meio tempo, o Mauro localizou as informações que eu precisava
e me passou o endereço para onde eu deveria enviar a minha prova de vida.
Descobrimos que o Brasil tem diferentes endereços para envio
de documentos ao INSS, dependendo do país com quem tem convênio.
Do Canadá, precisava mandar o documento para Brasília.
Copiei
o endereço, fui até o Canadá Post e o atendente foi super atencioso. Comprei
envelope e fiz o envio por carta registrada.
Enfim, consegui enviar o documento que prova que eu estou
viva, para o INSS no Brasil.
Agora é só esperar que tudo dê certo. Já rastreei o documento
e descobri que ele chegou ao Brasil em 12 de dezembro. Agora é com os correios.
Não consigo rastrear o documento com o código daqui.
Agradeço, imensamente,
ao meu amigo dr. Mauro Santos, pela compreensão e atenção nesse momento tão
importante.
Meu ônibus de volta para London era às 18h30min, então, eu fiquei mais um tempo no shopping e depois caminhei até a estação rodoviária de Toronto.
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